CNI espera que Argentina volte a ser um mercado significativo para o Brasil

Embora ainda seja o principal mercado na América Latina, nos últimos anos, a Argentina tem perdido espaço nas relações comerciais brasileiras.Em números, as exportações nacionais caíram 42,4%, neste ano se comparado com janeiro a outubro de 2011

Com a posse do novo governo da Argentina e do presidente-eleito, Mauricio Macri, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) espera que o país vizinho recupere relevância como parceiro estratégico no comércio e no investimento do Brasil. Embora ainda seja o principal mercado na América Latina, nos últimos anos, a Argentina tem perdido espaço nas relações comerciais brasileiras. Em números, as exportações nacionais caíram 42,4%, neste ano se comparado com janeiro a outubro de 2011.

Além disso, em 2014, a Argentina perdeu para o Chile a primeira posição entre os destinos dos fluxos de investimentos brasileiros, conforme aponta o estudo Interesses da Indústria na América do Sul: investimentos, realizado pela CNI. A pesquisa mostra que, no ano passado, o Chile recebeu 41,6% do capital brasileiro, enquanto a Argentina ficou com apenas 25,2%, um percentual bem inferior ao verificado no biênio 2010/2011. Naquele período, os argentinos haviam recebido 46,5% e os chilenos 27,4%.

Em alguns setores, o Brasil ainda se destaca. O Brasil é o principal investidor no setor automotivo, com 29% de participação no estoque de investimentos setorial, e o segundo maior investidor em alimentos e bebidas (13%) e máquinas e equipamentos (7,4%). No primeiro caso, está atrás da Espanha (30%) e no segundo, dos Estados Unidos, que detém 36% de participação do mercado vizinho.

Segundo o estudo, a queda nos investimentos brasileiros na Argentina ocorreu devido à instabilidade macroeconômica, aliadas às políticas  restritivas ao capital externo, com episódios de expropriação e nacionalização de empresas que haviam sido privatizadas na década de 1990. “Há quatro anos a nossa agenda com a Argentina está parada. Agora vamos voltar os nossos olhos para um parceiro extremamente importante e analisar onde podemos avançar”, diz a gerente executiva de Negociações Internacionais, Soraya Rosar.

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