Indústria brasileira amplia produção de medicamentos de alto custo

Ministério da Saúde anunciou 27 parcerias que irão resultar na produção nacional de 14 produtos para tratamento de câncer de mama, leucemia, artrite reumatoide e diabetes

O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (18), na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília (DF), um novo modelo para a produção de medicamentos de alto custo entre laboratórios públicos e privados: as chamadas PDPs ou Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo.

As 27 parcerias anunciadas vão resultar na produção nacional de 14 medicamentos biológicos (feitos a partir de células vivas) utilizados no tratamento de câncer de mama, leucemia, artrite reumatoide e diabetes, além de remédios de uso oftalmológico, cicatrizante cirúrgico, hormônio de crescimento e vacina contra alergia.

Hoje, esses produtos são produzidos no exterior. Mas, com as PDPs, a ideia do governo federal é estimular a competição entre os fabricantes e, assim, acelerar a transferência de tecnologia para os laboratórios brasileiros, sejam eles públicos ou privados.

Assim, será possível reduzir custos e garantir a distribuição de medicamentos para a população pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os produtos que passarão a ser produzidos aqui custam R$ 1,8 bilhão nas compras públicas do Ministério da Saúde. Com a produção interna, a estimativa é economizar R$ 225 milhões por ano.

“Apostar na produção nacional ou atrair parceiros internacionais não é só uma ação importante para fortalecer o país. É muito importante para a segurança da oferta desses medicamentos para os pacientes”, disse o ministro da Saúde Alexandre Padilha.

ECONOMIA – O setor de saúde representa 8,8% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Com as parcerias recém-anunciadas pelo Ministério da Saúde, o Brasil passará a produzir 25 produtos biológicos.

“Agora passamos a produzir medicamentos para o câncer. Se as pessoas pagassem por eles, custariam de R$ 10 mil a R$ 30 mil por mês. Mas nós oferecemos de forma gratuita. Quando o Brasil passa a produzir os remédios, nenhuma crise internacional ou variação do dólar afetará a distribuição”, ressaltou o ministro Padilha.

Os medicamentos biológicos representam 5% do total oferecido na rede pública gratuitamente, mas consomem 43% dos gastos com remédios, cerca de R$ 4 bilhões.

FABRICAÇÃO INÉDITA - O ministro também anunciou a instalação, na cidade de Eusébio, no Ceará, da primeira fábrica nacional de produtos biológicos feitos a partir de célula vegetal. A construção começa em 2014 e deve ser finalizada até 2016. Serão investidos R$ 170 milhões, por meio de uma parceria entre a Fiocruz, a Protalix (Israel) e o Centro Fraunhofer (Estados Unidos).

De início, a fábrica produzirá medicamentos para doenças raras como o Taliglucerase Alfa Humana Recombinante, para a doença de Gaucher, e a primeira vacina do mundo a partir de uma planta, contra a febre amarela.

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