O diretor de Operações do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Gustavo Leal, trouxe para o cerne do debate do Exame Fórum Amazônia, que foi realizado na terça-feira (26), no Centro de Convenções Studio 5, em Manaus (AM), a questão da implementação da indústria 4.0 no Brasil.
"Será que vai acabar a necessidade do trabalho humano? '', a indagação feita por Leal não é novidade, já que dentro da evolução do processo de industrialização a relação homem x máquina sempre protagonizou polêmica e aqueceu o debate, mas, na era digital, os dados mostram que no ano passado foram vendidos 380 mil robôs, o que representa um número 30% maior que os comercializados no ano anterior, de acordo com Gustavo Leal.
''O conceito de indústria 4.0 vem da escola Alemã de indústria e engenharias e trabalha com quatro etapas distintas. A primeira trata da digitalização da informação e conectividade. Feito isso vem a transparência, ou seja, os dados vão mostrar o que está acontecendo no processo produtivo, para em seguida iniciar a capacidade preditiva e por fim a adaptabilidade, a fase em que o sistema, após analisar todos os dados pode definir e escolher a solução mais adequada'', explicou Leal.
Para Gustavo Leal, mesmo que atualmente um robô possa desempenhar com maestria a função de um médico ou um jornalista, as empresas ainda devem investir na qualificação da mão de obra humana, visto que a falta de qualificação aparece como principal fator dentre as barreiras que dificultam adoção de novas tecnologias, seguida por fatores como a insuficiente infraestrutura de telecomunicações do país, dificuldade para identificar tecnologias e parceiros, ausência de linhas de financiamento apropriadas entre outros.
Durante a palestra, Leal apresentou serviços de suporte desenvolvidos pelo SENAI para a implementação dos pilares da indústria 4.0 e listou as principais oportunidades para indústria brasileira se tornar mais produtiva como enxugar processos produtivos, requalificar trabalhadores e gestores, adotar tecnologias disponíveis e de baixo custo e investir em pesquisa, desenvolvimento e inovação.
EXAME Fórum Amazônia - Empresários, políticos, agentes políticos e jornalistas participaram do evento que provocou debates e reflexões sobre temas como desafios da nova revolução industrial, a chamada indústria 4.0, e questões como Zona Franca, logística, sustentabilidade, biotecnologia, saneamento básico e manejo de recursos hídricos. Os painéis foram mediados pelo diretor Editorial do Grupo Exame, André Lahóz.
A cobertura completa do evento terá destaque na próxima edição da revista Exame que será lançada no início de julho.