Salve os oceanos! Nova temporada da robótica estimula debate sobre problemas ambientais marinhos

Alunos entre 9 e 19 anos vão precisar desenvolver soluções para ajudar a vida marinha, de forma criativa e robótica! Conheça tudo sobre o tema FIRST® DIVE:

A poluição marinha degrada a qualidade das águas do oceano e afeta o equilíbrio dos ecossistemas

FIRST® DIVE, temporada 2024-2025 da robótica, surge em meio à Década do Oceano, proclamada pela Organização das Nações Unidas (ONU), e convida os alunos a inovarem para um mundo melhor com oceanos saudáveis. Essa iniciativa, além de promover a conscientização da nova geração, é uma oportunidade para discutir a respeito dos problemas ambientais enfrentados pelos oceanos.  

Dentro desse cenário ambiental, um grande alerta chama a atenção para o aquecimento dos oceanos, que está atingindo níveis recordes há um ano, colocando em risco a vida marinha e o clima extremo em todo o planeta.

Para explicar melhor a atual situação dos oceanos, a Agência de Notícias da Indústria preparou um material sobre o tema e entrevistou o oceanógrafo e embaixador desta temporada da robótica, Ronaldo Christofoletti, para esclarecer o assunto. Confira! 

4 problemas ambientais dos oceanos e consequências 

1. Aquecimento dos oceanos: causado pela queima de combustíveis fósseis, que liberam excesso de calor para a atmosfera. Cerca de 90% desse calor é armazenado nos oceanos. Uma das consequências é a elevação do nível do mar, que se expande com o aumento das temperaturas, como mencionado acima, colocando em risco milhões de pessoas com inundações futuras. 

2. Poluição marinha: resultante da ação humana, esse tipo de poluição degrada a qualidade das águas do oceano e afeta o equilíbrio dos ecossistemas marinho. Os principais poluentes são: plástico, petróleo, esgoto doméstico e industrial e resíduos agrotóxicos. 

3. Sobrepesca: ocorre quando a pesca é realizada mais rápido que a capacidade de reprodução dos peixes e outros seres marinhos. Isso acontece pela prática de pesca excessiva e ilegal, falta de regulamentação eficiente, métodos de pesca prejudiciais, entre outros fatores. 

4. Destruição dos habitats marinhos: pode levar à extinção de espécies e à perda da biodiversidade, pois afeta a reprodução e alimentação dos animais marinhos. Os problemas ambientais listados anteriormente contribuem diretamente para essa destruição. 

Os oceanos ainda podem ser salvos, afirma o oceanógrafo Ronaldo Christofoletti 

O que pode ser feito para salvar os oceanos? Para o oceanógrafo Ronaldo Christofoletti, professor no Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o primeiro passo é entender a cultura oceânica presente em cada indivíduo. 

A convite do Serviço Social da Indústria (SESI), Ronaldo foi escolhido para ser o embaixador da temporada FIRST® DIVE. Confira a entrevista sobre os impactos que a situação dos oceanos pode causar ao meio ambiente e à humanidade, o que está sendo feito a respeito e como a robótica pode ser uma aliada da causa. 

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DA INDÚSTRIA – De que forma os danos causados aos oceanos refletem na vida da humanidade? 

RONALDO CHRISTOFOLETTI - Os danos têm impactos diretos e indiretos. Para as pessoas que vivem em costeiras ou frequentam esses locais, os danos afetam a questão da saúde pública. Um oceano poluído traz contaminantes de volta para a cadeia alimentar, microplásticos é um desses exemplos, nós passamos a ter muito desses recursos pesqueiros que têm esse material na sua carne e fazemos o consumo desse alimento. Além disso, ainda têm os agrotóxicos químicos e outros produtos que os animais ingerem. Outro dano é a mudança climática, aumento do nível do mar e dos eventos extremos das tempestades, ressacas costeiras, isso tudo provoca muita insegurança para quem vive na costa. Um oceano poluído regula menos o clima do planeta. 

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DA INDÚSTRIA – Os oceanos ainda podem ser salvos? O que pode ser feito pela população para reverter a situação? 

RONALDO CHRISTOFOLETTI - Os oceanos podem ser totalmente salvos ainda. Esse é o grande convite da década do oceano, que convida todos os setores da sociedade para que juntos possamos reverter essa situação com cada um desenvolvendo a sua cultura oceânica, que é entender a sua relação com o oceano e pensar dentro da sua ação enquanto cidadão e como profissional, refletindo processos mais sustentáveis, criando um olhar mais azul. 

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DA INDÚSTRIA – O que o Brasil e outros países têm feito a respeito dos problemas ambientais dos oceanos? 

RONALDO CHRISTOFOLETTI - O primeiro movimento é esse acordo global em promover uma Década do Oceano para estruturar e pensar parcerias, buscar dados, enfim, acredito que esse é o primeiro passo. O Brasil é um país líder na Década do Oceano, isso nós temos que nos alegrar, fomos o primeiro país com um comitê nacional que começou a pensar ações para a década. Recentemente, também foi criado um Departamento de Oceano e Gestão Costeira no Ministério do Meio Ambiente, que complementa uma coordenação que sempre existiu, a do Oceano e Antártica no Ministério da Ciência e Tecnologia. Então sempre teve esse destaque, somos o primeiro país a ter a Olimpíada do Oceano, também temos o Programa Escolas Azuis, o país tem sido muito líder em políticas ambientais. Todas essas ações ajudam para que possamos crescer como um país com consciência ambiental, olhando a nossa realidade e entendendo como conservar o oceano. 

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DA INDÚSTRIA – Como a iniciativa em promover uma temporada inspirada nos oceanos pode ajudar nessa grande causa ambiental? 

RONALDO CHRISTOFOLETTI - A temporada da robótica é um exemplo enorme e inspirador de como podemos unir as diferentes áreas do conhecimento. Ela nos ajuda a achar uma relação robótica e oceano e como, a partir disso, podemos pensar soluções para o oceano. É um movimento que formará cidadãos para, futuramente, aplicarem esses conhecimentos em suas respectivas áreas de atuação. É um verdadeiro exemplo para o Brasil e para o mundo essa temporada da robótica. 

Continue acompanhando a nova temporada da robótica na Agência de Notícias da Indústria ou pelas redes sociais! 😉🌊

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