A contribuição do Serviço Social da Indústria (SESI) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) para o Brasil foi o principal ponto ressaltado pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, durante apresentação que fez ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli. Ao lado de presidentes de federações estaduais da indústria e de diretores da CNI, Andrade recebeu o magistrado, na manhã desta terça-feira (18), em um café da manhã na CNI.
Robson Andrade destacou que o SENAI emprega 27 mil profissionais e tem 2,3 milhões de alunos matriculados nos 26 estados e no Distrito Federal. Ele mencionou a excelência dos técnicos formados pela instituição, ao lembrar que o Brasil ficou em primeiro lugar na WorldSkills – a copa do mundo de profissões técnicas –, em 2015, e na segunda colocação, em 2017. Os competidores brasileiros são formados majoritariamente por estudantes do SENAI na competição realizada a cada dois anos.
“Estamos investindo R$ 3 bilhões em 26 institutos de inovação e 58 de tecnologia, com o apoio do Instituto Fraunhofer (da Alemanha), do MIT (Massachusetts Institute of Technology) e da Universidade de Stanford”, enfatizou o presidente da CNI. “Só para citar um bom exemplo de produto desenvolvido pelos institutos, no Paraná criamos uma tinta retrátil para automóvel que se regenera”, acrescentou.
Andrade também apresentou dados relativos ao SESI. Ele observou que a instituição tem 1,2 milhão de alunos matriculados em educação básica e atende a 4 milhões de trabalhadores beneficiados com serviço de saúde e segurança no trabalho. Atualmente, o SESI tem 33 mil profissionais e oito centros de tecnologia.
PESQUISA - Robson Andrade mencionou pesquisa realizada pelo Ibope, divulgada na última quinta-feira (13) pela CNI, segundo a qual 72% dos brasileiros avaliam o SESI como bom ou ótimo e 79% consideram o SENAI bom ou ótimo. Os números mostram ainda que 87% dos empresários industriais conhecem o SESI e 98% conhecem o SENAI, ainda que apenas de ouvir falar. “A indústria representa 22% do PIB, 32% dos impostos federais e 25% da Previdência Social. A indústria exporta 111 bilhões de dólares e emprega 9 milhões de trabalhadores do Brasil. Hoje, o maior problema que temos é o de segurança jurídica”, concluiu o presidente da CNI.
BUROCRACIA - Em discurso voltado para os empresários, Dias Toffoli apontou como imprescindível para o desenvolvimento do país a redução da burocracia e da insegurança jurídica. “Sempre haverá do ponto de vista jurídico o risco, o que não é aceitável é a incerteza. Tenho procurado trazer a previsibilidade para o meio jurídico. Ela é fundamental”, afirmou o ministro. “O resultado das eleições mostra que a população quer mudanças. Temos que destravar e desburocratizar o Brasil”, acrescentou.
Para o presidente do STF, algumas reformas são imprescindíveis para o Brasil, mas, na avaliação dele, elas precisam ser feitas sem que haja acréscimos à Constituição. Ele defendeu uma união entre os poderes e à sociedade para a resolução dos três problemas que enumerou como prioritários: reforma da Previdência; reforma tributária e fiscal; e da segurança pública.
“O Brasil não vai conseguir fechar as suas contas num prazo curto se nós não resolvermos isso. E vamos perder mercado, principalmente, para produtos de outros países. Se o Brasil der sinais de que vai destravar a nossa burocracia, o sistema jurídico e a gestão, os investimentos virão para o país”, destacou Toffoli.
Para exemplificar, o magistrado alertou que, se a China resolver construir 10 portos, as obras começarão no dia seguinte de uma forma completamente desburocratizada. “No Brasil, a média de tempo para se ter autorização chega a 10 anos. Isso diz muita coisa e a população sente isso porque não tem emprego, não tem desenvolvimento. Só tem uma maneira de mudar isso. É nos unirmos em um projeto nacional”.