Faturamento da indústria cresce 4,8% em agosto e indica recuperação da atividade, informa CNI

Indicadores Industriais revelam que as horas trabalhadas na produção aumentaram 0,7% na comparação com julho, na série livre de influências sazonais. A utilização da capacidade instalada se manteve em 80,9%

A atividade industrial cresceu em agosto em relação a julho, com aumento no faturamento e nas horas  trabalhadas na produção, revela a pesquisa Indicadores Industriais, divulgada nesta quinta-feira, 4 de outubro, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O faturamento, que reflete os primeiros impactos positivos de uma recuperação, elevou-se 4,8% de um mês para o outro na série com ajuste sazonal. Foi a maior alta desde fevereiro de 2011. Com isso, o faturamento acumula uma alta de 3,7% de janeiro a agosto na comparação com igual período do ano passado. 

Apesar do crescimento no faturamento, verificado em 15 dos 19 setores da indústria de transformação pesquisados,  e do aumento de 0,7% nas horas trabalhadas em agosto na comparação com julho, na série de dados dessazonalizados, a utilização da capacidade instalada permaneceu 80,9% em agosto, mesmo nível registrado em julho. 

De acordo com a CNI, isso ocorre porque há um intervalo de tempo no comportamento desses indicadores.  “A disseminação do crescimento do faturamento nos diversos setores industriais incentiva a reação das demais variáveis, como horas trabalhadas, utilização da capacidade instalada e emprego, que passam a seguir a tendência de alta com alguma defasagem”, assinala a pesquisa.

O gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, explica que o ambiente macroeconômico, com câmbio estabilizado, queda dos juros e medidas de estímulo ao consumo, como a desoneração de bens duráveis, automóveis e materiais de construção, reaquecem a produção. “Os dados de agosto confirmam a expectativa de reação da indústria”, salienta Castelo Branco. 

Os Indicadores Industriais informam que o emprego caiu 0,3% em agosto ante julho, pelos dados dessazonalizados. A massa salarial real teve queda  de 2,6% e o rendimento médio real, de 2,7%, ambos sem ajuste sazonal.  “A flutuação do indicador de emprego perto da estabilidade pelo quarto mês seguido aponta que o mercado de trabalho ainda não seguiu o crescimento da atividade industrial”, diz o estudo. 

SETORES COM FORTE CRESCIMENTO – De acordo com o levantamento, três setores registraram em agosto, em relação ao mesmo mês de 2011, forte elevação do faturamento: edição e impressão (24,3%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (22,3%) e material eletrônico e de comunicações (21%). 

No polo oposto, o setor de outros equipamentos de transporte (elevadores, navios, bicicletas, aviões) apresentou o maior declínio entre os 19 setores, com queda de 16,2% no faturamento sobre agosto do ano passado. Embora tenha características específicas, como maior duração da produção, o setor registrou também a maior retração da UCI na comparação dos 12 meses até agosto, com queda de 11,2 pontos percentuais. 

Ouça, clicando aqui, algumas avaliações do gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, sobre os dados de agosto. 

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