O perrengue dos robotiquers para chegar ao Brasil

Malas perdidas, voos de 60 horas... competidores internacionais contam como foi o trajeto de casa até Festival Internacional SESI de Robótica

Equipes estrangeiras relatam dificuldades para conseguir chegar no Festival Internacional

Se para nós, brasileiros, não é fácil viajar para outros continentes, a vida de quem quer desembarcar por aqui também não é mole. Equipes da FIRST Lego League (FLL) dos 37 países que participam do Festival Internacional SESI de Robótica, no Rio de Janeiro, que o digam. 

Os perrengues que os robotiquers de fora passaram antes de curtir o evento no Pier Mauá vão de voos atrasados a malas extraviadas. Muitos enfrentaram mais de 24 horas de voos e escalas em aeroportos. 

 A Agência de Notícias da Indústria conversou com equipes do Cazaquistão, da Noruega, de Israel e dos Emirados Árabes Unidos para saber como foi a aventura de chegar à capital fluminense. 

Almaty – Rio de Janeiro em 60 horas 

A equipe Play 4 Energy, de Almaty, antiga capital do Cazaquistão, saiu de casa na terça-feira, 2 de agosto. 60 horas depois, desembarcaram no Rio, na quinta-feira. Para chegar aqui, enfrentaram voos atrasados, que o que é algo comum por lá, segundo Ungussum Akhmetova, parente de um dos integrantes do time. 


“Saímos da nossa cidade para Istambul, de lá fomos para São Paulo e, então, para o Rio. Mas como o nosso primeiro voo atrasou, todos os outros também foram atrasando. Tivemos que mudar as nossas passagens”, relatou. 


“Nossa viagem duraria 24 horas, mas por causa do atraso, levamos 60 horas para chegar. Estamos muito cansados, mas quando vemos o mar e lembramos que estamos no Brasil, o cansaço vai embora”, ressaltou a cazaque. 

A equipe Play 4 Energy, de Almaty, demorou mais de 60 horas para conseguir chegar na cidade maravilhosa

Outra equipe que também passou um bom tempo dentro de um avião para vir para o Festival Internacional SESI de Robótica foi a Starlink Future Ready. Os jovens de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, contaram que o voo de 15 horas para o Brasil foi o mais longo da vida deles. Não bastasse o tempo voando, a madrugada de 3 de agosto foi passada no Aeroporto de Guarulhos, em conexão que durou cinco horas até a hora de embarcar para o Rio de Janeiro.  

"É surreal! Um jet lag incrível e ainda precisamos chegar aqui e organizar material para a competição. Já estivemos em outras competições internacionais, mas esta está sendo uma diferente. É uma imersão completa no mundo da robótica”, contou Saanvi Masali, líder da equipe de oito jovens emiratis. 

Cadê a mala que estava aqui? 

A viagem da equipe israelense Infinite Rechargers, de Sakhnin, no norte de Israel, durou 18 horas, mas eles ainda tiveram uma perrengue extra: malas extraviadas. “Foi muito difícil. No avião não tinha espaço para trabalhar, ficamos sentados o tempo todo e a comida não foi muito boa. Quando chegamos aqui foi tudo ótimo”, contou a aluna Cristin Ghanayim. 

“Nós perdemos algumas malas no aeroporto. Já recuperamos duas, mas ainda não sabemos onde está uma”, revelou. A bagagem perdida é de uma das integrantes do time e nela estavam todas as roupas que ela traria para o Rio. Despreocupada, a robotiquer contou que está pegando roupas emprestadas com sua colega de quarto. 


“Estamos nos divertindo muito e é um prazer estar aqui”, disse Cristin. 

Além das 18 horas de viagem, a equipe Infinite Rechargers, de Sakhnin, Israel, também teve que lidar com a perda das malas

Outra equipe de Skjervoy, uma pequena cidade do norte Noruega, com pouco mais de 3 mil habitantes, também teve o combo completo: muitas horas de voo e malas extraviadas. “Foram 36 horas de viagem. Fomos primeiro para Oslo (que fica a 1.752km de Skjervoy), passamos a noite lá, depois fomos para Paris e depois para o Rio”, relatou o treinador da equipe, Odin Svisdal.

Um garoto com a camisa do Brasil chegou ao pit norueguês no momento da entrevista, querendo ver o projeto deles, mas o técnico não pôde mostrar, pois eles ficaram sem o projeto no caminho. “Perdemos duas bagagens no aeroporto, na França, e ainda estão lá. Nosso pit não está decorado por isso, toda a decoração está naquelas malas, assim como o nosso projeto. Provavelmente vamos ter as coisas de volta quando estivermos retornando para casa (risos)”, contou. 

Mesmo depois de passar por tantas dificuldades, todos eles seguem com sorriso no rosto, otimistas e animados por estarem participando de um evento tão grande. “Está sendo incrível estar aqui. É um choque de cultura para nós, pois os noruegueses e europeus são mais frios que os sul-americanos", apontou Odin. 


“Nós vivemos no norte da Noruega, lá nós temos o Sol à meia-noite. Vir para cá é incrível, está tudo escuro à noite (risos).” 

A equipe Roadsnack, da Noruega, teve que lidar com vários problemas, como o projeto de pesquisa extraviado

Últimas horas de competição 

O Festival Internacional SESI de Robótica 2022 vai até este domingo (7), quando serão as premiações para as equipes vencedoras tanto das competições de FLL quanto das de FRC. Neste sábado (6), o Espaço ACESSE está realizando atividades com o público que comparece ao evento e vai até às 17h. 

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