Governo busca indústria para fortalecer Capital Digital

No novo modelo, empresa pública será proprietária de quase 50% do negócio, e deverá procurar sócio para restante da participação por meio de PPP

Em reunião realizada ontem na Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), a Secretaria de Ciência e Tecnologia do DF e a Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) reuniram os empresários do setor de Tecnologia da Informação da Capital Federal para atualizar as informações sobre o projeto do Parque Tecnológico Capital Digital. Em suma, no novo modelo adotado, a empresa pública será dona quase metade do negócio - referente ao terreno e às obras de infraestrutura que já estão sendo feitas no local - e, por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP), procura o sócio que o restante de participação em uma Sociedade de Proposta Específica (SPE) para administrar todo o complexo do Parque Digital. “O projeto ganha musculatura e legitimidade. Por meio desta ação transparente e aberta ao debate, agregamos valor ao setor no DF, colocando-o como sócio deste modelo sustentável”, avalia o secretário de Ciência e Tecnologia do DF, Gustavo Brum. De um modo geral, entretanto, o setor aprova o novo modelo de gestão.

Os empresários ligados ao Sindicato das Indústrias da Informação (Sinfor) aprovaram a nova forma de gestão. "Está aberta a oportunidade para que o setor privado entre com o governo na gestão do condomínio tecnológico da forma mais equilibrada possível até então", avalia o presidente da entidade, Jeovani Salomão. No Distrito Federal, o setor de TI agrega mais de 700 empresas, empregando 30 mil pessoas. A expectativa é que o polo tecnológico atraia marcas de todo o País, e até mesmo de referência internacional, com a previsão de instalação cerca de 1,2 mil firmas com geração de quase 25 mil empregos diretos. Segundo Salomão, mesmo assim, a empregabilidade não deixa de ser uma pulga atrás da orelha. "Nosso principal patrimônio é o capital humano. Receamos que as empresas âncoras tragam profissionais que nos impeça de empregar a mão de obra local ou, por outro lado, não nos permita competir com seus altos salários", ele avalia.

Para a Terracap, o negócio é típico para grandes empresas que poderão se unir em grupos e consórcios para participar da licitação. O presidente da empresa pública, Antônio Lins, vê no novo modelo de gestão uma forma de “valor substancial a terra que será concedida” na área de 243 mil metros quadrados edificáveis. “Sempre foi o desejo do governador Agnelo Queiroz que a empresa se transformasse numa agência de desenvolvimento”, observa. Lins ressalta, ainda, que o GDF trabalha em duas ações: viabilizar a Parceria Pública Privada e criar pacote de incentivos fiscais e creditícios para atrair mais investidores de TI. Segundo o presidente em exercício da Fibra, José Luiz Diaz Fernandez, é preciso uma estratégia bem definida do governo nesse sentido. “As empresas que aqui se instalarem com aporte tão alto necessitam de garantias de que, por exemplo, as compras governamentais sejam direcionadas”, avalia.

Além disso, faz parte do projeto de governo empenhar altos investimentos na formação de mão de obra qualificada em todos os níveis. Neste sentido, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-DF) será um dos maiores parceiros.

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