Aprendizado para a vida! Estudantes são desafiados a criar plano de negócios e a fazer gestão de projetos

Dezessete equipes com alunos dos ensinos fundamental e médio participaram do Torneio SESI F1 nas Escolas, uma das competições do Festival SESI de Robótica. A missão não era apenas preparar carros velozes. Criaram marca, buscaram patrocínios e fizeram gestão financeira

Equipe campeã do F1 nas Escolas, a SevenSpeed, da Bahia, apostou fortemente em marketing

Criar uma empresa que funciona como escuderia e promover um amplo plano de ação, que inclui escolha de nome, elaboração de marca, promoção de marketing, captação de patrocínio, gestão financeira, divulgação da equipe em mídias sociais e montagem de um carro miniatura de Fórmula 1. Essas foram as principais missões das equipes que disputaram o Torneio SESI F1 nas Escolas, realizado durante o Festival SESI de Robótica, no último fim de semana, no Rio de Janeiro.

“Primeiro, é preciso criar a proposta como empresa. A partir daí a equipe cria o logotipo e escolhe as cores que combinam. A gente mostra para eles que a marca não é um acaso, tem que estar ligada a um propósito da empresa. Falamos sobre gestão de projetos, cronograma, orçamento, captação de patrocínios”, contou o coordenador do F1 nas Escolas, Waldemar Battaglia, representante oficial no Brasil do projeto F1 in Schools.

Para o especialista, todos os requisitos exigidos para participar do torneio preparam os alunos competidores para o mercado de trabalho. “Os estudantes agregam habilidades sócio emocionais, aprendem a trabalhar em equipe e a escutar um não. Além disso, têm contato com experiências específicas de áreas como administração, design, marketing e engenharia. Não tenho dúvida que o F1 nas Escolas ajuda a abrir o horizonte desses jovens sobre atividades atuais e não necessariamente relacionadas diretamente à tecnologia. Esse é um grande diferencial na hora que o jovem procurar um emprego”, enfatizou Battaglia.

O resultado da disputa e a classificação para a etapa mundial, que será realiza no fim de novembro, em Abu Dhabi, se baseou no resultado de um conjunto de ações incluindo a elaboração do plano de negócios, marketing e mídias sociais. A pontuação foi dividida em vários critérios: a corrida vale 25% dos pontos; apresentação de engenharia, 17%; design e portfólio, 18%; plano de negócios, stand, portfólio e marca, 18%; apresentação verbal, 18%; e marketing e mídias sociais, 4%. As equipes também precisaram realizar ações sociais, cujos resultados são critério para desempate nas notas.

MARKETING – Equipe campeã do F1 nas Escolas, a SevenSpeed, da Bahia, apostou fortemente em marketing. A competidora Beatriz Sena, 17 anos, observou que o time criou cotas de patrocínio e buscou potenciais parceiros na área de tecnologia. “Fizemos inclusive uma pesquisa de campo para entender os valores que norteiam cada empresa que sondamos”, disse a estudantes da Escola SESI Reitor Miguel Calmon, de Salvador. “No fim das contas, conseguimos oito patrocínios que foram expostos no estande, carro, camisa e portfólio da equipe. Também fizemos brindes como chaveiros e fitas de segurar crachá”, acrescentou.

Também competidor da SevenSpeed, Ícaro Almeida, 16 anos, afirmou  que a estratégia que envolveu o plano de negócios e divulgação foram fatores fundamentais para a conquista da primeira colocação no torneio e a consequente classificação para o mundial, nos Emirados Árabes. “Além do carro, o trabalho de design e de marketing nos diferenciaram para sermos campeões. Agora precisaremos de foco total para Abu Dhabi”, frisou.

A classificação das equipes depende da pontuação na corrida, apresentação de engenharia, design e portfólio, plano de negócios, apresentação e marketing e mídias sociais

Competidora da equipe Eagles, de Goiás, Thaís Gouvêa, 17 anos, criou um plano de patrocínio junto com os colegas de equipe que incluiu a confecção de uniformes e a exposição de marcas em banners e no carro da escuderia. “Os parceiros são fundamentais para a sustentação da equipe”, afirmou.

AMPLITUDE DE ÁREAS – Também integrante da Eagles, Thainá Santos, 13 anos, ressaltou que multidisciplinaridade do torneio capacita o aluno para desafios futuros no mercado de trabalho. “Na F1, trabalhamos com uma amplitude enorme de áreas, como marketing, administração de empresas, design, engenharia e finanças. Trabalhar com tantas áreas nos dá uma vantagem em relação a outras pessoas em um eventual processo seletivo para vaga de emprego”, destacou Thainá.

Foi por meio dos patrocinadores, como uma concessionária da Toyota, que a equipe Tu-caré, de Mato Grosso, conseguiu produzir os macacões de competidores que simula exatamente a roupa usada por pilotos de Fórmula 1. A escuderia também produziu um kit de brindes, com cantil, caneta e chaveiro.

“Criamos páginas da nossa equipe no Instagram e Facebook. Conseguimos também divulgar o nosso trabalho em emissoras, sites e jornais”, detalhou Luiz Felipe Zambrim, de 16 anos, integrante da Tu-caré. “Me inspira muito competir em um torneio dessa amplitude. Aprendi aqui coisas que eu só aprenderia na faculdade”, completou Isabela Gaudielei, 15 anos, também da equipe mato-grossense.

Relacionadas

Leia mais

Veja quem são os campeões do Festival SESI de Robótica 2019
Estudantes das equipes do Torneio SESI F1 nas Escolas promovem ações sociais em comunidades carentes
Carros de corrida criados por estudantes atingem até 90 km/h no Torneio SESI F1 nas Escolas

Comentários