Segurança digital e capacitação de mão-de-obra preocupam empresários no processo de digitalização das empresas

O debate foi durante o Encontro Econômico Brasil-Alemanha que termina nesta terça-feira (17), em Natal

"Para digitalização, de um lado precisamos de ferramentas apropriadas, de outro precisamos da segurança dos dados” - João Emílio Gonçalves

A transformação digital nas pequenas e médias empresas foi o foco do terceiro painel no Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EBBA), nesta segunda-feira (16), no Centro de Convenções de Natal. De acordo com o gerente-executivo de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), João Emílio Gonçalves, primeiro apresentador do tema, entre tudo que envolve a digitalização, o maior problema é a questão da segurança digital.

“Esta é uma questão bastante crítica que preocupa a todos os setores. Para digitalização, de um lado precisamos de ferramentas apropriadas, de outro precisamos da segurança dos dados”, afirmou.

Os debatedores explicaram que entrar de fato na era digital, hoje em dia, significa incorporar na operação das empresas, tecnologias recentes, como computação em nuvem, e-commerce, mobile marketing, inteligência artificial, machine learning e internet das coisas. “Há diversas formas de utilizar essas tecnologias para um aumento significativo de produtividade nas empresas. O ponto principal é não ignorar a digitalização das empresas e identificar rapidamente o impacto que novas tecnologias podem causar no negócio a médio e longo prazo”, explicou o CEO da Waelzhoiz, Hans-Toni Junius.

Junius também falou que é necessária uma mudança na cultura empresarial para implantação da indústria 4.0.

Em nível local, empresários entendem que é necessário implantar a indústria 4.0 nas empresas e passar pelo processo de digitalização com responsabilidade. Para o diretor de inovação da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), e diretor da Água Mineral Cristalina, Djalma Barbosa, o maior desafio é preparar as pessoas. “Além de promover a digitalização em nossas empresas através de softwares e equipamentos, precisamos capacitar a mão-de-obra para atuar nesta nova realidade empresarial”, afirmou.

O Encontro Econômico Brasil-Alemanha é realizado com o apoio da FIERN

A indústria 4.0 ou digitalização das empresas é considerada uma revolução no modelo de negócios que os empresários e trabalhadores estão acostumados. O debate mostrou que o que diferencia essa nova era é justamente o poder transformador que as tecnologias possuem.

“Muito além de melhorar processos, a digitalização provoca verdadeiras revoluções em modelos de negócio. São criados novos produtos e recursos digitais, como realidade aumentada e rastreamento de localização ao vivo. Surgem também novas formas de entregar produtos já existentes, como redes de streaming para filmes, séries e entretenimento em geral. Assim, a chamada indústria de fronteira está puxando a régua da competitividade a novos patamares. E o interessante é que estamos vivenciando essa transformação agora”, disse o empresário Ciro Melo, diretor do Sindicato da Indústria de Cerâmica para Construção (Sindicer /RN).

Para o gerente da WEG Digital, Marcelo Cruzeiro, o desafio da digitalização ainda é enorme para a maioria das empresas, e a história recente dos negócios mostra que esta transição completa será uma questão de tempo, e ignorar a era digital é um risco tremendo. Ele explicou que as empresas que puxam a onda da inovação e digitalizam seus produtos e processos, são as que se destacam no mercado. “Estamos completando, exatamente hoje, 58 anos no mercado, e sabemos da importância da digitalização. Para isso, precisamos sensibilizar sobre a indústria 4.0, orientar a respeito e fazer o investimento correto”, acrescentou.

O debate mostrou ainda, que entre exemplos de iniciativas que contribuem para o avanço empresarial, estão a difusão digital e a adoção de tecnologias, além da popularização de ferramentas por parte de médias e pequenas organizações. “Isso significa que, para se manterem competitivas, todas as companhias precisam se digitalizar ou adotar tecnologias para melhoria da produtividade” disse o diretor executivo do Fraunhofer Project, Davi Carlos Domingos. O Instituto Fraunhofer, em parceria com a CNI, trabalha com 26 Institutos SENAI de Inovação espalhados por todo Brasil.

O 37º Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EEBA) é realizado com o apoio da FIERN e termina nesta terça-feira (17), no Centro de Convenções de Natal.

SAIBA MAIS - Confira a programação do EBBA.

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