Empresários brasileiros e europeus discutem sustentabilidade e conclusão do acordo Mercosul-UE

Evento será transmitido pelo YouTube, na sexta-feira (30), das 9h45 às 12h, e contará com a presença do ministro de Relações Exteriores do Brasil e o vice-presidente da Comissão Europeia

A Confederação Nacional da Indústria (CNI), a BusinessEurope e a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) realizarão na sexta-feira (30) o webinar Acordo Mercosul-UE e o compromisso empresarial com a sustentabilidade.

O evento será transmitido pelo YouTube da CNI, das 9h45 às 12h. As inscrições podem ser feitas na página da CIP. O encontro conta com o apoio da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia. Veja a programação completa.

A abertura será realizada pelo presidente da CIP, António Saraiva, pela diretora de Relações Institucionais da CNI, Mônica Messemberg, e pelo diretor-geral da BusinessEurope, Markus Beyrer. Em seguida, o vice-presidente executivo da Comissão Europeia e Comissário do Comércio, Valdis Dombrovskis, falará sobre a implementação do acordo.

Às 10h35, haverá um painel sobre sustentabilidade com representantes de empresas como Bayer AG, Basf, BRF, Scania, Klabin e Salzburger Aluminium AG. O encerramento será realizado pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil, embaixador Carlos Alberto Franco França, e pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva.

Brasil reúne condições para cumprir compromissos ambientais do acordo

A conclusão do acordo entre o Mercosul e a União Europeia, em 2019, foi a principal conquista recente do Brasil, do bloco e do setor empresarial na agenda de acordos comerciais. O acordo permitirá uma abertura gradual da economia e impulsionará o fluxo de comércio e de investimentos entre os dois blocos. Essas são medidas fundamentais para a retomada da economia brasileira, sobretudo neste momento de enfrentamento da pandemia de Covid-19.

O acordo tem ainda um aspecto estratégico. Brasil e União Europeia têm assistido a uma queda importante dos fluxos de comércio na última década, de 36%, saindo de US$ 90 bilhões em 2011 para US$ 58 bilhões em 2020. Ao mesmo tempo, China e Ásia em geral têm crescido como fornecedoraa tanto do Brasil quanto da União Europeia em setores de mais alto valor agregado.

A CNI trabalhou ativamente para a retomada das negociações desse tratado ainda em 2012 e desde então se mantém na linha de frente para garantir a coesão do setor empresarial em prol do seu andamento. O próximo passo é a conclusão dos trâmites necessários e o início da internalização do acordo pelos membros dos dois blocos.

No entanto, a maior discussão hoje tem girado em torno do tema sustentabilidade. O encontro busca justamente demonstrar os benefícios econômicos e sociais do acordo e manter as ações da CNI para a sua implementação. O Brasil tem perdido mercado na União Europeia e vice-versa em setores diversos. O acordo é equilibrado e ajudará os dois lados a recuperar mercado e incrementar o PIB em quase 30 bilhões de euros, conforme estudo da própria London School of Economics. 

Na avaliação da diretora de Relações Institucionais da CNI, Monica Messemberg, o Brasil reúne todas as condições necessárias para cumprir os compromissos na área ambiental firmados no acordo.

“A implementação desse acordo pode impulsionar mundialmente a agenda ambiental bem como demonstrar a liderança e os ativos que o Brasil já possui nessa área e também no que tange às mudanças climáticas. Os padrões do Brasil, ambientalmente falando, já são mais avançados do que o de países com os quais a União Europeia já fechou acordo, como Coreia do Sul, Vietnã e Indonésia”, afirma a diretora.

Na indústria brasileira, 40% do consumo de energia provém de fontes renováveis

Dados da CNI mostram que a indústria brasileira já pode ser considerada uma das mais sustentáveis do mundo. Segundo dados do Balanço Energético Nacional 2020, 40% do consumo de energia do setor industrial em 2019 era proveniente de fontes renováveis. Um desempenho muito positivo se comparado com o dos demais países.

Em linha com o propósito de tornar a indústria cada vez mais sustentável, a CNI trabalha arduamente na agenda de maior inserção internacional e de desenvolvimento sustentável do Brasil.

Por exemplo, a entidade foi peça-chave na conclusão e internalização do Protocolo de Nagóia, que entrou em vigor em 2021 no Brasil. O protocolo garante aos países maior segurança jurídica nas relações comerciais que envolvem produtos derivados de recursos biológicos. 

A CNI trabalhou também para a concretização das ações de eficiência energética como uma política do Estado brasileiro. Desde 2016, o setor empresarial tem participado das decisões estratégicas do Procel (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica). O Programa é conhecido e respeitado em todo o mundo e, a partir de 2018, organismos internacionais como a International Energy Agency (IEA) começaram a apontar a eficiência energética como o primeiro combustível viável rumo a uma economia de baixo carbono.

Além disso, a CNI também vem trabalhando na construção de importantes marcos legais que permitam a expansão da produção econômica com o necessário cuidado ao meio ambiente, entre eles, o licenciamento ambiental e a economia circular.

Nos próximos meses, a entidade lançará uma cartilha sobre o tema de sustentabilidade ambiental e o Acordo Mercosul-UE. 

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