Comércio internacional deve ser o propulsor do crescimento econômico, diz Robson Braga de Andrade a empresários franceses

O encontro, que teve na pauta a cooperação em infraestrutura, energia e inovação, foi realizado pelo terceiro ano seguido em parceria com o Movimento de Empresas da França (Medef Internacional)

"Apoiamos a rápida conclusão do Acordo de Livre Comércio Mercosul-União Europeia" - Robson Braga de Andrade

Parceiros de longa data, Brasil e França têm fortes laços comerciais e diplomáticos. A relação é particularmente importante no momento de ajuste econômico vivido pelo Brasil. O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, defendeu, durante o III Encontro Empresarial Brasil-França, nesta terça-feira (16), que um dos caminhos para a retomada do crescimento da economia é ”a maior inserção no mercado internacional, sobretudo por meio do aprofundamento das relações comerciais e de investimentos com parceiros estratégicos”. Andrade reiterou que fortalecer a agenda entre os países é um objetivo prioritário da CNI. O encontro, que teve na pauta a cooperação em infraestrutura, energia e inovação, foi realizado pelo terceiro ano seguido em parceria com o Movimento de Empresas da França (Medef Internacional). 

Em 2014, o fluxo de comércio bilateral foi de US$ 8,6 bilhões, colocando a França na 13ª posição entre os principais parceiros brasileiros. Até 2013, o estoque de investimentos franceses no Brasil era de US$ 37 bilhões - o quinto país com maior volume de recursos -, enquanto as empresas brasileiras aplicaram US$ 1,2 bilhão na França. Ainda assim, a CNI acredita que há espaço para melhorar os valores e a qualidade da pauta de comércio e investimentos. Isso só será possível, segundo o presidente da CNI, com o desfecho de novos tratados. "Apoiamos a rápida conclusão do Acordo de Livre Comércio Mercosul-União Europeia. Não há como discutir uma melhora das relações comerciais entre nossos países sem avançar nessas negociações", declarou Robson Braga de Andrade. A Europa é o principal destino das mercadorias exportadas pelo Brasil. 

OPORTUNIDADES DE INVESTIMENTO - O presidente da Medef Internacional, Jean Burelle, lembrou que o comércio entre as nações cresceu, em média, 5% ao ano na última década, e que hoje existem cerca de 850 entidades francesas no Brasil, entre empresas e instituições. Ele frisou, também, a posição estratégica de seu país para a indústria brasileira. "A França é a porta de entrada para a Europa. Sabemos do momento do Brasil, mas minha mensagem é ambiciosa. O contexto, ainda que complexo, é fonte de oportunidades", disse. 

A visita da delegação francesa a Brasília, composta por representantes de cerca de 30 grandes empresas francesas e representantes de Estado, acontece dias após o governo brasileiro apresentar o Plano de Investimentos em Logística (PIL), que, até 2019, movimentará cerca de R$ 200 bilhões em obras de infraestrutura, por meio de concessão de portos, aeroportos, rodovias e ferrovias.  Os detalhes dos leilões foram conhecidos durante mesa redonda entre empresários franceses e representantes dos ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Carlos Gadelha e Ana Pessoa, e de Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), Maurício Muniz. 

As oportunidades do plano de concessões não passaram despercebidas pelos os investidores estrangeiros, que, no entanto, criticaram o excesso de burocracia e a dificuldade de operar no Brasil. "Conhecemos as complexidades do mercado brasileiro. Mas acredito que para construir o sistema ferroviário do país, é preciso ter operadores internacionais trabalhando em parcerias com empresas brasileiras. A presença de empresas estrangeiras é boa para o mercado, para a qualidade do serviço, para a competitividade do país e garante uma estrutura de alto padrão", afirmou Alain Bullot, presidente da Fer de France, operadora ferroviária francesa. 

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