#TBT da Robótica: estudantes SESI modernizam a amarelinha

Com o intuito de estimular a prática de atividades físicas entre crianças, a equipe renovou a brincadeira secular utilizando criatividade e tecnologia

Amarelinha Open Challenge utiliza sistema de luzes led e som

Bateu uma saudade do Festival SESI de Robótica! Afinal, já se passaram 124 dias desde o maior torneio de robótica do Brasil. Para relembrar essa temporada inovadora, vamos te mostrar um projeto de inovação sensacional: a amarelinha 2.0!

Quando se fala em amarelinha, a gente logo pensa na brincadeira tradicional passada por gerações. O passatempo é simples: é preciso apenas giz, para riscar o desenho no chão, uma pedra ou tampinha para marcar a casa que deve ser pulada, e amigos para competir.

Entretanto, com o desenvolvimento das tecnologias, as crianças da geração Z possuem fácil acesso a dispositivos eletrônicos, como smartphone e tablets. Por ser completamente analógica e não possuir atrativos, a brincadeira acabou sendo esquecida.

Passar grande parte do dia na frente das telinhas, sem um rotina de exercícios físicos, está afetando a saúde e é um dos fatores relacionados ao alto índice de sedentarismo entre crianças.

Ao perceber este problema, a equipe de robótica SESI CLP, do Centro Educacional SESI 316, em Campo Limpo Paulista (SP), desenvolveu a Open Challenge, uma amarelinha interativa que possui luzes led, sistema de som e painel de controle para aperfeiçoar a experiência da brincadeira.

Além de modernizar uma brincadeira tradicional e secular, os estudantes criaram o equipamento com o intuito de atrair e engajar meninos e meninas de 3 a 8 anos de idade. “Vimos que muitas crianças estavam utilizando aparelhos eletrônicos em excesso e isso evitava que elas se exercitassem. A Open Challenge é chamativa e entretêm facilmente”, explica João Victor Couto Oliveira, de 17 anos.

O dispositivo foi idealizado de um jeito prático, para ocupar menos espaço e facilitar a locomoção, permitindo assim a prática em qualquer local. Quando está fechada, tem formato de cubo e, aberta, contém a aparência da Amarelinha tradicional.

A Open Challenge é controlada por um pequeno display, também chamado de painel de controle. Além de ativar a amarelinha interativa para funcionamento, o display sorteia e seleciona as fases da brincadeira. Ao pressionar o botão azul, há três níveis possíveis a serem selecionados: a primeira fase consiste em pular com apenas um pé; a segunda permite a utilização de ambos os pés; e a terceira fase é mista, onde é necessário utilizar um pé em algumas casas e os dois em outras.

O sistema de som e de luzes led da Open Challenge, em conjunto, têm função dupla: anunciam o funcionamento do dispositivo e mostram a fase sorteada. Entretanto, as luzes ainda desempenham outro papel mega importante: elas substituem a pedrinha ou tampinha do jogo tradicional. Ou seja, a casa em que as luzes se acenderem não pode ser pisada!

Para facilitar a mobilidade e amarzenamento, a Open Challenge tem formato de cubo enquanto fechada (esquerda). O painel de controle do dispositivo (direita) seleciona as fases da brincadeira

Brincando e desenvolvendo habilidades importantes

De acordo com João Victor Couto Oliveira, a escolha da brincadeira não foi aleatória. Embora seja uma atividade simples, brincar de amarelinha proporciona o desenvolvimento de habilidades essenciais para o ser humano.


“Com base em várias pesquisas, vimos que a amarelinha oferece diversos benefícios. Ela proporciona o fortalecimento muscular, aperfeiçoa o equilíbrio e desenvolve a coordenação óculo-manual, que é muito importante no desenvolvimento da criança, pois ela perceberá e entenderá o que está em seu ambiente. Por exemplo: na amarelinha, quando a criança percebe que o led simboliza a pedrinha, ela já tem uma noção espacial de que não pode pular nessa casa! Além disso, é essa mentalidade óculo-manual que a ajudará a manter a coordenação motora”, detalha.


A inovação da equipe deu tão certo que o Open Challenge já foi implementado em cinco escolas. Mas os jovens não param por aí! A SESI CLP tem planos de inserir a Amarelinha interativa em outras escolas, totalizando dez instituições de ensino.

Estrutura essencial para o desenvolvimento do projeto

A Open Challenge foi construída no espaço de fabricação digital, conhecido popularmente como FabLab. Oferecido pelo Serviço Social da Indústria (SESI) para os estudantes da rede, a plataforma permite a inovação e invenção, estimulando o aprendizado maker, a educação investigativa, o empreendedorismo e a troca de experiências, além de fornecer equipamentos para trazer os projetos à vida.

Os integrantes da equipe SESI CLP afirmam que o projeto só foi possível devido a estrutura oferecida pela instituição. “Os FabLabs foram um grande apoio pra gente construir o Open Challenge”, conta João Victor.


“Certamente não conseguiríamos fazer isso em outra escola por conta da estrutura que o SESI proporciona para a gente. Todas as ferramentas, o local, as peças, o incentivo dos técnicos e dos mentores. E é fascinante essa forma de incentivo do SESI à robótica, aqui no Estado de São Paulo e no Brasil inteiro”, completa Maria Victoria Miranda Dias de Oliveira, de 15 anos, colega de equipe.


Maria Victoria conta que a experiência também proporcionou novos aprendizados para a equipe. “Ficamos muito gratos com o nosso projeto inovador porque a gente aprendeu muito nessa parte de construção. Foi a primeira vez que usamos essa tecnologia, então toda a equipe aprendeu a programar com a linguagem C#”, relembra.

A inovação do SESI CLP utiliza a tecnologia Arduino uno e materiais simples, como placas MDF, dobradiças, cabos e parafusos. Pessoas interessadas em fazer a sua própria Open Challenge poderá encontrar o projeto do equipamento nos sites do FabLabs. O custo total de fabricação fica em torno de R$ 189.

“O Arduino uno é de fácil manutenção, todas as peças são fáceis de produzir e está disponível por um preço mais acessível. Além disso, é uma tecnologia interessante porque é programável, ou seja, você pode fazer adaptações e mudanças no Arduino. Com essa facilidade, você pode fazer as manutenções e aprimoramentos que quiser em um projeto já pronto. Por isso que é legal trabalhar com código aberto, que é uma comunidade que se ajuda para desenvolver uma solução. E essa é uma parte sensacional do nosso projeto”, explica Marcos Vinícius Couto Oliveira, de 17 anos.

Festival SESI de Robótica

O Open Challenge foi desenvolvido como Projeto de Inovação da temporada RePLAY da FIRST LEGO League – Challenge (FLL), competição de robótica organizada pelo SESI no Brasil. Com o tema “esportes e brincadeiras que movimentam o corpo e evitam o sedentarismo”, a temporada desafiou jovens pensarem em formas inovadoras e criativas de estimular a prática de atividades físicas.

A equipe SESI CLP, formada pelos estudantes Beatriz Marcelli Domingos Oliveira, 15 anos; Fellipe Dantas Costa, 13 anos; Larissa Júlia Silva de Godoi, 14 anos; os gêmeos João Vitor Couto Oliveira e Marcos Vinícius Couto Oliveira, 17 anos; Maria Victoria Miranda Dias de Oliveira, 15 anos; e as gêmeas Beatriz Larrubia e Sophia Larrubia, 13 anos, foram os grandes campeões do Festival SESI de Robótica 2021, evento que sedia a etapa nacional das competições FLL, em sua primeira edição virtual, devido à pandemia do coronavírus.

A jovem Maria Victoria afirma que a robótica é um protagonista de grande importância em sua vida e deixa uma mensagem, em nome de sua equipe, para as próximas gerações de competidores:


“A robótica ajudou muito no meu projeto de vida. Consegui identificar que essa é a melhor área de atuação e que quero seguir, mas na parte da engenharia. A robótica mostrou isso, não só pelo robô, mas por todo o aprendizado e foco que me trouxeram muitos frutos bons e ainda estão trazendo com o passar do tempo”, declara.


A nova temporada já está no ar!

A temporada 2021/2022 dos torneios de robótica começou dia 29 de setembro, com o lançamento das modalidades FIRST LEGO League Challenge (FLL) e FIRST Tech Challenge (FTC). Nesta edição, que tem como temas Cargo Connect e Freight Frenzy, respectivamente, os estudantes serão desafiados a aprimorarem os processos de transporte e logística de mercadorias.

A instituição realiza ainda a competição do F1 in Schools entre os alunos da própria rede e participa de torneios da FIRST Robotics Competition (FRC). O Festival SESI de Robótica, que reunirá todas essas modalidades, já tem data marcada: 27 a 29 de maio.

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