A voz é um precioso instrumento de trabalho dos professores. Por isso, é muito importante cuidar bem delas. As fonoaudiólogas Fabiana Zambon e Mara Behlau, autoras do Bem-estar vocal: uma nova perspectiva de cuidar da voz, produzido pelo Programa de Saúde Vocal do Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro – SP) em parceria com o Centro de Estudos da Voz (CEV), dão dicas de como cuidar bem das cordas vocais:
- A voz humana é resultado da passagem do ar pela laringe, que faz com que as cordas vocais vibrem e produzam os sons da fala.
- Condições de temperatura; estado de ânimo e de saúde; alimentação e estresse podem alterar a qualidade da voz.
- Para manter o bem-estar vocal, o professor precisa dosar o tempo de fala dentro da sala de aula. Recomenda-se fazer pequenos intervalos entre as explicações para a voz se recuperar.
- Intercale as explicações com outros recursos didáticos, como vídeos, trabalhos em grupo ou dinâmicas.
- Nos dias em que estiver mais cansado ou gripado, por exemplo, fale mais baixo; mais devagar; use frase curtas e diretas e evite longos períodos de fala.
- Evite competir com ruídos externos. Fechar a porta, se aproximar dos alunos e chamar a atenção com palmas podem ser boas alternativas. Peça silêncio com a voz mais grave e firme.
- Em dias de festas ou de atividades realizadas em espaços abertos, usar apito ou bater palmas é bem mais saudável do que gritar.
- Não fale virado para a lousa. Isso vai exigir um tom de fala ainda mais alto para que os alunos te compreendam.
- Manter-se hidratado melhora as condições de vibração das pregas vocais e dilui o muco espesso. Por isso, tome goles de água durante a aula.
- Evite pigarrear. Isso irrita as cordas vocais e pode favorecer o aparecimento de lesões nos tecidos da laringe.
- Cuidar da alimentação é cuidar da voz: alimentos pesados e muito condimentados podem prejudicar a digestão, favorecer o refluxo gastroesofágico, provocar rouquidão e limitar a respiração, o que dificulta a fala.
- Professores com problemas de voz podem sentir-se frustrados e ansiosos, podem ter que mudar seu estilo de aula, falar menos ou repetir a mesma coisa para serem compreendidos. Isso compromete as atividades de trabalho, a vida social e o equilíbrio emocional.
- Procure um fonoaudiólogo e um médico otorrinolaringologista se você perceber que sua voz fica rouca e mais cansada no fim do dia do trabalho ou se sintomas como ardência, dor de garganta, perda da voz persistirem por mais de 10 ou 15 dias.