Indústrias brasileira e chilena defendem avanço na negociação de acordos de comércio e de investimentos

Empresários das indústrias brasileira e chilena divulgam nesta quarta-feira (8), declaração conjunta com objetivo de influenciar os governos dos dois países a ampliar o atual acordo comercial

Empresários das indústrias brasileira e chilena divulgam nesta quarta-feira (8), declaração conjunta com objetivo de influenciar os governos dos dois países a ampliar o atual acordo comercial, restrito à questão tarifária, e firmar um Acordo de Facilitação e Cooperação de Investimentos (AFCI), que estimula os investimentos recíprocos. No fim de março, o Brasil assinou seus primeiros acordos de investimentos, com Moçambique e Angola. 

A declaração, assinada entre a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a representante da indústria chilena, a Sociedade de Fomento Fabril do Chile (SOFOFA), será entregue pela CNI aos Ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior ( MDIC ), das Relações Exteriores , e à Câmara de Comércio Exterior (Camex ) nos próximos dias como um pedido para que o governo brasileiro inicie as negociações bilaterais. O termo foi firmado durante missão empresarial da CNI para Santiago com a presença de 20 empresas que se encerra nesta quinta-feira (9). No grupo, estão representantes da Natura, Braskem e BRF, entre outros. 

A análise da CNI é de que o fortalecimento da relação bilateral neste momento de ajuste fiscal pelo qual o Brasil passa é uma oportunidade, uma vez que os acordos permitem acessar mercados e novas tecnologias e criar empregos no Brasil. Além do Chile, a CNI defende a ampliação da negociação com o México, Colômbia e Peru. 

"O atual cenário internacional e nacional impõe novos desafios para o Brasil e reforça a necessidade de convergência entre nossos países. Assim para a indústria brasileira o processo de integração econômica entre o Brasil e o Chile é prioritário", afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade. 

​​DEMANDAS DA INDÚSTRIA - O Chile é o único país com o qual o acordo de livre comércio feito pelo Brasil já cumpriu todo seu cronograma e está com tarifa zero para todos os produtos. O Acordo de Complementação Econômica nº 35, no entanto, é restrito à questão tarifária. A indústria defende que passe também a contemplar novos temas, como facilitação de comércio, serviços, propriedade intelectual, compras governamentais, barreiras técnicas e medidas sanitárias e fitossanitárias. O Chile é hoje o 11º parceiro comercial brasileiro, com participação de 1,8% no comércio exterior. Mas, das exportações brasileiras, 51% ainda são de produtos básicos. 

A demanda de que o país negocie um Acordo de facilitação e Cooperação de Investimentos, por sua vez, visa o aumento dos fluxos de investimentos recíprocos entre o Brasil e o Chile. A CNI acredita que as relações estão aquém de seu potencial. Atualmente, US$ 3 bilhões estão alocados em investimentos brasileiros no Chile, enquanto o Brasil é o destino prioritário dos investimentos chilenos - mais de US$ 20 bilhões alocados em áreas que vão do papel e celulose, ao varejo e energia. 

"O Chile oferece uma ótima oportunidade para as transnacionais brasileiras, seja pela importância do seu mercado, seja pelo fato de que a economia é uma plataforma de conexão com as grandes cadeias de valor da região mais dinâmica da economia internacional, a Ásia-Pacífico", afirma Robson Braga de Andrade. 

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