Ensino profissional é aposta do MEC para aumentar interesse de jovens por estudos

Em reunião coordenada pela CNI, em São Paulo, ministro Aloizio Mercadante defende que ensino médio integrado ao técnico pode ajudar a reduzir evasão nas escolas

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, aposta na maior integração dos ensinos médio e profissional para reduzir a evasão de alunos e aumentar o interesse de jovens de 15 a 17 anos pela escola. Segundo ele, um dos principais desafios da educação brasileira é melhorar o índice de cobertura do ensino médio, que hoje está em 52%.  “A solução que temos buscado é via ensino técnico e profissionalizante, é o grande esforço do Pronatec (Programa Nacional de Educação Tecnológica)”, disse, nesta sexta-feira, 30 de novembro, em São Paulo, durante reunião da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), movimento coordenado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) que estimula a inovação nas empresas. 

A previsão do governo federal é de oferta de 8 milhões de vagas no ensino profissionalizante dentro do Pronatec. Em um ano de atividade do programa, o número de matrículas chegou a 2,14 milhões de vagas, sendo que metade foi ofertada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), que é o principal parceiro do governo neste projeto. A partir desta iniciativa, e outras voltadas ao ensino profissional, o MEC espera duplicar as matrículas nessa modalidade até 2022. 

Além da maior oferta de educação profissional técnica de nível médio, o ministro Mercadante adiantou que a mesma estratégia deverá ser utilizada na educação de jovens e adultos, para essas estudantes saiam das escolas com uma profissão. “Queremos oferecer pelo menos 25% das matrículas do EJA à educação profissional nos ensinos fundamentais e médio”, afirmou diante dos empresários que integram a MEI. 

IMPACTO NA PRODUTIVIDADE – A má qualidade da educação básica preocupa o setor produtivo por prejudicar a formação dos trabalhadores e interferir na produtividade da indústria. O diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi, disse que, apesar de a participação do ensino profissional ter aumentado na educação brasileira, ainda há um nível de desinformação muito grande sobre esta modalidade de ensino já que no país a mentalidade de formação profissional está muito voltada ao curso superior. “Muitos dos salários de nível técnico são altamente competitivos com os de curso superior”, destacou. 

Um levantamento feito pelo SENAI com as 21 ocupações técnicas mais demandadas apontou que a média de salário inicial estava acima de R$ 2 mil, podendo chegar a R$ 6 mil após dez anos. “O ensino profissional pode ser uma opção para os 18 milhões de jovens que não tem o passaporte para o mercado de trabalho e, principalmente, para os 5,3 milhões que nem estudam nem trabalham”, pontua.

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