Indústria da construção opera com 42% de ociosidade, informa CNI

Atividade e emprego no setor continuam em queda. No entanto, empresários estão mais confiantes e apostam na recuperação das empresas e da economia nos próximos seis meses

A indústria da construção continua operando com elevada ociosidade. O nível de utilização da capacidade de operação foi de 58% em setembro. Isso significa que 42% das máquinas, equipamentos e pessoal do setor ficaram parados no mês passado. As informações são da Sondagem Indústria da Construção, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta sexta-feira (27).

A ociosidade é resultado da baixa atividade do setor.  O índice de evolução do nível de atividade ficou em 46,4 pontos, valor 0,3 ponto inferior ao de agosto. O indicador de número de empregados também recuou para 45,2 pontos e está 0,6 ponto abaixo do de agosto. Os valores da pesquisa variam de zero a cem pontos. Quando estão abaixo de 50 pontos indicam queda na atividade e no emprego.

Apesar das dificuldades, os empresários estão mais confiantes. O Índice de Confiança do Empresário da Construção subiu para 53,8 pontos e ficou acima da linha divisória dos 50 pontos, que separa o otimismo do pessimismo. Com a terceira alta consecutiva, o indicador está acima da média histórica, que é de 52,6 pontos. A melhora da confiança é resultado do aumento do otimismo dos empresários em relação às condições da economia e das empresas nos próximos seis meses. "O indicador referente às condições atuais manteve-se estável, em 46,1 pontos, e continua a indicar piora das condições correntes de negócios", diz a pesquisa. 

A economista da CNI Flávia Ferraz afirma que a redução dos juros e a recuperação gradual da economia foram decisivas para a melhora da confiança dos empresários do setor. "A construção depende muito de financiamentos e, com a queda dos juros, caem os custos dos empréstimos para os compradores de imóveis e para as empresas que precisam de financiamentos", afirma Flávia Ferraz.

A Sondagem da CNI mostra ainda que os empresários também apostam na recuperação das atividades do setor. O índice de expectativas de nível de atividade ficou acima dos 50 pontos. "Os demais indicadores de expectativa mantiveram-se próximos da linha de 50 pontos, apontando expectativa de manutenção de novos empreendimentos e serviços, da compra de insumos e matérias-primas e do número de empregados", informa a CNI. O indicador de intenção de investimentos subiu para 30,4 pontos. Foi a terceira alta consecutiva do indicador, que está 2,8 pontos acima do registrado em outubro do ano passado.

OBSTÁCULOS - A pesquisa da CNI também aponta os principais problemas enfrentados pelas construtoras no terceiro trimestre do ano. Depois de cinco trimestres consecutivos, a falta de demanda deixou de ser o principal problema dos empresários. O primeiro lugar na lista de obstáculos, com 32,3% das menções, voltou a ser a elevada carga tributária. A demanda interna insuficiente ficou em segundo lugar, com 30,6% das respostas.  O terceiro lugar, com 27,7% das assinalações, ficou com a falta de capital de giro. Em quarto lugar, com 27,2% das menções, ficou a taxa de juros elevada.

A Sondagem Indústria da Construção de setembro foi feita entre 2 e 17 de outubro com 615 empresas. Dessas, 204 são pequenas, 287 são médias e 124 são de grande porte. 

SAIBA MAIS - Acesse a página da Sondagem Indústria da Construção para conhecer todos os detalhes da pesquisa.

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