Feira de Hannover é marco para expansão da indústria do futuro

Feira teve cinco dias de exposição e debates sobre o futuro da indústria, e encerrou as atividades nesta sexta-feira

A Feira de Hannover atraiu quase 200 mil pessoas em busca de novas tecnologias

Após cinco dias de exposição e debates sobre o futuro da indústria, a edição de 2016 da Feira de Hannover encerrou as atividades nesta sexta-feira. Mas, o fim da exibição é o começo de uma nova etapa para que a Indústria 4.0 ganhe escala mundial, acreditam os alemães. "A próxima fase é a de comercialização. A tecnologia está pronta para ser usada e a caminho do chão de fábrica", afirmou Jochen Köckler, um dos diretores da Deutsche Messe, instituição que organiza grandes feiras industriais no país, em entrevista coletiva de encerramento da feira.

Junto aos Estados Unidos, país parceiro nesta edição, a Alemanha é referencia mundial no desenvolvimento de tecnologias que estão revolucionando a maneira de produzir. Segundo o diretor, o salão foi uma oportunidade para que grandes grandes potências industriais dialoguem para construir uma linguagem universal da manufatura avançada. "Para conectar produtos, máquinas, indústrias e pessoas em todo o mundo, precisamos chegar a padrões e tecnologias universalmente aplicáveis. Na Feira de Hannover, iniciamos o diálogo para que isso possa acontecer", disse.

"Identifiquei oportunidades de mercado, como abrir representação de empresas no Brasil. Além disso, pude ver o que os concorrentes, sobretudo dos Estados Unidos, estão fazendo", Luciano Rizzotto, diretor da Lycos

FUTURO - As mais de 190 mil pessoas que circularam nos 18 pavilhões da feira puderam ver a aplicação concreta das tecnologias 4.0. Aliás, 400 exemplos reais foram exibidos para ilustrar como as companhias têm trabalhado para desenvolver a integração e digitalização industrial. De acordo com a organização do evento, dois a cada três expositores apresentaram inovações técnicas ou melhoramento de produtos nesta edição. "Agora, a tarefa é implementar as soluções lançadas e dar vida a novos modelos de negócios", afirmou Friedhelm Loh, presidente do Conselho de Expositores da Feira de Hannover.
 

APRENDIZADO - Empresários brasileiros que participaram da feira consideraram a visita uma oportunidade para conhecer as tendências e buscar parcerias. "Identifiquei oportunidades de mercado, como abrir representação de empresas no Brasil. Além disso, pude ver o que os concorrentes, sobretudo dos Estados Unidos, estão fazendo", detalhou Luciano Rizzotto, diretor da Lycos. A empresa gaúcha, baseada em Caxias do Sul, fabrica principalmente equipamentos para elevação e movimentação de cargas.

Edmilson Schmitz, representante de outra industria gaúcha de Caxias, a Wiretec, aproveitou para buscar novos fornecedores e fazer negócios. A empresa dele produz chicotes elétricos - cabeamentos para interligação elétrica entre as partes, por exemplo, de um carro. "A gente também leva ideias de tecnologia e maquinário. Todo esse desenvolvimento tecnológico que apresentaram aqui tem que ser considerado. A implementação é cara, mas talvez o momento de fazer isso seja agora, quando a demanda está menor e você tem mais tempo para se planejar.", ponderou.

A missão à Hannover teve a participação de 16 empresas industriais brasileiras, lideradas pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande dos Sul (FIERGS), em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

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