Você sabe onde estão os campeões do Festival SESI de Robótica?

A competição nacional aconteceu em março, em São Paulo. De lá pra cá, equipes foram reformuladas, jovens participaram de outras competições, alunos concluíram o ensino médio e até já arrumaram emprego

Com a pandemia, algumas competições foram canceladas e adiadas, já outras migraram para ambientes virtuais

É certo dizer que muitas expectativas foram criadas após o Festival SESI de Robótica 2020. Em março, após o nacional, as equipes campeãs dariam continuidade aos treinamentos para “fazer bonito” nas competições mundiais, que aconteceriam em Houston, nos Estados Unidos – para FIRST LEGO League (FLL) e FIRST Tech Challenge (FTC) – e em Cingapura, na Ásia – para a categoria F1 in Schools. Entretanto, esses planos tomaram outros rumos devido a pandemia de Covid-19 e só nos resta a dúvida: onde estão os campeões do torneio nacional e o que estão fazendo?

Mesmo com a chegada do coronavírus no Brasil, o Serviço Social da Indústria (SESI) não deixou que os jovens de todo país ficassem estagnados em casa, sem fazer nada. Muito pelo contrário! A instituição lançou em junho o Torneio SESI de Robótica – Desafio Covid-19, para que os estudantes ajudassem a encontrar soluções para a pandemia.

A equipe Turma do Bob (MG), primeira colocada na categoria FLL no Festival, foi um dos times que aproveitou esse desafio 100% virtual para manter o ritmo de estudos e treinamentos.

“Foi bastante desafiador participar de uma competição totalmente on-line porque você precisa ter ainda mais comprometimento com as entregas e os resultados. Cada aluno precisa se policiar e conciliar as aulas remotas e os projetos a distância”, conta o técnico da equipe, Thulyo Menezes.

A equipe Turma do Bob, do SESI de Governador Valadares (MG), foi a campeã do Torneio SESI de Robótica FLL no Festival

Os jovens participam dos torneios desde meados de 2013 e, na temporada City Shapper (cidades inteligentes), a equipe foi responsável por grandes destaques como quando bateram o recorde de maior pontuação no Desafio do Robô na etapa regional de Minas Gerais, além da terem conquistado o primeiro lugar do Champions Awards na competição nacional.

Atualmente, o foco da Turma do Bob será aprimorar as habilidades para a próxima temporada FLL, que tem como tema "RePLAY - esportes e brincadeiras que movimentam o corpo e evitam o sedentarismo". Confira mais detalhes na página oficial do Torneio de Robótica

Jovens evoluem nas categorias mesmo com a pandemia

Cada categoria tem uma idade mínima e uma máxima, porém a vontade dos jovens que ingressam no mundo da robótica, geralmente, é continuar nas competições até o fim dos estudos. Por isso, é comum ver alunos que competem na FLL, após concluir o ciclo da categoria, migrarem para FTC.

A equipe Geartech (GO) é bicampeã nos Torneios SESI de Robótica FTC

A equipe Geartech Canaã (GO), por exemplo, passou por uma reformulação recentemente. O time é bicampeão de FTC e conta com dez estudantes do SESI Vila Canaã, alguns da temporada 2019/2020 e outros que acabaram de sair da FLL.

O foco dos jovens, que era a viagem para Houston, mudou um pouco. Nos últimos meses, eles se organizaram de forma virtual para realizar ações em prol da divulgação da robótica pelo Brasil e pelo mundo. Uma das novidades é o grupo Focus, criado na plataforma digital Discord, no qual eles se reúnem virtualmente com jovens de todo país e todas as categorias para trocar dicas, conversar sobre estratégias e sugerir soluções com base em conteúdos STEAM (acrônimo em inglês para as disciplinas Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática).

Além disso, a Geartech participará de webinars com a FIRST (For Inspiration and Recognition of Science and Technology) para abordar assuntos como: Potencializando ações de alcance e engajamento; Análise estratégia – Ultimate Goal; e Boas práticas para o caderno de Engenharia.

“O nosso objetivo é realizar o maior número de ações possíveis nesse período de pandemia. Alcançar pessoas e equipes de todo país. Por isso, estamos planejando organizar webinars nossos também e convidar especialistas para auxiliar outras equipes na montagem do plano de negócios e do caderno de engenharia”, conta o técnico da equipe, José Júnior.

Para o futuro, José Junior já traz duas certezas. A primeira é a FIRST Week, uma semana de eventos sobre robótica voltada para as meninas que a equipe criou. Normalmente realizado em março, próximo ao Dia das Mulheres, o evento é uma forma que a escola encontrou de incentivar a participação das meninas nas equipes e nas competições. “Vemos nas meninas bastante organização e liderança. Elas colocam ordem na equipe e isso é muito bom para o nosso crescimento”, afirma o técnico da equipe Geartech.

E, por fim, mas não menos importante, Junior garante que no próximo ano, a escola começará a treinar equipes para a categoria FIRST Robotics Competition (FRC). “O kit já está na escola”, conta.

Os jovens participarão de uma série de webinars promovidos pela FIRST

Conciliar os estudos e as competições é importante

Sem tirar o pé do acelerador, os estudantes da equipe Spark (SC) – campeões da categoria F1 in Schools – também mantiveram o ritmo durante a pandemia. Avisados de que a competição mundial, que aconteceria em Cingapura, foi apenas adiada para 2021, eles encontraram formas virtuais de treinar e se reunir para debater as estratégias da equipe.

“O time se reúne on-line todos os dias. O cronograma de atividades que nós tínhamos para os torneios permaneceu. Continuamos trabalhando na área de marketing e empreendedorismo, em busca de patrocinadores, além de manter a atuação na área de engenharia e desenho do carro, para continuar aprimorando os projetos”, conta o técnico da equipe, Cleber Jose Marinho Junior.

A Spark está treinando para a etapa regional de Santa Catarina que está prevista para acontecer em fevereiro de 2021

Entretanto, além de competidores, os jovens também são estudantes e é fundamental ter boas notas para participar das competições. Por ser uma categoria com um limite de idade maior, a F1 in Schools ainda requer mais disciplina dos jovens que optam por estudar, competir e trabalhar.

Pedro Daminelli Lage, 18 anos, é integrante da Spark e sabe exatamente como o foco é fundamental para conciliar essas três áreas da vida profissional. O estudante está no terceiro ano do ensino médio do SESI de Criciúma (SC) e já trabalha com o próprio negócio. Para ele, as ferramentas virtuais de comunicação já eram comuns e as reuniões remotas foram facilmente adaptadas nos treinamentos da equipe.

“A gente entende que é um momento bastante delicado para todos, mas como a nossa equipe já fazia várias atividades remotas e a maioria dos integrantes já trabalha com algo relacionado a tecnologia, estamos lidando bem com toda essa situação”, conta Pedro.

Já colega de equipe Thalyta Andrade, 18 anos, está vivendo uma nova etapa nos estudos. A jovem concluiu o ensino médio e trabalha com programação de sites em uma empresa de tecnologia. Agora, os planos da integrante da equipe Spark são dar continuidade à faculdade de Ciências da Computação e ingressar no ramo da Engenharia, pelo qual se encantou devido o envolvimento com a categoria F1.

Por conta das regras do campeonato, 2021 será o último ano de Thalyta, mas ela não fica triste com isso. “Sei que sairei do time grata por todo aprendizado e vivência, tendo certeza que a Spark fez e vai fazer bonito nas competições”, afirma a jovem.

Na época do Festival, a Spark era composta por 3 jovens, porém no últimos meses, a equipe decidiu fazer uma seletiva e agregou mais uma estudante. Por dia, os jovens se reúnem por pelo menos uma hora para conversar sobre as atividades do time e se preparar para as próximas competições estaduais que se aproximam.

Acompanhe tudo sobre a nova temporada de robótica

As novidades estão no canal do Torneio SESI de Robótica FIRST LEGO League, do Torneio SESI de Robótica FIRST Tech Challenge, aqui na Agência CNI de Notícias e nos perfis do Torneio no Instagram e Facebook. Veja as fotos no Flickr da CNI.

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