Empresas brasileiras recorrem à legislação de outros países para garantir investimentos em inovação

Usar a proteção ao conhecimento de maneira estratégica dá às empresas a oportunidade de obterem resultados mais rápidos e eficazes para sua operação

O caminho entre o desenvolvimento de uma inovação e sua chegada ao mercado é longo. Parte dele diz respeito ao sistema de propriedade intelectual, sem o qual não há segurança jurídica para a exploração comercial de qualquer invenção. Mais do que um conjunto de instrumentos que possibilitam simplesmente proteger o novo conhecimento gerado, usar a proteção ao conhecimento de maneira estratégica dá às empresas, instituições públicas e seus profissionais a oportunidade de obterem resultados mais rápidos e eficazes para sua operação.

Quais países são estratégicos para solicitar a patente? Financeiramente vale a pena pedir diferentes tipos de proteção para o mesmo produto? O sigilo industrial pode substituir a proteção por patente? A diretora de propriedade intelectual da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Patrícia Leal, afirma que os aspectos relativos à proteção das inovações devem estar presentes desde a fase de modelagem dos projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D). “Aquela estratégia de depositar patente por depositar já está ultrapassada. Hoje se lança mão de recursos de proteção quando se tem uma estratégia de valor”, explica.

Um dos esforços do Programa de Propriedade Intelectual da Confederação Nacional da Indústria (CNI), desenvolvido em parceria com o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), é exatamente fortalecer o uso estratégico do sistema dentro das empresas. A Agência CNI de Notícias conversou com empresas para compreender sua atuação dentro do sistema. Veja alguns exemplos.

Para o superintendente do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Paulo Mól, é importante entender que, no mundo dos negócios, ideias, inovações e outras expressões da criatividade humana são convertidas em propriedade privada protegida por lei por meio do sistema de propriedade intelectual. Enquanto propriedade, os frutos concebidos para educação, trabalho, transporte, comunicação, saúde e lazer são comercializados como ativos intangíveis de grande valor econômico.

Sobre o Programa de Propriedade Intelectual da CNI
Há dez anos, o Sistema Indústria celebrou um convênio com o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) com o objetivo de formar as bases de um Programa Nacional de disseminação da cultura e uso estratégico da propriedade intelectual. O Programa de Propriedade Intelectual para Inovação na Indústria foi lançado em 2010. Suas ações de capacitação e difusão acontecem em todo Brasil, por oferta e demanda, em parceria estreita com as federações de indústrias nos estados. Para se ter uma ideia da dimensão, em cinco anos a ação de capacitação a distância para jovens, oferecida gratuitamente pelo SENAI em propriedade intelectual, já atingiu cerca de meio milhão de estudantes.

Mais de 400 empresários e empreendedores já receberam curso de noções básicas de propriedade intelectual para negócios. O Programa também dissemina o tema da propriedade intelectual em conteúdos adequados para públicos-alvo estratégicos por meio de publicações. Já foram publicados Guias de Propriedade Intelectual para empresários, docentes, jornalistas, magistrados e recentemente para exportadores. Todas as publicações são gratuitas e podem ser acessadas pela internet.

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