Crise mundial põe negócios em risco

Mais da metade dos industriais vê na crise econômica mundial um risco às empresas

Mais da metade dos industriais vê na crise econômica mundial um risco às empresas. Para 54% dos empresários, o atual cenário é incerto e afeta os negócios. Desses, 69% acreditam que a situação adversa da economia deve permanecer até, no máximo, o fim do próximo ano e 19% esperam que o quadro atual permaneça além de 2012. As informações são da Sondagem Especial: Cenário Econômico Mundial, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quinta-feira, 10 de novembro. A pesquisa foi feita entre 3 e 18 de outubro com 2.090 empresas.

Dos três segmentos analisados pela pesquisa – indústria de transformação, extração mineral e construção –, a preocupação é maior entre os empresários da indústria de transformação: 57% deles consideram o cenário econômico mundial incerto e arriscado para as empresas. Esse percentual chega a 55% no setor extrativo e a 41% na indústria da construção.
“As indústrias de transformação e extrativa se ressentem mais porque são muito integradas à economia mundial. A indústria de construção que é mais voltada ao mercado interno”, disse o gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco.

De acordo com o economista, a pesquisa indica que o Brasil precisa tomar medidas para minimizar os efeitos da crise. “A deterioração do cenário econômico não está sendo abrupta como foi em 2008. Com isso, o governo tem condições de tomar medidas que reduzam os impactos da situação mundial adversa na economia brasileira”, afirmou Castelo Branco.

O estudo mostra ainda que a crise econômica internacional de 2008-2009 afetou 52% das empresas e 30% ainda sentem seus efeitos. As indústrias de grande porte foram as mais afetadas. Entre os dirigentes de grandes empresas entrevistados, 71% sentiram os impactos da crise e 37% ainda percebem os efeitos das turbulências externas.

Entre as médias empresas, 57% foram afetadas pela situação econômica mundial adversa e 32% ainda notam seus resultados. Entre as pequenas empresas, 44% sentiram os impactos da crise e 26% ainda percebem seus efeitos.

Em relação às perspectivas para os próximos seis meses, 31% dos empresários acreditam em piora do quadro econômico mundial, enquanto 36% esperam a manutenção do atual cenário. Apenas 22% confiam que a situação econômica vai melhorar.

CENÁRIO PIOR – Sobre um eventual agravamento do quadro econômico mundial, 40% dos empresários responderam que o impacto seria maior ou igual ao da crise de 2008-2009. Para 23% dos entrevistados, uma piora na economia mundial teria efeito menor do que o da crise de 2008-2009 e, para 11%, o impacto não seria significativo.

Os principais efeitos apontados pelos industriais, no caso de agravamento da crise, seriam sobre as exportações, que registrou 26,1 pontos, e o acesso ao crédito, com 28,5 pontos. Para cálculo desse índice, a CNI usou o método em que valores abaixo de 50 pontos indicam impacto esperado negativo. Em todos os demais itens analisados – demanda interna, produção ou atividade e número de empregados –, os empresários apontam resultados negativos no caso de piora do cenário da economia mundial. O menos negativo seria sobre o número de empregados, que assinalou 31,6 pontos.

Leia: Sondagem Especial: Cenário Econômico Mundial

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