O faturamento da indústria caiu 3,3% em outubro frente a setembro, na série com ajuste sazonal. Foi a quarta redução consecutiva do indicador. Na comparação com outubro do ano passado, a queda é de 18%, informa a pesquisa Indicadores Industriais , divulgada pelaConfederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quinta-feira (1º). "Os dados de outubro explicitam a difícil situação da indústria", avalia a CNI.
Segundo o economista da CNI Marcelo Azevedo, faltam motores para dar sustentação ao crescimento da indústria e da economia. Ele lembra que o faturamento da indústria ficou estável e as horas trabalhadas na produção aumentaram em setembro. No entanto, a leve recuperação não se sustentou. Para a indústria voltar a crescer, diz Azevedo, o país precisa fazer o ajuste fiscal e promover reformas estruturais, como a da Previdência Social, a das leis trabalhistas e a tributária. "As reformas serão um estímulo à demanda, necessária para estimular o crescimento", afirma o economista.
Todos os indicadores da pesquisa registraram queda em outubro na comparação com setembro, nas séries de dados com ajuste sazonal. As horas trabalhadas na produção diminuíram 1,7% e alcançaram o menor nível da série histórica, que começou em 2003. De janeiro a outubro, as horas trabalhadas na produção acumulam uma queda de 8,3% frente ao mesmo período do ano passado.
O emprego recuou 0,6% em outubro frente a setembro, descontados os efeitos sazonais. Foi a 21ª queda consecutiva do indicador. De janeiro a outubro, o emprego registra uma retração de 8% em relação ao mesmo período do ano passado.
A pesquisa mostra ainda que a massa salarial real caiu 1,4% em outubro na comparação com setembro, na série com ajuste sazonal. No acumulado de janeiro a outubro, a massa real de salários é 8,8% menor do que a de igual período do ano passado. O rendimento médio real dos trabalhadores encolheu 0,9% em outubro em relação a setembro, na série dessazonalizada. A perda é de 0,8% no acumulado de janeiro a outubro frente aos mesmos meses de 2015.
A utilização da capacidade instalada recuou 0,4% e alcançou 76,6% em outubro, na série dessazonalizada. É o menor nível desde 2003, quando começou a série histórica, informa a CNI.
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