Portal Único pode elevar o PIB em US$ 23,8 bilhões em 2016, um acréscimo de 1,19%, aponta CNI

A  redução na burocracia alfandegária terá um impacto positivo no Produto Interno Bruto (PIB)

O Portal Único promete concentrar num único endereço eletrônico os documentos necessários para a exportação ou importação com redução de tempo e de custos

 A redução na burocracia alfandegária terá um impacto positivo no Produto Interno Bruto (PIB), na atração de investimentos e no aumento da corrente de comércio. A conclusão está no estudo O Impacto da Facilitação de Comércio sobre a Economia Brasileira e a Indústria de Transformação, da Confederação Nacional da Indústria (CNI).  O trabalho mostra que, se os atuais 13 dias necessários para preparar documentos para exportação e concretizar o despacho aduaneiro forem reduzidos para oito dias, o PIB terá um incremento de 1,19%, ou US$ 23,8 bilhões, em 2016. Essa redução de cinco dias pode ocorrer com a implementação do Portal Único. 

O Portal Único promete concentrar num único endereço eletrônico os documentos necessários para a exportação ou importação com redução de tempo e de custos. Atualmente, por exemplo, o exportador precisa preencher o número do CNPJ em 17 documentos diferentes e o NCM da mercadoria aparece em 13 documentos. Os 27 órgãos envolvidos no processo de exportações têm exigências parecidas e o Portal Único deverá concentrá-las num único documento num prazo de cinco anos. A primeira etapa, prevista para este ano, é reunir as informações do documento de exportação e da nota fiscal eletrônica. 

A CNI acompanha o esforço da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio e da Receita Federal na construção do Portal Único e tem se empenhado para que o governo assegure os recursos humanos e financeiros para que todas as etapas sigam o cronograma estabelecido. 

REDUÇÃO DOS PRAZOS – Para cada dia a mais que uma mercadoria é obrigada a permanecer no porto – seja para conferência física, alterações da documentação ou atraso do despachante – o custo do exportador aumenta entre 0,6% e 2,1%. Esse percentual acaba se tornando um custo extra no comércio exterior. No Brasil, o encargo pelo atraso nas exportações é de 9,27%. Os argentinos pagam 8,54% e os chilenos 6,39%. “No comércio exterior, o fator tempo é essencial, principalmente para as manufaturas. Os números mostram que portos mais eficientes podem contribuir significativamente para o aumento da competitividade”, diz o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi. 

O coordenador do Centro do Comércio Global e Investimento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), professor Lucas Ferraz, responsável pelo estudo da CNI, explica que o Portal Único deve ter um impacto significativo sobre o comércio internacional de bens industriais. Segundo ele, a burocracia penaliza especialmente setores como têxtil, petróleo, químicos, metais, veículos e máquinas. O pesquisador também percebeu que a redução da burocracia terá impacto na atração de investimentos. Entre 2017 e 2024, os investimentos teriam aumentariam  8% além do previsto. E a corrente de comércio em relação ao PIB cresceria acima de 6%. “Os produtos industriais são 60% mais sensíveis ao tempo de atraso do que os demais. Então, a redução do prazo para exportar ou importar equivale a um choque de demanda, ou seja, um novo mercado se abrirá”, explica Ferraz. 


LEIA TAMBÉM

Portal Único reduzirá burocracia no comércio exterior, avalia CNI

Relacionadas

Leia mais

Na MEI, Ministério da Saúde anuncia parceria de R$ 150 milhões com a Embrapii para tecnologias voltadas à saúde
Ampliação da importação temporária beneficiará comércio exterior brasileiro, afirma CNI
Parceria entre CNI e Apex-Brasil ajudará 1,3 ​mil​ ​​empresas a atuarem no comércio exterior

Comentários