Crise europeia aproxima Alemanha do Brasil, mostrará encontro empresarial

A crise financeira na Europa está fazendo as empresas da Alemanha, a maior economia do continente, olharem mais para o Brasil, principal economia da América do Sul

A crise financeira na Europa está fazendo as empresas da Alemanha, a maior economia do continente, olharem mais para o Brasil, principal economia da América do Sul. Prova disso é que a 29ª edição do Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EBBA), que será realizada nesta segunda-feira, 19.09, e na terça-feira, 20, no Píer Mauá, no Rio de Janeiro, será a maior de todas, com inscrições de cerca de 1.500 empresários dos dois países.

A gerente-executiva de Comércio Exterior da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Tatiana Porto, explica que, com a crise europeia e também a norte-americana, resultando na queda na demanda global, os principais países industrializados têm de vender em outros mercados. “O Brasil é um parceiro consolidado da Alemanha e tem muitos atrativos nesse momento, como um grande mercado interno, dois megaeventos próximos, a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, e a exploração do petróleo da camada do pré-sal”, diz..

Acrescenta ela que, além disso, “estamos precisando, até por conta do crescimento da economia brasileira, do desempenho das exportações e das importações, melhorar muito a nossa infraestrutura, segmento em que a Alemanha tem vasto know-how”.
Justamente a exploração do petróleo do pré-sal, o uso da experiência alemã na bem sucedida Copa do Mundo de 2006, as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e mais a ampliação dos negócios bilaterais nas áreas de saúde e de inovação tecnológica serão os principais temas do 29º EBBA.

O encontro, promovido pela CNI em conjunto com sua congênere germânica Bundescerband der Deutchen Industries (BDI), é organizado pela FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro). Tem ainda o apoio da Câmara Brasil Alemanha (AHK), do governo do Estado do Rio de Janeiro e da Prefeitura do Rio. O EEBA, que acontece todos os anos alternadamente, no Brasil e na Alemanha, incluirá a 38ª Reunião da Comissão Mista de Cooperação Econômica Brasil-Alemanha, de cunho governamental.
Entre os participantes estarão o vice- ministro alemão da Economia e Tecnologia, Jochen Hohmann, o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt, os empresários Eike Batista, do grupo EBX, e Theo Van Der Loo, presidente da Bayer.

Estreitamento - Alemanha e Brasil são grandes parceiros há décadas, mas as relações comerciais e econômicas têm se estreitado, como comprovam os investimentos alemães no Brasil este ano, que somaram US$ 477 milhões entre janeiro e julho últimos, mais que o dobro do volume registrado em igual período de 2010, quando atingiram US$ 208 milhões.

A Alemanha é o quarto mercado para as exportações brasileiras, atrás dos Estados Unidos, Argentina e China. Em 2010, as empresas brasileiras venderam no mercado alemão US$ 8,1 bilhões e as importações brasileiras somaram US$ 12,5 bilhões, principalmente de máquinas e equipamentos.  De janeiro a agosto últimos, as vendas externas brasileiras para a Alemanha atingiram US$ 6,1 bilhões, enquanto as importações chegaram a US$ 9,9 bilhões.

O maior parque industrial de capital alemão fora da Alemanha está no Brasil. São cerca de 1.200 empresas instaladas no país, principalmente nos setores automotivo, químico, siderúrgico, metal-mecânico e farmacêutico. As empresas alemãs geram aqui 250 mil empregos e são responsáveis por 7% do produto industrial brasileiro.

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