Entidades empresariais de Brasil e Japão discutem agenda de cooperação para 2030

Compromisso contempla ações conjuntas do setor privado dos dois países para auxiliar governos no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

Diretor da CNI e membro do Conselho de Notáveis, Carlos Mariani apresentou agenda de cooperação das entidades empresariais de Brasil e Japão

Em linha com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), o Grupo de Notáveis do Brasil e do Japão, que reúne representantes dos setores produtivos dos dois países, firmou uma agenda de cooperação com prioridades para 2030. 

O compromisso bilateral foi anunciado no último painel da 22ª Plenária do Conselho Empresarial Brasil-Japão, que se encerra nesta terça-feira (30), em São Paulo, e contempla a construção de parcerias entre os países para as áreas de finanças, tecnologia, capacitação, cooperação e cooperação em ciência, tecnologia e inovação.

O Conselho Empresarial Brasil-Japão, secretariado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Federação Empresarial do Japão (Keidanren), recomendou aos governos dos dois países a abertura de negociações de um Acordo de Parceria Econômica (EPA) e o protagonismo na formulação e adoção de ações conjuntas pelo desenvolvimento sustentável, nos próximos 11 anos.

Segundo o diretor da CNI e representante da indústria no Grupo de Notáveis, Carlos Mariani, foram ressaltadas as grandes transformações por que passa a humanidade, como as mudanças trazidas pela Indústria 4.0, com crescente uso a automação e da internet das coisas (IoT, na sigla em inglês), por exemplo. “Os dois lados recomendaram a seus respectivos governos criar regras que favoreçam constantes inovações nos setores industriais”, afirmou.

Membro do Grupo de Notáveis, Luiz Fernando Furlan destacou temas de possível cooperação entre Brasil e Japão para cumprir ODS em 2030

OUTRAS ÁREAS – A agenda de cooperação parte de uma premissa de reposicionamento do Brasil e do Japão no atual processo de globalização frente a outras potências econômicas, como os Estados Unidos, a China e a Índia. Para enfrentar essa possível mudança, o Grupo de Notáveis propôs que os dois países se empenhem no desenvolvimento do capital humano até 2030. Também estão entre as prioridades eventuais parcerias para a expansão da produção agrícola necessária para atender o aumento da demanda mundial por alimentos. 

“O Brasil poderá expandir em 40% seu desenvolvimento agrícola tropical. Nesse esforço, o Japão será parceiro e poderá contribuir com aporte de crédito e seguro rural”, disse Mariani. “Entre os desafios futuros, há o imperativo de produção de alimentos de qualidade para atender a uma população que se expande, com poder de compra crescente e a preservação dos recursos naturais e do meio ambiente como um todo”. 

Moderador dos debates do último painel – que tratou de Indústria 4.0, mobilidade e energia limpa, meio ambiente, e eficiência na indústria –, o membro do Conselho Administrativo da BRF e do Grupo de Notáveis, Luiz Fernando Furlan, analisou os cenários de desenvolvimento do Brasil e do Japão nas temas da Agenda de Cooperação. “Estes são temas de possível cooperação entre os dois países, em que um país pode contribuir para o avanço do outro. O Brasil, por exemplo, está mais avançado na produção de energia limpa, mas está distante do Japão na sustentabilidade e em programas de reciclagem, por exemplo”, analisou.

Relacionadas

Leia mais

Conselho da CNI discute iniciativas do governo que impulsionam a Indústria 4.0 no Brasil
CNI e Keidanren defendem lançamento de negociações de acordo comercial entre Mercosul e Japão
Presidente da CNI reforça importância do apoio do Japão à entrada do Brasil na OCDE

Comentários