Equipes de robótica recebem capacitação para etapa nacional do Torneio FLL

Ao todo, 60 equipes de diversos estados do país, estarão reunidas na arena montada no Centro de Convenções Ulysses Guimarães e serão submetidas a avaliações, em quatro categorias

Toda equipe campeã precisa ter um bom elenco, treinar e estudar o adversário. Além disso, a experiência da equipe técnica faz toda a diferença para orientar, transmitir confiança e conhecimento. Com a robótica também funciona assim, por isso, o Serviço Social da Indústria (Sesi-MT) promoveu, no último sábado (07/02), o encontro entre o desenvolvedor da LEGO Zoom, Ivan Seidel, e os alunos do Sesiescola de Várzea Grande, com o objetivo aprimorar a capacidade de programação e lógica dos alunos. A equipe se prepara para a etapa nacional do Torneio de Robótica First Lego League (FLL), que acontecerá entre os dias 13 e 15 de março, em Brasília. 

Ao todo, 60 equipes de diversos estados do país, estarão reunidas na arena montada no Centro de Convenções Ulysses Guimarães e serão submetidas a avaliações, em quatro categorias. A disputa é para conquistar a única vaga da final, que ocorre em abril, nos Estados Unidos. 

O Sesiescola Várzea Grande participa pela primeira vez da competição que conta com experientes equipes, de todo Brasil. Para contribuir com os treinos dos alunos, que representarão Mato Grosso, Seidel deu dicas para minimizar a imprecisão do robô, identificar as probabilidades e fontes de erros que podem prejudicar a realização das missões (movimentos realizados pelo robô em uma mesa, como marcar um gol e pegar argolas).

Segundo Seidel, 20 anos, que compete há nove anos e integra o quadro de juízes do torneio, a equipe de Várzea Grande está no caminho certo. Para ele, não existe robô perfeito, por isso é preciso treinar muito para errar pouco e este contato com os alunos é semelhante ao trabalho realizado por um técnico num time de futebol.

“A vitória vem com a experiência. Sei disso, pois minha equipe só venceu após dois anos competindo. A integração da equipe e sua dedicação também fazem a diferença. Hoje tem muita gente com experiência competindo, por isso é preciso aperfeiçoar cada vez mais a programação e a estrutura do robô, que é o que está ao nosso alcance, já que há vários fatores externos que influenciam, como a mesa, a parte mecânica e as rodas, das quais não temos controle. Nós instrutores, com mais experiência, complementamos o trabalho que a equipe já faz. Somos como um atalho para que eles cheguem mais rápido à vitória”, explica o estudante de automação que sonha em criar soluções digitais e tecnológicas que sejam úteis no dia a dia das pessoas. Uma delas já é real: o segurador de sacola, que tem mais de 10 mil downloads e pode ser impressa a partir de uma impressora 3D.

Para o líder e programador da Young Creators, João Lucas Avelar Lemos, 14 anos, que está no 1º ano do Ensino Médio, as dicas do desenvolvedor deverão contribuir muito para o desempenho da equipe na competição. “Com as dicas dos juízes de Goiânia e, agora, do Ivan, já melhoramos bastante os movimentos do robô. Estamos muito motivados e dando o nosso melhor, principalmente porque a próxima etapa está perto”, destaca.

Aplicativo para disléxicos

No torneio de robótica, não somente o desempenho do robô de lego conta pontos. Cada equipe também deverá apresentar formas inovadoras de ajudar alguém a aprender, seja com novas ferramentas, tecnologias ou técnicas de ensino. O Sesiescola de Várzea Grande aposta no aplicativo para celular, desenvolvido para disléxicos, que deverá ficar pronto no início de março, revela o técnico da equipe, Jackson Pereira.

“Vamos testá-lo não somente com disléxicos, mas também com alunos mais novos, pois ele contribui para o aprendizado de maneira geral. Nossa expectativa é passar para a etapa mundial e já estamos cuidando dos passaportes. Sabemos que vamos bater de frente com equipes mais experientes, mas a competição é nova para todos, estamos todos no páreo para o mundial. Confio nesta equipe que tem feito um bom trabalho e treinado muito. Além das atividades que fazemos na escola, eles continuam estudando, por conta própria, quando chegam em casa. Eles e nós, da equipe técnica, nos apaixonamos e nos envolvemos muito com este projeto”.

Próximo torneio

A equipe Brotherhood, do Sesiescola de Cuiabá, também participou do encontro. Eles se preparam para o próximo torneio, que tem como pergunta “Qual a melhor forma de lidar com o lixo no mundo?”. É isso que os times terão que explorar, o mundo do lixo, e encontrar soluções inteligentes para tratar dessa importante questão em nosso planeta.

Para a temporada 2015/2016, o objetivo da Brotherhood é melhorar tudo o que foi apresentado na etapa regional, que ocorreu em Goiânia. Montador da Brotherhood, Pedro Lucas Marques, 12 anos, 8º ano do Ensino Fundamental, conta que, com o início das aulas, também começará a pesquisa para o novo projeto. “Primeiro vamos terminar o jogo online para autistas, que será testado e lançado pelo Sesi, depois vamos pensar no nosso tema. Enquanto isso, vou torcer para o Young Creators. Eles vão ter a experiência de passar por mais uma etapa, que nós não tivemos, e vão saber usar isso para o próximo torneio”, avalia.

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