Acelera: equipes brasileiras participarão de mundial do F1 in Schools

Vencedoras do Torneio SESI de Robótica de 2020, as equipes Spark (SC) e Pocadores (ES) estão na final da temporada 2019/2020, que será em junho. Projeto é realizado pela Fórmula 1

Equipe Pocadores, do SESI Jardim da Penha (ES), ficou em segundo lugar no Festival SESI de Robótica e formará uma equipe com a March One, da Grécia

Os carros estão no grid de largada e a torcida verde e amarela já está vibrando! Classificadas na edição de 2020 do Torneio SESI de Robótica, organizado pelo Serviço Social da Indústria (SESI), as equipes Spark, da Escola S de Criciúma (SC), e Pocadores, do SESI Jardim da Penha (ES), estão na Final Mundial da F1 in Schools.

Elas se juntam a outras duas equipes: a Brazilian Six, do Colégio Vértice, em São Paulo (SP); a Team Tachyon, da FourC Bilingual Academy, em Bauru (SP), que também vão representar o Brasil. O evento da temporada 2019/2020 foi adiado devido à pandemia do Covid-19 e ocorrerá na Inglaterra de forma remota, devido às restrições de viagem impostas pelo vírus, com 44 equipes de mais de 15 países.

Entre os dias 4 e 8 de junho, elas participarão de 15 sessões de Zoom interativas, cobrindo quatro fusos horários diferentes. Durante o evento, que também será transmitido ao vivo no YouTube, os competidores conversarão com o Mestre de Cerimônias sobre seus carros.

A competição é parte de um projeto internacional realizado pela Fórmula 1 e é destinado a estudantes de 9 a 19 anos, que formam equipes de três a seis jovens. A modalidade reproduz desafios reais das corridas de F1, estimulando os jovens a criarem escuderias para a disputa nas pistas.

Como em uma empresa, os competidores assumem as funções de gerenciamento, marketing, engenharia e design, além de projetar, modelar, testar e colocar em movimento um protótipo de carro de F1 em uma pista de 20 metros. Os carros, impulsionados por um cilindro de CO2, podem chegar a 80 km/h.

A grande campeã do Festival SESI de Robótica foi a equipe Spark, de Santa Catarina

Preparações a 300km/h e expectativas nas alturas

Pedro Lage, 18 anos, estudante da Escola S de Criciúma (SC) e integrante da Spark, afirma que “a preparação é uma vivência que a gente vem executando há muito tempo”. De acordo com ele, a equipe está se aperfeiçoando para o Mundial desde a sua fundação, em 2018. As expectativas são grandes, mas a Spark está ciente do grande desafio.


“Sabemos que não é uma coisa fácil, a gente vai disputar com jovens muito qualificados, de diversos lugares do mundo, com escuderias pesadas. Pessoas da Austrália, Inglaterra, Estados Unidos, Alemanha. Mas, como disse Ayrton Senna: ‘no que diz respeito ao empenho, ao compromisso, ao esforço e à dedicação, não existe meio termo. Ou você faz uma coisa bem feita, ou você não faz’. A Spark está focando em fazer bem feito, a gente é capaz. Então, acho que a gente vai representar muito bem o Brasil lá fora”, acredita Pedro.


Nesta etapa da competição, algumas equipes se unem com times de outros países para formar uma escuderia colaborativa. Em conjunto, metade dos participantes de cada equipe desenvolvem um nome e logo para a nova escuderia, além de compartilharem suas experiências com os torneios nacionais, ideias e materiais que utilizaram para elaborar um carro mais veloz.

Estudantes do ES se juntam à equipe da Grécia

O presidente da Associação Projetando o Futuro (APF) e coordenador nacional do F1 in Schools no Brasil, Waldemar Battaglia, relata que as equipes mistas sempre existiram.

“Normalmente, as equipes campeãs de cada país têm sua vaga assegurada nas finais mundiais. Para que mais equipes possam participar (segunda e terceira colocadas) e, ao mesmo tempo, incluir outros países, foram criadas as equipes colaborativas”, explica Battaglia.

Foi assim que a Pocadores, do SESI Jardim da Penha (ES), garantiu a sua participação no Mundial. Eles ficaram em segundo lugar no Festival SESI de Robótica e, em colaboração com a equipe March One da Grécia, formaram o time Zenna, “a mistura de Zeus com Senna”, explica Pietro Pazini, 15 anos, designer gráfico da Pocadores. O jovem afirma que montar outra equipe do zero foi um processo de aprimoramento e mudança, mas ele está muito animado para o evento.


“Apresar de ser on-line, é um torneio mundial. Eu vou ter a oportunidade de apresentar meu projeto em inglês e ver vários carros de diversos lugares do mundo competirem contra o da minha equipe! Vai ser maravilhoso!”, espera Pietro.


O mundo através das telas

Além de impossibilitar viagens para a participação do evento presencialmente, a pandemia forçou as equipes a encontrarem formas alternativas de se reunirem. Os jovens recorreram às tecnologias para alinhar todos os processos e realizar os ajustes necessários para o Mundial.

Pedro Lage afirma que a Spark não teve muita dificuldade em se adaptar ao universo virtual, pois eles já eram acostumados a se conectar antes da pandemia. Entretanto, ele conta que a ansiedade e o distanciamento social foram os principais desafios da equipe, “mas a gente soube lidar bem. Nos organizamos, planejamos e, principalmente, executamos as ações”, completa.

E não foi diferente para os Pocadores. Pietro Pazini alega que o isolamento afetou a rotina da equipe: “Nossa gestão mudou bastante, agora nós fazemos reuniões e arquivamos todas as informações da equipe no Microsoft Teams. Além disso, muitas reuniões de patrocínio também estão sendo online, antes da pandemia, eram todas presenciais”.

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