A casa dos alunos do SENAI do Rio Grande do Sul é feita de madeiras reaproveitadas de espécies da região

Começou na sexta-feira (11), a execução dos projetos do desafio da Casa Popular Inteligente, na Olimpíada do Conhecimento em 2016, em que os competidores deverão contruir uma moradia com baixo impacto ambiental e que ajuda o dono a economizar nas contas de água e energia. Ao todo, a tarefa terá duração de, no máximo, 20 horas para a construção de uma casa para duas pessoas em um terreno de 4 m². Os projetos devem contemplar aspectos como conforto, acessibilidade, reaproveitamento, redução do consumo de água e geração de energia elétrica, com possibilidade de venda do excedente para concessionárias. Os custos com a construção não podem ultrapassar R$ 50 mil. 

Na prova, participam estudantes do SENAI de cinco estados – Espírito Santo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia e Santa Catarina – e do Distrito Federal. Em cada equipe, há oito competidores com competências diferentes, nas áreas de instalações hidráulicas e de aquecimento, instalações elétricas prediais, movelaria, construção em alvenaria e aplicação de revestimentos. 

ACESSIBILIDADE – A equipe do Espírito Santo apostou em materiais e tecnologias para manter a casa mais fresca por dentro, como telha PVC com tecnologia italiana, já fabricada no estado, e venezianas externas que impdem a luz solar penetrarem nos vidros das janelas e aquecerem o ambiente. Além disso, o projeto possui recursos que facilitam o uso por deficientes físicos, como armários que se movem e deixam os produtos na altura do cadeirante. A equipe capixaba também construiu um sistema de coleta de água da chuva e reaproveitamento da água da máquina de lavar roupa. 

Wesley da Silva, de Rondônia, foi o vencedor do desafio individual de hidráulica

A casa dos alunos do SENAI do Rio Grande do Sul é feita de madeiras reaproveitadas de espécies facilmente encontradas na região, como o pinus e o eucalipto. “As cantoneiras e paredes são feitas com sobras de madeiras que virariam lenha”, explica o avaliador e chefe da equipe gaúcha, Diovani Bertollo. Outro diferencial da casa é o reaproveitamento de carcaças de geladeira, que foram transformadas em fogão elétrico, depurador de ar e pia de cozinha. 

Já o time do Distrito Federal valorizou, na casa construída com um contêiner, a geração de energia com painéis fotovoltaicos, aproveitando o potencial solar de Brasília. Os móveis foram produzidos com madeira reaproveitada e caixas de suco, cujo interior se assemelha visualmente ao mármore. 

DESAFIOS INDIVIDUAIS – Paralelamente às provas realizadas em equipe, ocorrem desafios individuais em cada uma das ocupações que integram a Casa Popular Inteligente. Na última quinta-feira (10), o competidor de Rondônia Wesley da Silva, 23 anos, venceu a prova de instalações hidráulicas. O desafio era montar, em uma hora, um sistema de água de um banheiro, em que o chuveiro precisava funcionar sem qualquer vazamento.  “No início, vi os outros bem adiantados e bateu a ansiedade, mas no fim deu tudo certo”, conta. A medalha de prata ficou com Breno Lopes, 18 anos, representante do SENAI Espírito Santo, e o bronze com o gaúcho Matheus Costa, 17 anos. 

Guilherme Dias, do SENAI do Rio Grande do Sul, venceu o desafio individual de revestimento cerâmico

Na sexta-feira (11), foi a vez da prova individual de revestimento cerâmico, em que os competidores tiveram de montar, em uma hora e vinte minutos, um mosaico do Congresso Nacional. O vencedor foi o aluno do SENAI Rio Grande do Sul Guilherme Dias, 15 anos, cujo projeto atendeu melhor os três requisitos exigidos: velocidade, assentamento cerâmico conforme o projeto e qualidade e limpeza da obra.

O segundo lugar ficou com a aluna de Santa Catarina Letícia da Cruz, 17 anos, uma das quatro mulheres que competem no Desafio Casa Popular Inteligente. A terceira colocação foi do estudante do SENAI Distrito Federal Gabriel Borba, 20 anos.