Nos últimos dois anos, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) levou quase 400 empresas em missão comercial ao Paraguai. A última ocorreu na semana passada, quando chegou ao país vizinho com 80 empresas, na comitiva liderada pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, numa missão em parceria com a Apex-Brasil. Os empresários participam atraídos pelos custos de produção menores do que no Brasil e os baixíssimos impostos. Na missão, eles conheceram as oportunidades de inserção no mercado paraguaio.
No país, as empresas estrangeiras pagam apenas 1% sobre o valor agregado ao produto dentro de seu território, se fizerem parte do Regime de Maquila, um programa criado em 2013 sob medida para atrair investimentos externos. Apenas no último ano, 42 empresas brasileiras levaram parte da produção para o país vizinho.
A ida das empresas para o Paraguai faz parte do esforço da CNI, em parceria com o governo, para promover a internacionalização das empresas. Quando elas se tornam multinacionais, elas fortalecem sua atuação dentro do Brasil. Primeiro, porque a indústria passa a perseguir padrões diferenciados de qualidade. Segundo, porque ela se torna capaz de competir com os estrangeiros dentro do Brasil. E, depois, aumenta suas exportações a partir do Brasil, pois precisa abastecer sua subsidiária estrangeira.
Além dos baixos impostos, os custos da mão de obra, água e energia também são grandes atrativos no Paraguai. O custo do empregado sobre a folha de pagamento no país é de 35%, enquanto no Brasil é de 110%. A energia é 70% mais barata do que aqui. “Com os investimentos no Paraguai, podemos desenvolver uma cadeia de valor na América do Sul, as empresas vão participar da integração produtiva”, diz o gerente-executivo de Comércio Exterior da CNI, Diego Bonomo.