Apoio público e boa gestão de riscos são essenciais para a inovação, dizem especialistas

Bate-papo virtual "Rumos da Indústria", que reuniu quatro especialistas no tema, foi base para discutir a importância de superar barreiras para a inovação no país

"A inovação implica conexões para todos os lados. Ninguém inova sozinho” - Paulo Mól

Com uma base industrial formada de micro, pequenas e médias empresas, o Brasil precisa de uma agenda de inovação focada na modernização de gestão e tecnologia e, principalmente, em parcerias.

“Quando o  empresário toma decisão de inovar, ele mobiliza uma cadeia enorme de agentes, sejam fornecedores, empresas parceiras ou estudantes. A inovação implica conexões para todos os lados. Ninguém inova sozinho”, pontuou o diretor de Inovação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Paulo Mól, durante a última edição do bate-papo virtual Rumos da Indústria , promovido nesta quarta-feira (28).

O debate, que reuniu quatro especialistas no tema, foi base para discutir, principalmente, a importância de superar barreiras para a inovação no país, que se concentram nas áreas de financiamento, formação de pessoas e propriedade intelectual.

“No mundo inteiro, é incontestável a importância do apoio dos governos à inovação, seja por incentivos fiscais ou legislação. E isso precisa ser feito com celeridade. Se é preciso esperar até um ano para conseguir um financiamento, muitas vezes a realidade do mercado já mudou”, argumentou o presidente da Empresa Brasileira para Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), João Fernando Gomes de Oliveira.

É exatamente nesse entrave que a Embrapii começa a atuar, explica João Fernando."Para aplicar uma nova ideia, ela precisa ser formatada. Sua produção e durabilidade precisam passar por testes. Essa fase intermediária do processo envolve gastos grandes e riscos altos. As empresas têm dificuldade de tomar decisão pra investir nesse momento”, detalha.

Criada a partir de uma rede de iniciativas e laboratórios, a Embrapii é uma organização social com objetivo de estimular pesquisa e desenvolvimento no setor industrial. Isso é feito por meio de apoio financeiro a institutos de tecnologia e empresas para testar a viabilidade de novas ideias e realizar estudos de escala e provas de conceito.

RISCOS – Mediador do debate, o colunista da Revista Época e especialista em gestão da inovação Clemente Nóbrega enfatizou a importância das empresas lidarem bem com riscos durante os processos de mudanças. De acordo com o presidente da 3M no Brasil, Jose Varela, a “cultura da celebração do sucesso e da tolerância ao erro” é um dos motores de inovação na empresa.

“É preciso ter apetite pelo risco e incentivar as ideias. Na 3M, temos 15% de taxa de sucesso entre os novos projetos. O restante é descartado. Essa é a cultura da inovação”, exemplificou. Na empresa, 5% das vendas são revertidas para pesquisa e desenvolvimento, o que equivale a mais de R$ 100 milhões por ano. Frutos dessa iniciativa inovadora, 40% dos produtos colocados à venda pela 3M foram criados recentemente, nos últimos cinco anos.

HANGOUT - Esta foi a terceira edição do Rumos da Indústria , que promove debates sobre relevantes temas para a sociedade brasileira. O bate-papo é realizado via hangout, ferramenta de videoconferência da rede social Google+ que permite transmissões ao vivo.

Assista ao vídeo com a íntegra do hangout sobre inovação:

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