Destino educação: como o Colégio Embraer está ampliando o acesso de jovens ao ensino superior

Aprovação em universidades de ponta é superior a 80%. Iniciativa atrai ex-alunos da rede pública com ensino de excelência

“Quem está no ensino fundamental sempre sonha em entrar numa boa escola”, diz Lucas Izidio da Silva, 16 anos, de São José dos Campos (SP). No caso dele, aconteceu. Ele, que sempre estudou em escola pública, passou no processo seletivo do Colégio Embraer e agora cursa o segundo ano do ensino médio.  

A escola é uma iniciativa do Instituto Embraer e tem duas unidades, em São José dos Campos (SP) e em Botucatu (SP). O compromisso da instituição é oferecer educação de qualidade no ensino médio a 720 estudantes por ano, sendo que 80% são ex-alunos da rede pública com bolsa integral.

Quer outro dado de tirar o fôlego? A taxa de aprovação em universidades de ponta, entre públicas e privadas, é de 84%.

Autonomia de voo   

Ao longo de 21 anos desde a abertura do colégio, já passaram pelas salas de aula mais de 4,7 mil estudantes, sendo que a grande maioria vem de famílias com até um salário mínimo e meio de renda por pessoa.   

O diretor do Instituto Embraer, André Tachard, explica que o objetivo da iniciativa é promover um impacto social positivo na comunidade, apoiar a parcela da população que mais precisa, sobretudo quando o assunto é educação de qualidade. "É um público que teria uma imensa dificuldade em relação a outros alunos para ingressar nas principais faculdades do Brasil”, explica.   

O foco no ensino médio também é proposital, pois é uma fase com maior evasão escolar, especialmente para as pessoas com baixa renda. “O jovem de 15, 16 anos tem que começar a trabalhar pra ajudar a família e acaba deixando a escola”, complementa. 

A educação é a forma que o Instituto Embraer encontrou de chegar a um nível de transformação profunda do indivíduo, com um efeito cascata. 

Conquistando novos horizontes    

Muitas vezes passar por uma adaptação pode ser desafiador, mas com certeza fica mais fácil quando se tem bons professores, infraestrutura e grade curricular completa para estudar em período integral. “É um choque de realidade quando você chega, pega o crachá, pega seu material e veste o uniforme, é uma sensação de conquista”, comemora Lucas.

Quando a gente vê nossos colegas que se formaram passando na USP, na UNICAMP, e a gente fica com uma sensação de que vai dar certo, diz Lucas

O sonho dele é passar em direito, de preferência na Universidade de São Paulo (USP). Enquanto essa fase não chega, ele treina a oratória por meio do projeto Simula Jovem ONU, no qual os alunos assumem o papel de diplomatas e, ao representar diversos países, discutem assuntos relevantes da agenda internacional.   

“É uma grande oportunidade que a gente tem não só de estudar, mas também de evoluir como indivíduo. É um lugar onde moldamos o nosso caráter. Aqui, a gente entra de um jeito e sai de outro, mas sempre pra melhor”, conta.

Todos os caminhos levam até... a Embraer!    

O Colégio Embraer estava entrando no terceiro ano de funcionamento quando Leonardo Rodrigues passou no processo seletivo para a unidade de São José dos Campos (SP). Formado em 2005, a próxima parada foi a Escola Politécnica da USP, considerada uma das melhores faculdades de engenharia do país.

Como o mundo dá voltas, já engenheiro, Leonardo fez outra escala em São José dos Campos, desta vez na Embraer. "Quando iniciei minha vida profissional, sempre ouvi bons feedbacks de pessoas que trabalharam na Embraer. Quando apareceu a oportunidade, não foi muito difícil tomar a decisão de vir pra cá", diz.   

Em nove anos de casa, ele já passou por algumas posições na terceira maior empresa de aviação comercial do mundo. “Comecei na área de desenvolvimento de produto e trabalho para a aviação comercial desde 2018. Nesse momento, estou saindo da engenharia e indo para a estratégia corporativa”, conta.  

Olhando pra trás, Leonardo acredita que a passagem pelo Colégio Embraer o credenciou para chegar aonde está. 

“Não teria condições financeiras de estudar em um colégio que me desse os subsídios pra entrar na universidade que entrei”, comenta. 

Nem só de engenheiros se faz uma empresa de aviação. O administrador Danilo Silva Pereira, 27 anos, atua na área de preços e propostas. Ele se formou no Colégio Embraer de São José dos Campos (SP) em 2012 e cursou administração na Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), em Minas Gerais.

A escolha do curso foi fechada por meio do Programa Para Universitários, em que a escola ajuda o estudante a entender suas aptidões e conhecer carreiras próximas ao perfil de cada um.

Leonardo e Danilo estudaram no mesmo colégio, trabalham na mesma empresa, mas só se conheceram no momento da entrevista. Ambos nutrem um sentimento bem parecido pelos tempos de escola e pelo que a oportunidade representou para a vida de cada um.

“Hoje tenho dois menininhos de 7 meses, o Enrico e o Matteo. É um futuro ainda um pouco distante, mas sem dúvidas se estiver morando em São José, adoraria que eles estudassem lá, pois sei que é um ambiente muito bom, minhas experiências foram ótimas”, conclui Leonardo.

Hoje, 43 ex-alunos do Colégio Embraer compõem o quadro de funcionários da Embraer.

Apoio estendido durante a universidade      

O Instituto Embraer também mantém um programa de suporte aos jovens de baixa renda que entram na universidade.

O Programa Revoar é fruto de parceria com a ONG Instituto Semear e oferece bolsas para jovens de baixa renda ao longo do primeiro ano da graduação.

Qualquer pessoa pode ajudar a manter a iniciativa. Saiba como apoiar!

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