Após três dias de provas na Olimpíada do Conhecimento 2016, os 27 estudantes do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) com algum tipo de deficiência concluíram, neste sábado (12) de manhã, as provas do Sistema de Avaliação da Educação Profissional (SAEP) dos cursos de qualificação profissional. Para garantir total acessibilidade dos alunos, que integram o Programa SENAI de Ações Inclusivas (PSAI), foram feitas algumas adaptações nos equipamentos utilizados por eles para realizar as tarefas.
Cadeirante, Edna Gomes participou das provas de Costura Industrial em uma máquina especialmente adaptada
Uma das adaptações mais inovadoras foi feita na máquina de costura industrial mecânica, que possibilita o controle do acelerador responsável pelos movimentos de costura com as mãos ou antebraço do operador em lugar dos pés. Esse ajuste deu condições à estudante do SENAI de Maceió (AL) e cadeirante, Edna Gomes, de participar das provas na Costura Industrial. O acelerador manual de máquina de costura industrial foi projetado por docentes e técnicos do SENAI do Alagoas, Ceará, Espírito Santo e Rio de Janeiro e é um dos trinta projetos incluídos na mostra do Inova SENAI.
DESAFIOS - Além da Costura Industrial, também foram testados alunos do PSAI dos cursos de Tecnologia da Informação e de Panificação. Os testes apresentaram, inicialmente, tarefas que continham uma falha ou um problema que precisava ser identificado pelos competidores. Depois disso, era preciso que eles desenvolvessem e executassem uma solução para a questão. Dessa forma, com os resultados das provas, os cursos técnicos serão avaliados em sua capacidade de fornecer orientação correta e desenvolver as necessárias habilidades técnicas dos estudantes.
Willer Lins participou das provas em Tecnologia da Informação
Além da Costura Industrial, também foram incluídos no SAEP a Tecnologia da Informação e a Panificação. “Todos os equipamentos, mesmo com suas adaptações, são de uso profissional no mercado de trabalho para garantir a reprodução exata de uma situação real em que esses estudantes poderão viver e estarão preparados para superar”, explicou a coordenadora do PSAI, Adriana Barufaldi.
LEITOR DE ÁUDIO – Nas provas da área de Tecnologia da Informação, entre os nove alunos que participaram há deficientes visuais. A tarefa deles foi resolver problemas utilizando as ferramentas dos programas Word, PowerPoint e Excel e dentro de um período de tempo definido. Para esses alunos, os computadores foram equipados com um software leitor de tela que reproduz em áudio tudo o que é digitado.
O competidor Willer Lins, cego desde a infância, contou esperar que a experiência de participar de um evento como a Olimpíada do Conhecimento o ajude na busca por uma colocação no mercado de trabalho. “Informática é uma coisa da qual gosto muito, com a qual quero trabalhar e que me ajuda na condução dos meus estudos”, comentou o jovem, também de Maceió (AL), e que cursa História na Universidade Federal de Alagoas em paralelo à qualificação profissional que faz no SENAI.
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A terceira área em que foram aplicadas provas aos estudantes do PSAI foi Panificação e delas participaram oito alunos portadores de Síndrome de Down. Eles tiveram que produzir três tipos de pães, sendo um deles obrigatoriamente o tradicional pão francês. Nas cozinhas profissionais montadas para os testes, nenhuma adaptação especial precisou ser feita, apenas regulação da altura de mesas e cadeiras.
Segundo Adriana Barufaldi, a ideia das provas no formato de avaliação dos cursos foi adotada para melhor direcionar o ensino oferecido às demandas do mercado de trabalho, já que a intenção é inserir profissionalmente as pessoas que tenham algum tipo de deficiência. Até o final da Olímpiada, no domingo (13), os estudantes do PSAI farão atividades de demonstração das suas profissões, após terem encerrado as tarefas de suas provas.
