Competidores do SENAI de Mato Grosso disputam seletiva da WorldSkills em Curitiba

Estudantes da cidade de Rondonópolis tiveram de enfrentar 1,7 mil quilômetros de viagem para participar do maior torneio de educação profissional do mundo

Estudantes de Mecatrônica, Vinicius Jardim, 21 anos, Willon Santos, 20, e Matheus Souza, 20, contaram os segundos para o início da seletiva da WorldsKills Competition – maior competição de educação profissional do mundo. Eles são os três primeiros representantes do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) de Rondonópolis a entrar na disputa. Para isso, viajaram cerca de 1700 km até Curitiba, onde, além do clima frio, terão de enfrentar competidores de várias regiões do país.

Competidores da seletiva da WorldSkills

As provas da ocupação de Manufatura Integrada, da qual representam, ocorrem nesta semana do dia 18 a 22 de julho e definem quem são os brasileiros que devem integrar a equipe que luta por uma vaga na última fase da competição que ocorrerá em Abu Dabhi, capital dos Emirados Árabes Unidos, em 2017. É lá que serão decididos os melhores do mundo em cada uma das profissões técnicas que participam do torneio.

Há um ano, Santos participou do desenvolvimento de um projeto envolvendo a criação de um robô para a indústria, foi o que despertou nele o interesse de aprofundar ainda mais os conhecimentos. E assim, estudando das 7h30 às 22h, praticamente todos os dias, que o jovem se preparou para a seletiva. “Não teve um só dia que eu não pensasse no único objetivo de representar o Brasil no mundial, dei o máximo para chegar aqui e vou lutar até o último instante pela medalha de ouro”, pontuou.

Ao todo, serão 13 competidores do estado que disputam uma vaga no torneio internacional. O SENAI/MT terá representantes nas ocupações de Manufatura Integrada, Tecnologia da Moda, Aplicação de Revestimento Cerâmico, Eletrônica, Construção de Moldes em Concreto, Jardinagem e Paisagismo, Mecatrônica, e Movelaria.

Souza disse ter se inspirado na equipe anterior a dele, que representou Mato Grosso na etapa nacional. “Colocar em prática tudo que aprendi em sala de aula foi uma oportunidade que talvez eu nunca tivesse se não na preparação para a seletiva. O que define um campeão são os detalhes e vamos focar neles”, pontuou.

Para chegar à próxima fase da disputa os jovens precisam desempenhar com perfeição e rapidez o projeto de um robô que coleta objetos, transita em ambientes hostis e supera obstáculos. Foi assim que Vinicius Jardim aprendeu sobre circuitos eletrônicos, por exemplo. “Foram horas e horas de estudo e dedicação. Hoje sinto que sou um verdadeiro profissional com as habilidades necessárias à área de atuação que escolhi”, afirmou.

Quem acompanha os jovens durante a disputa é o professor e supervisor de Manufatura Integrada, Diego Andrade, que competiu na etapa nacional em 2012 e se tornou avaliador em 2014. Segundo ele, o mais difícil quando se trata de um torneio internacional é a capacidade de se moldar frente às adversidades para saber o próximo passo dentro da prova. “O autocontrole faz toda a diferença nessa hora e esse foi um dos objetivos trabalhados durante os treinos. Agora é concentrar e fazer o que eles já sabem”.

Para a diretora regional do SENAI/MT, Lélia Brun, a competição é uma oportunidade ímpar para os estudantes mostrarem talento e atraírem a atenção das empresas contratantes. “Um jovem que se dedique a competir em um mundial já sai com o diferencial de quem aplicou na prática os conhecimentos, alguém que teve de inovar, criar soluções para problemas complexos e ainda aprendeu a lidar com as pressões do tempo e dos ambientes, ou seja, é um profissional realmente completo. É por isso que os nossos estudantes têm preferência na hora da contratação. Acreditamos que eles vão nos orgulhar mais uma vez”, conclui.

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