Mais higiene na hora do banho de astronautas no espaço. Esse é o projeto da equipe paulista AC/DC da Escola Eduardo Gomes, de São Caetano do Sul (SP), que vai disputar o Torneio Nacional de Robótica do Serviço Social da Indústria (SESI), no Rio de Janeiro, de 15 a 17 de março.
Os times desta temporada vão se basear pelo tema "Em órbita", que exige novas ideias para o espaço sideral.
O projeto da equipe tem um gel específico para o banho, já usado no espaço, em que a química do produto não deixa a pele oleosa e ainda a deixa hidratada com um perfume próprio. Por isso, foi criado um novo jeito de usar o gel. As células mortas são removidas após o banho, dando a sensação de frescor.
O técnico da equipe, José Reginaldo Pereira, 47 anos, conta a eficácia da ideia. “Atualmente eles tomam banho com pano molhado e isso não cumpre uma higiene completa daqueles que estão no espaço. E lá é importante você ter uma boa higiene porque você está num ambiente fechado e pode ter o desenvolvimento de bactérias ou coisas parecidas. Enquanto hoje em dia eles usam 4 litros para tomarem um banho, com o gel vão usar 15ml”, explica Pereira.
A equipe foi criada em 2007. Com a vitória na etapa regional do torneio em dezembro do ano passado, em Jundiaí (SP), se classificou para a etapa nacional da competição. "O nosso grande objetivo é disputar para aprender. Isso é o que norteia a equipe", comenta o técnico.
Aprendizado - Para Eduardo Tamaributi, 14 anos, a equipe passa por aprendizado técnico importante na área. “Estamos conseguindo entender os conceitos de um processo científico que é participando de um torneio. Essa parte do processo científico na nossa equipe está trazendo um ganho intelectual muito grande para a gente”, opina o aluno.
“O ponto mais importante que a robótica está ensinando para a gente é que o trabalho em grupo vai ajudar muito na vida acadêmica. Nisso, o ponto principal do torneio é ensinar as crianças a trabalhar em conjunto e respeitando as ideias dos outros. Isso é o que está sendo levado mais em consideração”, conclui o jovem.
Na opinião do supervisor técnico educacional do SESI-SP, Ivanei Nunes, a competição faz os alunos pensarem em problemas diferentes do que vivem no dia a dia. “Eles já começam a entender que nessas viagens existe a perda muscular, óssea, que tem o problema de solidão, depressão e insônia. A questão dos recursos para a vida humana como água e energia solar. Então eles vão se deparando com problemas que no cotidiano eles nunca imaginavam que existissem nas missões espaciais”, complementa Ivanei.
O torneio - Cada time deve ter obrigatoriamente dois treinadores: técnico e mentor; e de 2 a 10 competidores.
O torneio tem quatro avaliações: Projeto de Pesquisa para colocar as ideias no papel; Design do Robô para desenvolvê-lo; Desafio do Robô é quando a equipe tem de cumprir missões com o próprio robô; e por final, a Core Values, quando são avaliados os valores morais da equipe.
SAIBA MAIS - Quer saber mais sobre robótica? Acesse o site do Festival de Robótica.