O pódio, nos Estados Unidos, é verde e amarelo. Deu Brasil no 1º e no 3º lugar da mais importante competição de robótica do mundo, o World Festival. O evento, realizado em Houston de 18 a 21 de abril, reuniu 108 equipes de estudantes de 9 a 16 anos de diversos países. A equipe Red Rabbit, formada por alunos do SESI de Americana (SP), conquistou o título de grande campeã. "É um momento muito especial. A gente praticou muito para chegar neste resultado", disse, em lágrimas, o estudante Matheus Jorge, 15 anos, celebrando o primeiro lugar geral.
Para o diretor de Operações do SESI, Paulo Mól, a conquista coloca a instituição como referência mundial no ensino da robótica educacional. "Os campeões mundiais de robótica são do SESI. E claro, isso é resultado de um trabalho árduo de alunos, pais, professores e instrutores, que se dedicam incansavelmente a cada temporada", diz.
A disputa, no estado do Texas, é considerada a Copa do Mundo da robótica. A premiação foi realizada neste sábado (21). "É algo que a gente nem imaginava. Mas essa vitória veio do trabalho em equipe e da nossa união", comemorou outro integrante da Red Rabbit, Luigi Fagundes, 12 anos.
A supremacia do SESI ficou ainda mais evidente com a conquista também do terceiro lugar geral, com as meninas da equipe Jedi's, do SESI de Jundiaí (SP). Foi um fim de tarde emocionante no World Festival. Para o técnico da equipe, Clayton Júnior, a conquista é reflexo de muito trabalho e dedicação durante a temporada.
"É muito gratificante. As meninas foram extremamente dedicadas e se doaram muito. Agora vamos descansar uns dias e já começar a planejar a próxima temporada", afirma. Uma curiosidade é que a equipe Jedi's é formado apenas por meninas. O técnico explicou que isso não é regra, foi apenas uma coincidência que, nesta temporada, apenas elas fossem aprovadas no processo seletivo do time.
E não para por aí. O SESI ainda levou outros dois prêmios na disputa. A equipe Big Bang, do SESI de Birigui (SP), ficou em primeiro lugar na apresentação do projeto de pesquisa. Já a equipe Thunderbóticos, do SESI de Rio Claro (SP), conquistou o segundo lugar em programação do robô. Com isso, todas as quatro equipes do SESI que representaram o Brasil foram premiadas no torneio.
TRAJETÓRIA - Na temporada 2017/2018, o SESI realizou 13 torneios regionais, que reuniu mais de 5 mil alunos de todo o Brasil. Na etapa nacional, em março, em Curitiba, a equipe Thunderbóticos, do SESI de Rio Claro (SP), conquistou o primeiro lugar, dentre as 83 participantes de 20 estados.
A Jedi's, de Jundiaí (SP), que ficou em terceiro agora em Houston, havia ficado em segundo lugar na etapa brasileira. A Red Rabbits, agora campeã do mundo, foi uma das dez classificadas para participar de torneios internacionais após o ótimo desempenho no Paraná.
O QUE É O TORNEIO - O Torneio de Robótica FIRST LEGO League é um programa internacional de exploração científica, que promove o ensino de ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática no ambiente escolar e contribui para o desenvolvimento de competências e habilidades comportamentais para a vida. A cada ano o torneio estimula o trabalho colaborativo, a criatividade e traz desafios do mundo real para os alunos.
Criado em 1998 pela FIRST - uma organização não governamental - em parceria com o Grupo LEGO, a competição propõe que estudantes sejam apresentados ao mundo da ciência e da tecnologia de forma divertida, por meio da construção e programação de robôs feitos inteiramente com peças da tecnologia LEGO Mindstorm. No Brasil, desde 2013, o SESI é a instituição responsável pela organização do torneio (etapas regionais e nacional). Mais de 17 mil alunos brasileiros já participaram da disputa.
AS TAREFAS - Em cada torneio, os estudantes precisam realizar quatro tarefas. Uma delas é o Desafio do Robô, quando os estudantes colocam os robôs de Lego para cumprir determinadas missões. Para realizar as tarefas, o robô pode capturar, transportar, ativar ou entregar objetos na mesa de competição. Tudo de forma lúdica, simulando situações reais.
Na temporada atual, por exemplo, com o tema água, os robôs tiveram de fazer coisas como remover um cano quebrado, virar tampas de bueiro e mover bombas de água. As equipes têm direito a três rounds, de 2 minutos e 30 segundos cada, para execução.
Os robôs, projetados e construídos pelos próprios alunos, também são avaliados na categoria Design do Robô. Os times podem utilizar sensores de movimento, cor, toque, controladores e motores. Os juízes levam tudo isso em consideração, além da estratégia e programação.
Conta pontos ainda o Projeto de Pesquisa com uma solução inovadora sobre o uso da água. Pode ser, por exemplo, na produção de alimentos ou na geração de energia. A solução deve ser compartilhada com os outros competidores e será avaliada pelos juízes. Por fim, na categoria Core Values, os estudantes precisam mostrar que sabem trabalhar em equipe.
QUEM PODE PARTICIPAR? - A competição é voltada para estudantes de 9 a 16 anos, de escolas públicas ou particulares. Grupos de amigos também podem montar seus times, são as chamadas equipes de "garagem". O SESI recomenda o número mínimo de 4 competidores, além de dois treinadores adultos. Primeiro as equipes se inscrevem para a fase regional. Os melhores times desta etapa, garantem vaga na disputa nacional. A próxima temporada será lançada em agosto deste ano.
ROBÓTICA EM SALA DE AULA - O SESI adota a robótica educacional em sala de aula desde 2006. Atualmente, todas as 459 escolas do SESI que atuam com ensino fundamental e médio do país ofertam a robótica. São quase 190 mil alunos.
SAIBA MAIS – Acompanhe a cobertura completa da participação brasileira no World Festival na Agência CNI de Notícias e no perfil do Torneio de Robótica no Facebook e Instagram.