Corrida contra o tempo! Equipes brasileiras competirão no mundial do F1 in Schools

Finalistas do Torneio SESI de Robótica de 2021, as equipes Spark (SC), Alpha (SC), Pocadores (ES), Swordfish (BA) vão para a competição internacional, que acontece na Inglaterra. Projeto é realizado pela Fórmula 1

Os carrinhos mais velozes do Brasil estão em pistas internacionais no F1 in Schools Global, que acontece no Complexo do circuito de Silverstone, na Inglaterra. As competições serão disputadas entre os dias 9 e 15 de julho e quatro equipes brasileiras do Serviço Social da Indústria (SESI) foram classificadas:

  • Spark, da Escola SESI SENAI de Criciúma (SC);
  • Alpha, da Escola SESI SENAI de Criciúma (SC), que compete com a equipe irlandesa FAF Racing;
  • Pocadores, do SESI Jardim da Penha, em Vitória (ES);
  • Swordfish, da Escola SESI Anísio Teixeira, em Vitória da Conquista (BA).

O evento da temporada 2022 terá 53 equipes de 25 países. Nesta edição, os times poderão participar de forma hibrida ou presencial, a depender da escolha da equipe. 

O mundial é uma idealização da Fórmula 1 para jovens entre 9 e 19 anos, com o objetivo de mudar as percepções de ciência, tecnologia, engenharia e matemática. Os times são formados por 3 a 6 pessoas e, diferentemente das emblemáticas competições de robótica, nessa modalidade os meninos precisam passar por desafios reais das corridas de F1. Além disso, como em qualquer empresa, é necessário assumir funções de marketing, gerenciamento, engenharia, design e todo o processo de projetar, modelar e testar os protótipos de carro de F1.

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As etapas da competição se dividem em: negócios e patrocínios, design, análise de aerodinâmica, estratégia de usinagem, montagem de estande (conhecido como Pit Booth), fiscalização dos automotivos, testes de engenharia, apresentação verbal, julgamentos dos portifólios – empresarial e engenharia – e corrida. Os carros competem em uma pista de 20 metros e, impulsionados por um cilindro de CO2, podem chegar a 80 km/h.

Emoção a 1000 km/h e 8966 km de distância!

Equipe Spark é uma das equipes brasileiras que estarão no F1 in Schools Global.

Diretamente do SESI SENAI (SC), Pedro Daminelli Lage, 19 anos, líder da equipe Spark, participa pelo segundo ano consecutivo do internacional. Em uma rotina de treinos diários há mais de 4 anos, o estudante explica que, durante a pandemia, a logística foi remodelada e, mesmo remotamente, o ritmo não parou. Por isso, ao voltar para o presencial e garantir novamente a colocação no mundial, o resultado não é nada além do que a junção de esforço e dedicação.


“Estamos há 2 anos aguardando esse mundial presencial e, mesmo faltando poucos dias para a competição, parece ainda algo distante, porque esperamos esse momento desde a competição do ano passado”, relata o estudante. 


Além da preparação, a equipe tem um carro inovador! O automotivo, apelidado de Paparounis em homenagem à um ex-mentor da equipe, tem um estudo muito focado nas asas traseiras e frontais, por meio de um delineamento frontal. 

“Essa técnica é algo normalmente visto apenas em faculdades, no final do curso. Só o fato de conseguirmos aplicar durante o Ensino Médio já é considerado algo inovador. Fora que é um carro que passa por um processo de evolução há quatro anos”, ressalta Pedro. No ano passado, o automotivo da Spark ficou classificado entre os 10 carros mais velozes do mundo.

Equipe Spark em frente ao Pit Booth.

Com sentimento de missão cumprida, o time tem o sonho de trazer o título de campeão mundial. Mas, muito além da vitória, o prêmio de evolução pessoal dos integrantes já foi batido! Apesar de ser o último ano do aluno na equipe, o legado é passado para a nova geração. 

“A minha maior dica para quem fica na F1 in Schools é ser persistente e acreditar. Quem se dedica de coração ao projeto e se conecta às pessoas, só cresce!”, ressalta. 

A junção de forças! Brasil e Irlanda formam um time!

Assim como aconteceu com a equipe Pocadores (ES), no ano passado, que se juntou com um time da Grécia, neste ano, a equipe Alpha (SC) participa do mundial junto à FAF Racing, da Irlanda. O nome da nova equipe é Volta, formada por Victor e Arthur, do Brasil, e Darragh, Quentin, Pearce e Fionn, da Irlanda. 

Victor Bitencourt, 18 anos, engenheiro aerodinâmico da Volta, explica que, antes mesmo de formar o time colaborativo, a Alpha, formada em 2020, contou com uma rotina semanal de treinos para a preparação para o nacional, feito de forma remota devido à pandemia. Com o resultado positivo no nacional, a equipe foi classificada para o mundial, junto aos irlandeses. 

Equipe Volta é a união da Alpha e da FAF Racing.

“Por estar em uma equipe colaborativa, tivemos um grande ganho que foi o desenvolvimento do inglês. Também lidamos com o choque de culturas. Mas, desde o primeiro momento, tivemos uma sinergia muito boa, o que ajudou muito no processo. Esperamos trazer uma colocação boa para o Brasil no mundial”, diz Victor.


Segundo Victor, no carro da equipe, apelidado de VLT01 – Volta 01, é possível ver o que deu certo nos últimos anos dentro da F1 in Schools. “Conseguimos inovar muito no estilo de modelagem do carro com a descoberta do free form, por meio da qual trabalhamos com superfícies mais fluidas, além da convencional modelagem orgânica. E esperamos elevar o padrão de modelagem dos carros do F1”, explica. Com a descoberta, os estudantes acreditam que o carro do mundial seja até 1 décimo mais rápido do que a versão do nacional. 

O crescimento começa no F1 e segue por toda vida

Além de professor, Cleber José Júnior, 43 anos, é o técnico responsável pelas duas equipes de Santa Catarina. Ele conta que o sentimento de ver os dois times alcançando a etapa do mundial é de orgulho. “Poder acompanhar o desenvolvimento dos meninos e vê-los representando o país a partir do esforço deles, é gratificante. A robótica e o F1 modificam e elevam a vida dos estudantes muito além da parte acadêmica, aperfeiçoando também a inteligência emocional”, fala o professor. 

Cleber, técnico da Alpha e da Spark, diz que o F1 in Schools muda a vida dos estudantes.

Além disso, com a experiência nos torneios, os alunos conseguem entender que todo esforço e treino são recompensados. Por isso, os meses de trabalho duro são convertidos em oportunidades, seja com premiação, conhecimento, estágio ou, até mesmo, emprego. “O logo já diz: ‘robótica muito além dos robôs’. Mas, só quem vive o dia a dia entende o peso dessa frase. Eu acredito que o F1 é o projeto mais completo que existe em relação ao estudo STEAM (Science, Technology, Engineering, Arts, Mathematics) e com maior poder de transformação na vida dos jovens.”, resume Cleber. 

Bahia conectada por meio das telas! 

Outra equipe que representará o país é a SwordFish, de Vitória da Conquista (BA), formada pelos alunos Gabriel de Paula, Gabriela Lemos e Ian Kaled. Diferentemente das outras equipes, o time vai competir de forma remota no mundial. Para isso, os alunos passam pelos mesmos processos das equipes presenciais e enviam o carrinho para avaliação dos juízes no Reino Unido. 

Gabriel de Paula, 17 anos, explica que, mesmo remotamente, poder participar do mundial já é um grande reconhecimento. O estudante cursa Ciências da Computação na faculdade e essa competição será a última para ele. Seu posto será ocupado por alguém da nova geração que já está competindo pelo Festival SESI de Robótica 2022. O que o time espera trazer do internacional, muito além de um prêmio, é a possibilidade de melhorar. Gabriel explica que todo o processo da robótica mudou muito sua visão de mundo.

Time SwordFish formada por Gabriel de Paula (à esquerda(, Gabriela Lemos e Ian Kaled (à direita).

“É uma competição que você precisa ser responsável e ter foco. O profissionalismo é um dos pontos mais fortes do F1. Por isso, eu vejo em mim e nos meus colegas de equipe um desenvolvimento da maturidade e o quanto crescemos nesse processo. Deixamos o projeto com o sentimento de dever cumprido, estamos muito orgulhosos dos meninos que ficam na equipe. Eles são bons e vão conseguir alcançar coisas incríveis também”, celebra.

Conheça mais sobre o mundo do F1 in Schools

Desde 2019, o SESI promove os torneios da categoria F1 in Schools no país, junto à Associação Projetando o Futuro (APF). A competição faz parte de um projeto internacional realizado pela Fórmula 1. Ela é voltada para estudantes de 9 a 19 anos, que são responsáveis por criar desde a escuderia até o carro da equipe que vai correr nas pistas. Para mais informações, acompanhe o site do F1 in Schools Stem Challenge.

Competição de F1 no Festival SESI de Robótica.

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