Empresários defendem ampliação de comércio entre Brasil e Chile

Em lançamento do Cebrachile, representantes de empresas e governos reafirmam importância de acordo de livre comércio entre os dois países. Conselho trabalhará temas estratégicos para as duas economias

Em 2019, o Chile foi o 8º parceiro comercial brasileiro, com US$ 8,4 bi em trocas comerciais

Representantes de empresas e governos do Brasil e do Chile enfatizaram nesta quarta-feira (23) a importância de se estreitar os laços e ampliar o comércio e os investimentos entre os dois países. Durante o lançamento do Conselho Empresarial Brasil-Chile (Cebrachile), eles ressaltaram que uma das prioridades nessa relação é colocar em vigor o acordo de livre comércio entre os dois países assinado em 2018.

O lançamento do conselho foi realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Sociedade de Fomento Fabril (Sofofa). O Cebrachile será o quinto conselho bilateral secretariado pela CNI e trabalhará temas estratégicos que contribuam para a melhoria do ambiente de negócios e impulsionem o comércio e os investimentos entre os dois países.O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, afirmou esperar que o atual momento seja uma fase definitiva de sintonia entre os dois países.

“Nossos governos compartilham valores de promoção da democracia, defesa dos direitos humanos e respeito aos princípios de livre comércio e de economias de mercado. São coincidências muito profundas de nossos projetos nacionais”, afirmou. “Essa é uma relação fundamental para a estabilidade e a prosperidade de nossos países e de toda a América do Sul”, disse.

Ernesto Araújo reafirmou o compromisso do Brasil com a abertura da economia, com a realização de reformas estruturais na economia e com as negociações comerciais com outros países. O ministro ressaltou que o governo pediu urgência, para a aprovação no Congresso Nacional, do acordo de livre comércio entre o Brasil e o Chile, o ACE 35. “É a nossa prioridade número um de acordos internacionais”, afirmou.

O ministro das Relações Exteriores do Chile, Andrés Allamand, disse que os empresários brasileiros e chilenos devem vislumbrar a relação bilateral não apenas frutífera e potente no âmbito econômico, mas também no internacional e político. O ministro chileno disse que o Chile considera o Brasil um grande sócio comercial e também um aliado estratégico na região.

“Vamos trabalhar juntos nos desafios que a região tem. Por exemplo, ter uma melhor governabilidade democrática e reduzir a pobreza. Para os empresários, há oportunidades que podem ser aproveitadas dos dois lados”, afirmou Allamand.

Empresários querem dar continuidade à agenda de acordos comerciais

Robson Braga de Andrade, presidente da CNI, ressaltou que o momento é de dar continuidade à agenda de acordos comerciais que permitam a integração entre os países, contribuindo para a ampliação de sua base produtiva.

“Queremos criar um ambiente favorável à atração de investimentos e à geração de empregos”, disse Andrade.

O presidente da CNI ressaltou a importância não apenas de colocar em vigor o acordo de livre comércio entre os dois países, mas também de ampliá-lo. “O texto é limitado e reitera regras acertadas no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC)”, afirmou.

Para o presidente da Sofofa, Bernardo Larraín, Brasil e Chile possuem economias complementares que oferecem grandes oportunidades para ambos os lados. A seu ver, é necessário aprofundar o comércio de bens e pessoas entre os países, bem como o livre fluxo de pessoas.

Larraín considerou ainda o desafio mundial diante da pandemia de Covid-19 e de mudanças como o aquecimento global demandam uma ordem internacional sólida e forte, e que os países enfrentam o desafio de se modernizar.

“Não creio que o processo de globalização vai terminar, mas sim que está se transformando e será de uma forma distinta do que é agora. Creio que isso representa uma oportunidade para esta parte do mundo, especialmente para o Brasil e o Chile, e precisamos aproveitar esse momento de forma cooperada e colaborativa”, afirmou.

Conselho reúne grandes empresas brasileiras e chilenas

O novo conselho é composto por empresas e entidades empresariais brasileiras e chilenas. Entre as companhias estão a Eurofarma, Stefanini, Weg e Grupo Tigre. Do lado do Chile, são aproximadamente trinta membros, entre eles B. Bosch S.A, Celulosa Arauco Y Constitucion S.A, Coca Cola Andina, Empresas CMPC S.A e Engie Chile S.A.

O Chile figura entre os países com os quais a indústria brasileira tem potencial relevante para expandir o relacionamento comercial e de investimentos. Em 2019, o Chile foi o oitavo parceiro comercial brasileiro, com participação de 2,1% na corrente de comércio do Brasil.

As trocas comerciais entre os dois países somaram US$ 8,4 bilhões no ano passado. Combustíveis minerais, automóveis e máquinas mecânicas estão entre os principais itens da pauta de exportação e importação entre os dois países. O fluxo de investimentos anunciados entre os dois países foi de US$ 41,038 milhões em 2019.

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