Ministra Luciana Santos destaca atuação do comitê da MEI para a recomposição do FNDCT

Encontro com líderes empresariais ocorreu dois dias após envio ao Congresso Nacional de projeto de lei para abrir crédito suplementar no valor de R$ 4,18 bilhões ao orçamento do Fundo

Presente à reunião do Comitê de Líderes da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), nesta sexta-feira (31), em São Paulo, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, destacou a atuação dos membros da MEI e da Confederação Nacional da Indústria (CNI) nos esforços para assegurar a recomposição integral do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), o principal instrumento público de incentivo do Brasil.


É muito simbólico estar aqui hoje para parabenizar vocês pelo papel de resistência para garantir a existência do FNDCT. Sem essa atuação junto às comunidades científicas e acadêmicas seria impossível derrubar o veto da gestão anterior e permitir a recomposição integral do Fundo”, afirmou Luciana Santos.


O encontro da MEI ocorreu dois dias após a publicação no Diário Oficial da União (DOU) com mensagem da Presidência da República ao Congresso Nacional, no qual pede a abertura de crédito suplementar de R$ 4,18 bilhões ao orçamento do FNDCT em 2023.

FNDCT pode ter quase R$ 10 bilhões em 2023

Com a aprovação da proposição pelo Congresso Nacional, o valor integral do FNDCT para 2023, que alcançará R$ 9,96 bilhões, ficará disponível para apoiar projetos de desenvolvimento científico e tecnológico, divididos entre operações reembolsáveis e não reembolsáveis.

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, conduziu o encontro, que reuniu mais de 200 líderes empresariais, representantes do governo federal e da academia. Ele enfatizou o momento propício de diálogo com a atual gestão e pastas ministeriais estratégicas para a agenda da reindustrialização.


Nós estamos entusiasmados com os desafios e as missões que teremos pela frente. E esperamos que o governo crie uma política industrial capaz de possibilitar a retomada da indústria brasileira”, destacou.


“O Brasil tem uma grande oportunidade de fazer isso agora, e a virada de chave é priorizar a reforma tributária, instrumento capaz de resolver entraves que fazem com que os nossos produtos percam em competitividade quando saem das fábricas”, explicou Andrade.

“Retomamos um relacionamento histórico a partir do reconhecimento da relevância da CNI e da MEI para o fortalecimento do ecossistema da ciência, tecnologia e inovação, bem como para o desenvolvimento econômico e social do país”, enfatizou a ministra Luciana Santos.

MEI: 15 anos de avanços para a indústria brasileira

Na abertura do encontro, o presidente Robson Braga de Andrade destacou a trajetória de 15 anos da MEI e sua importância para o avanço da inovação no país. Formado por cerca de 500 líderes empresariais, o movimento visa estimular a estratégia inovadora das empresas brasileiras e ampliar a efetividade das políticas de apoio à inovação por meio da interlocução construtiva e duradoura entre a iniciativa privada, academia e o setor público.

“Ao longo de sua trajetória, a MEI atuou, de forma decisiva, em importantes conquistas do ecossistema de inovação brasileiro. Nestes 15 anos, os integrantes têm trabalhado, com muita competência, para fazer da inovação a principal estratégia de expansão das empresas e do desenvolvimento econômico e social do Brasil”, afirmou Andrade. 

Durante a reunião de Comitê de Líderes da MEI foi realizado o lançamento do Caderno de Resultados da MEI de 2022. A publicação detalha reuniões, ações dos Grupos de Trabalho, resultados do Congresso de Inovação, do Prêmio de Inovação e dos demais projetos da MEI e parceiros.

Retrato da ecoinovação no Brasil

Também foi apresentado, no encontro, o Tendências, desafios e oportunidades da ecoinovação para a indústria no Brasil. O estudo é resultado de uma parceria entre a CNI, por meio de iniciativa da MEI, e a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), vinculada ao Conselho Econômico e Social das Nações Unidas. 

A publicação reúne dados inéditos sobre ecoinovação no Brasil, aponta tendências e chama a atenção para oportunidades e desafios que precisam ser trabalhados para que o país se torne um protagonista internacional de inovação e sustentabilidade. 

“Nos últimos 15 anos fizemos mais do que uma defesa pela inovação, e tem muito a ser feito para que a indústria brasileira saia do atraso em comparação ao cenário mundial. Temos agora uma oportunidade nas mãos e um convite para que todos se engajem numa fase focada na ecoinovação”, avaliou o presidente da GranBio Investimentos e líder do Grupo de Trabalho - Inovação e Sustentabilidade da MEI, Bernardo Gradin. 

Empresas da MEI são mais inovadoras que as demais do país

Os resultados mais recentes da Pesquisa de Inovação Semestral (Pintec), com dados coletados em 2021 e prospecções até 2023, revelam que empresas que integram a MEI possuem maior potencial de competitividade e priorizam investimentos em inovação. Entre as empresas que integram a Mobilização, 63,9% indicaram a pretensão de investir em pesquisa e desenvolvimento em 2023. Ao comparar proporcionalmente com o restante das empresas consultadas, esse número cai para 58,4%. 

A essa parcela da indústria brasileira também é observado melhor desempenho em relação à taxa de inovação de produtos, investimentos em inovações voltadas para o mercado nacional e mundial, entre outros.  Entre a taxa de cooperação e parcerias firmadas com institutos de pesquisas, fornecedores e startups, a diferença é de 84,4% entre empresas integrantes da MEI contra 41,7% de empresas sem adesão. 

Os dados foram apresentados pelo gerente de Pesquisas Temáticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Flávio José Peixoto, e pelo professor da Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ) João Carlos Ferraz. 

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