A robótica que une culturas

Durante quatro dias de evento, competidores brasileiros trocaram experiências com estrangeiros no Campeonato Mundial de Robótica, em Houston. Assim, melhoraram o inglês e conseguiram aprendizados para toda a vida

Geartech Canaã posa com equipe dos Emirados Árabes

Em um único espaço, jovens de 74 países unidos por uma vocação: a robótica. Durante os quatro dias do Campeonato Mundial de Robótica, a FIRST Championship, em Houston, nos Estados Unidos, o intercâmbio cultural foi uma das experiências mais intensas para os participantes. As trocas ocorreram nas arenas, nos pits e nos corredores e as interações foram diversas: de uma conversa casual a um foto despretensiosa. Da substituição de peças e ferramentas para melhorar o robô até danças conjuntas em diferentes ritmos. 

O gingado brasileiro animou os estrangeiros. Os estudantes da categoria FIRST LEGO League (FLL) tentaram ensinar a “Dança da Galinha”, hit dos torneios de robótica no Brasil, para competidores da Itália, França, Estados Unidos e Líbano. “Aqui não tem nenhuma dança como no Brasil. A gente quer ensinar a Dança da Galinha para o maior número possível de pessoas”, afirma Amanda Ströer, 15 anos, membro da equipe Techmaker, de Blumenau (SC).

Techmaker ensina Dança da Galinha para italianos

O mundial serviu também para o encontro de equipes que interagiam por redes sociais. A estudante Giulia Eduarda Bento, 15 anos, ficou surpresa quando uma libanesa procurou o pit da equipe Los Atômicos, de Araras (SP), e disse que conhecia o time pela internet e os admirava. “Ela disse que segue a gente no Instagram e se inspira e se interessa pelo nosso trabalho. Isso é muito legal”. Giulia destaca ainda que achou interessante a forma como os estrangeiros vêem os brasileiros. “Eles contam que gostam muito do nosso futebol, que a gente é simpático. Perguntam também: ‘vocês jogam futebol toda hora?’ ‘Aí eu digo: eu nem gosto tanto de futebol… eu nunca fui em um carnaval na Sapucaí’”, brinca. 

Os estandes viraram pontos de integração, não só entre as equipes, como com os visitantes. Bernardo Sil, 18 anos, é brasileiro e mora em Houston há dois anos. Ele cursa Ciência da Computação na High School e foi com o pessoal da escola para conhecer o torneio. No intuito de identificar brasileiros, andava com uma bandeira do Brasil na mão pelos corredores do Centro de Convenções George R. Brown. “Foi a primeira experiência em um evento como esse. Estou achando interessante ver todo esse pessoal inteligente e montando robôs”. 

Giulia ficou surpresa ao descobrir que uma equipe libanesa admirava o trabalho da Los Atômicos

ALIANÇAS - Equipes de países como México, Emirados Árabes e Canadá passavam pelos estandes de estudantes de outros países para fazer fotos. Jovens dos Emirados Árabes convidavam os estrangeiros a posarem para foto com o símbolo do país deles. Estudantes canadenses fantasiados de dinossauros também viraram alvo dos celulares e das câmeras.

A equipe Geartech da Vila Canaã, de Goiânia, fez um desafio de dança com os mexicanos do pit vizinho. Os mexicanos dançaram “macarena” com o brasileiros e os brasileiros ensinaram a “dança da mãozinha” para os estrangeiros. “Eu achei a experiência do mundial muito emocionante. Tiramos fotos com pessoas de vários países, trocamos redes sociais e aprendemos o tempo todo”, avalia Evellyn Lorrany Ribeiro Silva, 17 anos, da Geartech.

Tanto nas modalidade FIRST Tech Challenge (FTC), quanto na FIRST Robotics Competition (FRC), os times precisam formar alianças com outras equipes durante a disputa na arena. Isso também facilitou a integração. “Antes dos rounds a gente conversava com as equipes para traçar estratégias, ou para pegar uma ferramenta emprestata. Depois, a gente conversava em que poderia melhorar. Um ajuda o outro”, analisa José Júnior, técnico da Geartech. 

Reinaldo: "Conseguimos desenvolver o inglês e, além disso, aqui um ajuda o outro, mesmo sendo adversário na arena”

O estudante Reinaldo de Nardi Sanches da Silva, 16 anos, é da equipe de FRC Robonáuticos #7565, do SESI e SENAI de São Paulo. Ele acredita que as alianças da modalidade contribuem para o intercâmbio e valorizam a experiência de conviver por alguns dias com culturas diferentes. “A integração que o time todo pode fazer aqui foi diferente, conseguimos desenvolver o inglês. Além disso, aqui um ajuda o outro, faz com que o outro aconteça, mesmo sendo adversário na arena”, conclui. 

REDES SOCIAIS - Acompanhe a cobertura completa do Campeonato Mundial de Robótica de Houston aqui na Agência CNI de Notícias e nos perfis de Robótica do SESI no Instagram e Facebook. Todas as fotos estão no Flickr da CNI.

SAIBA MAIS - Veja tudo sobre as competições brasileiras no site do Festival SESI de Robótica.

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