Coronavírus derruba produtividade da indústria

No primeiro trimestre de 2020, a produtividade do trabalho na indústria de transformação brasileira caiu 2,8% em relação ao quarto trimestre de 2019. Antes da pandemia, o indicador mostrava baixo crescimento

A produtividade do trabalho na indústria brasileira caiu 2,8% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao último trimestre de 2019, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Esse é o segundo pior resultado do indicador, desde o recuo de 3,3% no segundo trimestre de 2018, impactado pela greve dos caminhoneiros. A queda na produtividade do trabalho é explicada pela crise econômica desencadeada pela pandemia de Covid-19.

Esse indicador é o volume produzido dividido pelas horas trabalhadas na produção. A produtividade é o principal determinante da competitividade e, no longo prazo, é a principal fonte de crescimento. A queda de 2,8% é reflexo da deterioração da atividade econômica diante da pandemia do coronavírus. As empresas tiveram que se ajustar rapidamente, reduzir o ritmo de atividade sem planejamento e produzir menos por hora trabalhada.

“O recuo na produtividade do trabalho reflete a desorganização do processo produtivo em razão da parada da economia. A forte redução do ritmo de produção sem planejamento resulta em menor produtividade, mas ela deverá se recuperar ao fim desta crise.”, explica o gerente executivo de Economia da CNI, Renato da Fonseca.

No entanto, de acordo com o documento Produtividade na Indústria, divulgado nesta segunda-feira, 8, pela CNI, os efeitos da pandemia sobre a produtividade continuarão a ser negativos no segundo trimestre.

“Para os próximos meses, as expectativas são de queda intensa da produção e do emprego”, avalia a economista da CNI, Samantha Cunha.

O estudo também apresenta a produtividade anual dos setores industriais. Em 2019, Móveis, Vestuário e acessórios, Veículos automotores e Têxteis apresentaram os maiores ganhos de produtividade, na comparação com 2018. Os setores com as maiores quedas foram Couros e Calçados (-7,3%) e Madeira (-4,2%).

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