Jovens brasileiros disputam mundial de panificação

O tradicional Campeonato Internacional de Jovens Padeiros testou a criatividade, rapidez e capacidade de produção de cozinheiros de onze países. Foi a segunda participação do Brasil no torneio

Seis horas e meia para colocar a mão na massa e produzir, individualmente, mais de 300 unidades de pães clássicos e recheados, entre peças rústicas, brioches, croissants, sanduíches, pães doces e uma escultura feita com a massa. Esse foi o desafio do Campeonato Internacional de Jovens Padeiros, realizado em abril, na cidade de Valência, na Espanha. O torneio acontece há 47 anos e, pela segunda vez, contou com a participação de uma equipe verde-amarela, que conquistou a sétima colocação geral entre os países participantes.

O time brasileiro foi formado por dois paulistas de apenas 20 anos de idade, com formação técnica em Alimentos: Lucas Henrique de Alcântara e Lucas Francisco Mariano. “Ganhamos muito conhecimento e mostramos que o Brasil tem grande capacidade de criar e desenvolver bons produtos. Nossa postura e nossa técnica foram elogiadas pelos avaliadores e outros participantes, o que, para nós, já é uma grande vitória”, comemora Lucas Alcântara que, em 2017, defendeu a panificação brasileira na WorldSkills, maior competição de educação profissional do mundo.

Orgulhoso com o resultado, Lucas Francisco Mariano conta que os países adversários tinham um nível de competitividade muito alto, com técnicas refinadas e forte tradição em panificação. Mas, o tempo de prova foi o maior desafio. “Era um prazo muito curto para entregar tantos produtos. Não tinha muito o que pensar, a gente tinha que colocar em prática o que sabia e não podia se perder”, lembra.

No primeiro dia de prova, os jovens padeiros tiveram uma hora e meia para o mise en place – preparação de ingredientes; e, no segundo, seis horas e meia para produzir mais de 300 unidades dos mais variados tipos de pães, cuidando da fermentação, cocção, recheio, modelagem e decoração. A produção foi avaliada quanto a apresentação, técnica e sabor; mas os competidores também tinham que ficar atentos à quantidade de itens produzidos para cada categoria e ao peso de cada unidade. O regulamento previa desconto nos pontos para erros nesses quesitos.

PREPARAÇÃO - Os cozinheiros brasileiros passaram por um treinamento intensivo no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) para a competição. Sob a orientação da instrutora Thais Luiza de Almeida, dedicaram-se ao aprendizado de novas técnicas, utilização de matérias primas e aperfeiçoamento de processos, durante um mês e meio, em tempo integral.

Além de lapidar a parte prática, a preparação focou na atuação em equipe. Os instrutores do SENAI trabalharam a interação dos competidores, o profissionalismo durante a competição e a superação de erros e problemas inesperados nos processos culinários. “Saber trabalhar coordenadamente foi nosso diferencial. Fomos o único país a entregar todos os produtos com a bancada limpa e de maneira organizada”, comemora Mariano.

Organizado pela União Internacional de Padeiros e Confeiteiros (UIBC), o Campeonato Internacional de Jovens Padeiros é de grande importância para o setor de panificação mundial e tem como objetivo revelar jovens talentos na profissão de padaria. Cada país compete com uma equipe de até dois participantes, com menos de 26 anos de idade. Na edição 2018, além do Brasil, competiram Alemanha, Bélgica, Chile, Espanha, França, Holanda, Portugal, Suécia, Tailândia e Turquia. China e Rússia estiveram presentes como observadores.

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