Disciplinas de exatas são caminho para profissões do futuro

O aprendizado de Biologia, Física, Matemática e Química abre um leque de oportunidades no mercado de trabalho para quem tem sede em aprender

O bom desempenho em robótica rendeu a João Victor e à sua equipe a classificação para participar de um torneio na Agência Espacial Americana, a NASA

O filme “O Homem Bicentenário” conta a história de um robô que passa a morar na casa de uma família para executar tarefas de manutenção. A produção americana foi uma inspiração para João Victor Quintanilha, 18 anos. Apaixonado por ciências exatas, estudou na Escola SESI SENAI Vila Canaã, em Goiânia, do ensino fundamental ao ensino médio. Foi lá que o jovem teve o primeiro contato com a robótica. “Nas aulas da disciplina, eu vi a teoria sendo transformada em prática, em realidade", explica o estudante goiano, que também fez o curso técnico de Processos Gráficos, no SENAI.

Além da robótica, João Victor investiu na criação de projetos científicos. Em 2016, ele participou da Olimpíada do Conhecimento, uma realização do Serviço Nacional de Aprendizagem Industria (SENAI) e do Serviço Social da Indústria (SESI). Ele integrou a equipe Gametech Canaã, cujo projeto ficou em 4º lugar entre os mais de 300 apresentados no programa Inova SENAI. “Foi uma experiência única, porque eu nunca tinha visto uma competição daquela magnitude. Eu fiquei muito grato por ter conseguido chegar à OC. Eu só tive essa oportunidade graças ao SESI e o SENAI”, agradece o jovem cientista. 

A equipe apresentou o protótipo Plastisseiro, um travesseiro feito com copos e sacolas plásticas descartáveis. “O projeto envolveu as ciências exatas, pois foi necessária uma pesquisa sobre proporção, cálculo e quantidade de plástico utilizado, e abrangeu também física e matemática no processo”, relata Quintanilha.

A partir do Plastisseiro, o currículo do estudante decolou. Ele e sua equipe desenvolveram outros projetos científicos, que incluíam a construção de um robô, e conseguiram uma credencial para apresentá-los na Agência Espacial Americana, a NASA. “Lá tivemos a chance de participar de um torneio com mais de 50 equipes do mundo. Apresentamos nossa ideia, competimos com o nosso robô e obtivemos um dos melhores resultados", conta.

João Victor Quintanilha é um dos milhares de estudantes que aprendem robótica nas escolas SESI de todo o país. Atualmente, 459 unidades em todos os estados e no Distrito Federal ofertam o programa no currículo, tanto no ensino fundamental como no ensino médio. “A robótica prepara os jovens para o futuro, como cidadãos e profissionais, a partir do desenvolvimento de competências e habilidades e do estímulo ao trabalho colaborativo”, explica o diretor de Operações do SESI, Paulo Mól. 
 

“A interação torna o aprendizado mais atrativo, ainda mais se envolver gamificação, que tem tudo a ver com exatas”, conta Arthur das Chagas (2º da esq para a direita)

DA INFÂNCIA À PROFISSÃO - Desde pequeno, Arthur Lygeros das Chagas, 35 anos, se interessava pelas disciplinas de exatas. “Foi uma influência muito grande do meu irmão. Ele tinha alguns brinquedos que tinham relação com ciências, como alquimia e jogos eletrônicos”, conta o gerente técnico dos Laboratórios de Microbiologia e Físico-Química do Instituto SENAI de Tecnologia em Alimentos e Bebidas, no Rio Grande do Sul. 

A paixão pelas disciplinas fez de Arthur Lygeros mestre no assunto. Depois de concluir o ensino médio, seguiu a carreira em Química por incentivo de um professor. Hoje, está na reta final da pós-graduação em Análises Laboratoriais em Alimentos e Bebidas, na Faculdade de Tecnologia SENAI Chapecó. “Minha rotina atual é elaborar planilhas e resolver equações. Eu, sou responsável, ainda, pela revisão dos relatórios que envolvem cálculos para chegar em um número de microrganismos. Além disso, preciso fazer cálculos de solução”, conta. 

O gaúcho sempre estudou em escolas públicas e lembra que a metodologia era muito tradicional. Para ele, o ensino médio precisa de mais dinamismo. “A interação torna o aprendizado mais atrativo, ainda mais se envolver gamificação, que tem tudo a ver com exatas”. A utilização de games é um recurso que usa dinâmicas de jogos para engajar os estudantes a resolver problemas e melhorar o aprendizado.

Na plataforma do SESI Matemática, é possível monitorar o que o aluno está fazendo, identificar se ele desenvolveu ou não a habilidade que esperávamos, caso não, a gente consegue trabalhar de forma personalizada, explica Hélio França

JOGOS E CONHECIMENTO - A realidade de aprender jogando já é possível para estudantes do SESI e SENAI. O programa SESI Matemática é um exemplo dos recursos tecnológicos das instituições em favor da aprendizagem lúdica. Criado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN), em 2012, o programa tem uma metodologia que prioriza a resolução de problemas, contextualização, interdisciplinaridade e personalização da aprendizagem. 

“O SESI Matemática utiliza games para o ensino da Matemática, em consonância com o Ministério da Educação. Na plataforma, é possível monitorar o que o aluno está fazendo, identificar de uma forma muito rápida se ele desenvolveu ou não a habilidade que esperávamos, caso não, a gente consegue trabalhar de forma personalizada, para aumentar o alcance em um curto intervalo de tempo do que se espera”, explica o coordenador da Divisão de Conteúdo da Educação Básica do SESI do Rio de Janeiro, Hélio França Braga.

PROFISSÕES DO FUTURO - Com os avanços tecnológicos e a automação dos processos, os profissionais precisam de novas habilidades para atender às demandas do mercado de trabalho. Para o diretor de Operações do SESI, Paulo Mól, a Instituição está preparada para formar o profissional do futuro. "As habilidades requeridas, nesse novo cenário, dependem de criatividade e conhecimento técnico – quesitos imprescindíveis para operação de máquinas, absorção de novas tecnologias e programação. É nas escolas que desenvolvemos essas características. Além disso, é preciso saber trabalhar em grupo e desenvolver soluções”, destaca o diretor.

O SESI ainda oferece aulas de robótica, como modalidade de aprendizado, tanto no ensino fundamental quanto no ensino médio.  "A robótica influencia o interesse pelas ciências exatas porque em si, elas já são fundamentais. Quando se participa dos torneios, principalmente, na hora da montagem de robôs e da construção de equipamentos, os fundamentos da Matemática e Engenharia estão presentes."

Diretor de Operações do SESI, Paulo Mól fala sobre o papel dos professores no contexto da Indústria 4.0. Confira:

SAIBA MAIS
Projetos como a robótica e o SESI Matemática farão parte da Escola do Futuro, dentro da Olimpíada do Conhecimento, entre 5 e 8 de julho, em Brasília. Promovida pelo SENAI e pelo SESI, a Olimpíada é uma forma de estimular o interesse dos jovens pela educação profissional e apontar as tendências no mundo do trabalho. Em sua 10ª edição, o evento busca conscientizar os brasileiros da importância da formação dos profissionais responsáveis pela sociedade do futuro. 

10º edição da Olimpíada do Conhecimento
5 a 8 de julho de 2018
Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília, próximo à ponte JK
Entrada gratuita. 

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