Comissão do Senado deve votar relatório da reforma da Previdência na próxima semana

Presidente da Casa, Davi Alcolumbre, prevê que a votação no Plenário deve ser concluída até 10 de outubro

Davi Alcolumbre: "Entre 1º e 10 de outubro vamos concluir a votação em Plenário"

O senador Tasso Jeireissati (PSDB-CE) apresentou nesta terça-feira (27) o relatório da reforma da Previdência ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). O texto apresenta novas fontes de arrecadação e sugere a inclusão dos estados e municípios na reforma, por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) paralela, que, caso aprovada, trará uma economia de R$ 1,35 trilhão. O valor é maior do que os R$ 930 bilhões previstos no texto aprovado pela Câmara dos Deputados.

Se houver acordo entre os líderes, a leitura do relatório na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) deverá ocorrer na quarta-feira (28), ou no mais tardar, 48 horas depois, na sexta-feira (30). A informação é da presidente da CCJ, senadora Simone Tebet (MDB-MS), que também participou da entrega do texto da reforma no gabinete da Presidência do Senado. "Entre 1º de outubro e 10 de outubro, vamos concluir a votação em Plenário", prometeu Davi Alcolumbre. Simone também reforçou que o calendário firmado anteriormente está mantido. A expectativa é de que a votação do relatório na CCJ ocorra em 4 de setembro.

Segundo o relator Tasso Jereissati, foram sugeridas algumas supressões de dispositivos da proposta que veio da Câmara, principalmente em relação às aposentadorias rurais e ao Benefício da Prestação Continuada (BPC). Mudanças como a inclusão dos estados e municípios na reforma e a sugestão de duas novas fontes de recursos para a Previdência Social serão discutidas num texto independente, na PEC paralela.

Com essas novas fontes e com a inclusão dos estados na reforma, se a PEC paralela também for aprovada, Tasso afirma que a reforma da Previdência trará uma economia de R$ 1,35 trilhão, maior do que os R$ 930 bilhões previstos no texto da Câmara, e maior do que o R$ 1 trilhão que pretendia o governo federal inicialmente. "Para que estados e municípios possam aderir a essa emenda e fazer suas reformas, para equilibrar União, estados e municípios, para o equilíbrio das contas, para ajustar deficit monstruoso em relação às contas da Previdência, e fazer justiça como foi feito com BPC e aposentadoria rural", disse Alcolumbre.

DOIS CAMINHOS - Tasso Jereissati não detalhou quais foram as supressões sugeridas, mas destacou que elas não alteram o mérito da proposta, o que não obriga seu retorno para nova análise na Câmara, e viabiliza a aprovação do texto base e a promulgação da PEC rapidamente.

Com a apresentação da PEC paralela, que ainda vai depender da coleta de assinaturas de 27 senadores, os estados terão a oportunidade de aderir à reforma. Tasso explicou ainda que, apesar de haver em seu texto pontos que podem elevar a despesa previdenciária para beneficiar a população mais carente, ele sugeriu a criação de duas novas fontes de recursos. "Vamos colocar para discussão pontos que vão elevar a receita, como a contribuição previdenciária de entidades filantrópicas, com exceção das Santas Casas e de assistência social, que cobram de seus usuários e não contribuem para a Previdência. E vamos incluir para a discussão a contribuição do agroexportador", disse.

As duas novas receitas, explicou o senador, serão adotadas de maneira paulatina, em cinco anos. Outra mudança sugerida foi em relação à pensão por morte. O relator não aceitou que o pagamento possa ser inferior a um salário mínimo. O relatório, explicou Tasso, será detalhado na reunião da CCJ. Davi Alcolumbre também garantiu para o dia 10 de setembro a sessão temática, no Plenário do Senado, para discutir com especialistas as minúcias da reforma.

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