Para inovar, as empresas precisam de estrutura, profissionais qualificados e investimentos. Nos momentos em que a economia desacelera e o custo do crédito se eleva, as pequenas e médias empresas enfrentam maiores desafios em busca de desenvolver novos produtos. Esse cenário mais difícil foi desenhado por uma pesquisa sobre inovação, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com líderes empresariais. Enquanto 54% das grandes empresas mantém suas próprias áreas voltadas à pesquisa, apenas 31,7% entre as pequenas e médias contam com esse tipo de estrutura dentro de suas instalações.
Quando o assunto é financiamento, 96,4% das pequenas e médias empresas investem seus projetos de inovação com recursos próprios. Isso ocorre, de acordo com o estudo, porque elas encontram, ao mesmo tempo, dificuldade de acessar recursos e pelo alto custo das linhas de financiamento.
O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) – uma das maiores redes privadas de soluções tecnológicas do Brasil – oferece apoio na forma de financiamento e infraestrutura para as empresas. Se você é pequeno ou médio empresário, veja como o SENAI pode facilitar suas ações de inovação.
1. Edital SENAI de Inovação
Desde 2004, o SENAI publica, anualmente, um edital em que oferece recursos financeiros não reembolsáveis para empresas de todos os portes desenvolverem seus projetos de inovação. Dos 531 projetos que já receberam recursos da instituição, 373 são para pequenas, microempresas e startups. O volume representa 59% de tudo o que já foi aprovado. A edição 2016 do edital foi lançada em 14 de março .
2. Laboratórios de inovação aberta
É possível contar com o apoio do SENAI mesmo antes de ter uma empresa formalizada. Uma rede de sete laboratórios abertos , credenciada ao programa SIBRATECShop do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, oferece a empreendedores suporte técnico, consultoria de gestão e acesso a equipamentos para construção de protótipos mecânicos e eletrônicos de novos produtos. O primeiro ano de atuação da rede possibilitou a atração de R$ 4,25 milhões em investimentos para que ideias de empresas iniciantes pudessem evoluir para um novo produto. Os laboratórios do SENAI estão localizados em Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Dourados (MS), Maringá (PR), Salvador (BA), Campina Grande (PB) e Manaus (AM). Em 2015, eles realizaram 407 atendimentos.
A maior parte das empresas que busca o SENAI está atrás de suporte para o aperfeiçoamento de seus modelos de negócios e a infraestrutura necessária para a fabricação de protótipos. Além destes serviços, a rede oferece preparação dos projetos para apresentação a investidores e editais de subvenção, o que aumenta as chances de a startup receber investimento. Parte dos serviços é gratuita e os empreendedores podem contar com subsídio do Sebrae para se beneficiar da estrutura. Informações sobre o aporte financeiro podem ser obtidas nas unidades do Sebrae nos estados ou no próprio laboratório.
3. Rede de Institutos SENAI de Tecnologia
O SENAI criou uma rede com 42 institutos de tecnologia que oferece estrutura física e corpo técnico orientados à prestação de serviços de tecnologia. Os 1.200 especialistas e consultores atuam em áreas como metrologia, consultoria em processos produtivos específicos de diferentes setores, entre outros. Entre janeiro e dezembro de 2015, foram 16 mil serviços para 42,5 mil empresas. As pequenas e microempresas responderam por 40% do total desses atendimentos.
4. Rede de Institutos SENAI de Inovação
Em setembro de 2013, o SENAI iniciou as atividades da rede de Institutos SENAI de Inovação , que já conta com 16 unidades em operação. Instaladas em nove estados, cada um tem uma área de competência específica. Entre elas, automação da produção; biomassa; eletroquímica; engenharia de polímeros; laser; logística; metalmecânica, metalurgia; sistemas embarcados e tecnologia da informação e comunicação (TIC). A meta do SENAI é ter 25 Institutos de Inovação em 13 estados em funcionamento até 2017.
Atualmente, a rede tem um total de 80 projetos contratados com pequenas, médias e startups, totalizando R$ 43,9 milhões em recursos. Esses valores representam 53% do número total de projetos contratados nos institutos e 28% do volume total de recursos de projetos contratados. As principais áreas industriais de atuação dessas empresas são eletroeletrônico, sucroalcooleiro, químico, cosméticos e perfumaria, biocombustíveis, metalmecânico, saúde e energia.
