CNI debaterá prioridades do setor privado com grupo que levará propostas ao G20

Antes da plenária final do B20, que consolida contribuições da comunidade empresarial para as 20 maiores economias do mundo, entidade realizará, em 1º de setembro, evento com representantes do B20 Itália

Conceito de negócios internacional com empresário no fundo do horizonte da cidade com rede no mapa e luz solar
A CNI é a representante do setor privado para o B20, o braço empresarial do G20

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reunirá, nesta quarta-feira (01/09), representantes do setor privado brasileiro para debater as prioridades discutidas no âmbito do Business20 (B20, o braço empresarial do G20) e que serão entregues aos governos das 20 maiores economias do mundo. As propostas serão discutidas no Diálogo Global B20-Itália, reunião virtual com membros anfitriões do B20.

O documento final, com recomendações políticas e a posição da comunidade empresarial, será divulgado na plenária do B20, agendada para 7 e 8 de outubro, na Itália, país anfitrião do G20. Em novembro, os chefes de Estado e líderes de governo do bloco se reunirão em Roma. Assim, o encontro a ser realizado pela CNI, que é a representante do setor privado brasileiro no B20, é uma oportunidade para todas as entidades do setor privado de dialogar e alinhar demandas entre as principais empresas do mundo.

O Diálogo Global B20-Itália tem o apoio da Câmara Internacional do Comércio (ICC, na sigla em inglês) e será transmitido pela CNI a partir das 10h. As inscrições estão abertas no site do evento. Entre outros convidados, participam a chair do B20, Emma Marcegaglia, e o representante do governo brasileiro (sherpa) junto ao G20, o embaixador José Buainain Sarquis. 

Para o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, a atuação do setor privado brasileiro no B20 tem se tornado cada vez mais importante.

“No contexto da pandemia, o B20 teve um papel fundamental na discussão de como os países podem estar mais bem preparados no enfrentamento de crises, tratando não só da importância da resiliência das cadeias globais de valor e suprimentos, mas também da necessidade de uma retomada econômica e inclusiva”, afirma Andrade. 

A agenda do B20 em 2021

A CNI é a representante do setor privado para o B20. Em 2021, a representação brasileira nas forças-tarefas que compõem a comunidade empresarial bateu novo recorde. No total, são 34 membros nacionais nos sete grupos e no Conselho de Ação. Além disso, neste ano, foi lançada a iniciativa especial de empoderamento feminino, que atua de maneira transversal com outras áreas.

Gerente de Diplomacia Empresarial e Competitividade da CNI, Constanza Negri Biasutti destaca a importância da ampla representatividade brasileira.

“O B20 discute temas estratégicos para o setor privado brasileiro em todos os seus grupos de trabalho. Por isso, temos trabalhado para aumentar não só em número, mas em qualidade, nosso engajamento com o grupo. Assim, conseguimos representar e defender os interesses do setor produtivo de forma mais qualificada nessas discussões globais.” 

O Brasil tem ainda uma representação de destaque no Conselho de Ação em Sustentabilidade e Emergências Globais, que foi instituído com foco nas crises sanitárias e na recuperação econômica sustentável. Pela primeira vez, um brasileiro ocupa a posição de co-chair de um dos grupos de discussão do B20.

Na função está o ex-CEO de empresas, como a GranBio, Tetra Pak, Aché e InterCement, Paulo Nigro. Ele estará no evento, que terá também a participação do sherpa italiano do B20, Marco Felisati, e dos chairs das forças-tarefas de Comércio e Investimento, Barbara Beltrame, e de Transformação Digital, Maximo Ibarra.

Conheça as 7 forças-tarefas do B20 e os representantes brasileiros:

Comércio e investimento: CNI e Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
- Energia e eficiência de recursos: CNI, Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) e Unilever.
- Finanças e infraestrutura: Amazon.
- Integridade e compliance: BRF, FGV, Hinode, Magazine Luiza e Pró-Integridade. 
- Saúde e ciências da vida: Diageo, Sandoz e Novartis Biociências.
- Trabalho e educação: CNI, FIESC, GM, Natura e Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).
- Transformação digital: CNI, SENAI, Amazon, Tower Three e Novartis Biociências.

Diálogo global com o B20

Evento: Apresentação das prioridades e atualizações das Forças-Tarefas e do Conselho de Ação do B20
Quando: 1º de setembro (quarta-feira)
Horário: 10h às 11h30
Inscrições e programação: clique aqui

Grupos de engajamento

O G20 possui grupos de engajamento não governamentais, que têm a missão de reunir recomendações em diferentes áreas. Assim, funcionam como suporte na formulação de políticas públicas das principais economias do mundo. Por isso, esses grupos são formados todos os anos e trabalham para entregar as propostas com certa antecedência da última cúpula do G20. O objetivo é que, assim, haja tempo para análise do material, com o intuito de subsidiar os líderes globais.

Assim como o B20, que reúne o setor empresarial para trabalhar em ideias para o desenvolvimento econômico, há o Labour20 (L20), que trata das questões trabalhistas, o Civil20 (C20), de sociedade civil, o Science20 (S20), de ciência e tecnologia, o Women20 (W20), relacionado a questões de gênero, o Think20 (T20), formado por especialistas para pesquisas e sugestões de ideias globais, o Urban20 (U20), sobre cidades e o Youth20 (Y20), de juventude. Os grupos de engajamento são presididos pelo mesmo país que está à frente do G20 no ano, que, em 2021, é a Itália.

Sobre o G20

Com presidência anual e rotativa, o G20 é formado por 20 membros permanentes: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, EUA, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e o bloco da União Europeia. Cada cúpula também conta com países convidados a participar pela presidência anual.

O trabalho do grupo segue duas trilhas: a de finanças e política, guiada por sherpas. A primeira é focada no debate sobre a economia global e temas financeiros, com a atuação direta de ministros da área. No Brasil, a coordenação é do Ministério da Economia, com participação do Banco Central. A trilha de sherpas, coordenada no país pelo Ministério das Relações Exteriores, abrange diversos temas, como trabalho, energia, comércio internacional, saúde e meio-ambiente. 

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