Competidores brasileiros comemoram o final das provas. Vai Brasil!
Os cerca de mil competidores de 53 países que disputam medalhas nas 46 ocupações do WorldSkills, o maior torneio de educação profissional do mundo, que neste ano ocorre em Leipzig, na Alemanha, esperam os resultados das provas que se encerram neste sábado (6). Pela manhã, ainda havia competidores completando as tarefas. Os ganhadores das medalhas de ouro, prata e bronze e dos diplomas de excelência em cada uma das 46 ocupações serão anunciados na cerimônia de encerramento do torneio neste domingo (7), às 19h30 (horário local e 14h30, horário de Brasília). A transmissão poderá ser acompanhada pelo site do evento.
O Brasil disputa medalhas em 37 ocupações da indústria e do setor de serviços, como soldagem, mecatrônica, fresagem, tornearia, eletricidade predial, tecnologia da moda. Para esta edição, o Brasil aumentou em 50% o número de ocupações em que participa. No time brasileiro, trinta e sete competidores saíram de cursos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e outros quatro do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC).
O Brasil competiu em 25 modalidades no WorldSkills Londres realizado dois anos atrás, quando ficou em segundo lugar entre os países competidores. A pretensão agora é chegar à edição brasileira, em agosto de 2015, com representantes em todas as ocupações. “Para Leipzig, fizemos uma aposta de risco controlado”, explica o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi. “Algumas das modalidades, principalmente as estreantes, estão pagando o custo necessário do aprendizado”, diz ele. Mesmo assim, o Brasil deve manter-se entre os primeiros lugares no ranking final junto a países como Coreia, Alemanha, Japão e China.
EXPECTATIVA POSITIVA – Nas provas, o paulista Henrique Santana, competidor da ocupação fresagem CNC, projetou no computador e acompanhou a execução pela máquina fresadora de três peças em metal. De acordo com ele, tudo ocorreu dentro do previsto no treinamento. “Estou confiante numa medalha”, diz o competidor. Ele garante que não se deixou abater pela ansiedade.
Rafael Wenderson de Sousa, que disputa o ouro em soldagem, foi dos primeiros a concluir as tarefas. Nas 18 horas de trabalho da sua ocupação, teve de trabalhar com quatro tipos de solda (eletrodo revestido, MAG, TIG, arame tubular) e três tipos de materiais (aço carbono, aço inox e alumínio) para unir peças utilizadas na indústria. Com o término das provas, serão feitos testes de raio-x, capazes de identificar se o trabalho foi eficaz.
AVALIAÇÃO – Com o término das provas, os avaliadores se reúnem para discutir os resultados apresentados em cada bancada do torneio. Essa equipe analisa o trabalho de acordo com os critérios que constam nos descritivos técnicos de cada ocupação. A necessidade de apresentar eficiência até o final dos processos é o que mais aproxima a competição da realidade do mundo do trabalho. Nas áreas de metalmecânica (fresagem, tornearia, manufatura), por exemplo, as medidas das peças criadas valem quase metade dos pontos. Na elétrica, são avaliados principalmente o funcionamento dos sistemas e os possíveis defeitos.
A soldagem mostra bem como os critérios do WorldSkills estão comprometidos com a realidade da indústria. O vaso de pressão, uma das peças montadas pelos competidores, é utilizado no transporte de combustível. “Precisa estar perfeito para não haver risco de vazamento. Imagina os problemas que isso acarreta”, explica o competidor brasileiro Rafael Sousa.
Ao final da fase de avaliação, o grupo de delegados técnicos (um representante de cada um dos 53 países) aprova e homologa os resultados das 46 ocupações. Se a contagem de pontos entre os medalhistas for menor que dois pontos, o lugar no pódio é dividido entre as equipes. A classificação dos países é divulgada posteriormente com a contagem de pontos de todo o time e o número de medalhas.
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