Coalizão B20 faz recomendações às maiores economias do mundo

O documento traz 22 recomendações consideradas estratégicas para reverter o ritmo lento da recuperação econômica e será divulgado durante a reunião do Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional (FMI), nos Estados Unidos

A Coalizão B20, que reúne representantes empresariais das 20 maiores economias do mundo, divulga nesta sexta-feira (17), em Washington, o Global Business Outlook 2015, que aponta medidas que os governos devem tomar para impulsionar o crescimento global.  A Confederação Nacional da Industria (CNI) representa o Brasil no grupo. O documento traz 22 recomendações consideradas estratégicas para reverter o ritmo lento da recuperação econômica e será divulgado durante a reunião do Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional (FMI), nos Estados Unidos. 

A Coalizão B20  afirma que a recuperação da economia tem acontecido em "ritmo modesto" e que o cenário econômico global tem sido marcado por um PIB mundial distorcido, crises geopolíticas, assimetria de performance entre os países, restrição de investimentos, baixo preço de commodities e baixo crescimento do comércio mundial. 

O bloco empresarial pede a priorização de iniciativas que eliminem os gargalos do crescimento e aumentem a demanda e a capacidade de investimento, abrangendo  uma agenda para o crescimento inclusivo. A Coalizão B20 defende que os governos devem liderar a construção de um ambiente de negócios favorável ao desenvolvimento sustentável. 

"A situação requer a implementação urgente, por parte dos governos do G20, de reformas estruturais, ajustes fiscais, política monetária, reformas trabalhistas, facilitação de comércio e promoção da tecnologia", afirma o presidente da Coalizão B20, o canadense Perrin Beatty. 

As recomendações feitas pelo grupo se assemelham às propostas pela CNI para o cenário econômico brasileiro. "Precisamos priorizar reformas que aumentem a competitividade da indústria e do Brasil. Neste momento de ajuste fiscal é fundamental se dar prioridade à melhoria do ambiente regulatório, por exemplo. A crise tem que ser também um momento de transformação em direção à criação de melhores condições para o crescimento", afirma o diretor de Políticas e Estratégia da CNI, José Augusto Fernandes. 

SOBRE A COALIZÃO B20 - O grupo reúne as principais associações empresariais independentes de economias do G20, em uma missão compartilhada para levar propostas aos formuladores de políticas do G20 em nome de mais de 6,5 milhões de empresas de todos os tamanhos e de todos os setores. Veja abaixo as propostas da Coalizão B20: 

Forças Macroeconômicas Integradas 

Estabelecer sinergia entre os investimentos público e privado para o crescimento, a criação de empregos, pesquisa e desenvolvimento, apoio à infraestrutura e ao desenvolvimento humano 
​​Tornar a política monetária mais expansionista e conveniente, apoiar o crescimento necessário para estabilizar a inflação e as moedas e reforçar a estabilidade do sistema financeiro. 

​​Aumentar o crescimento 

​​Encorajar as fontes alternativas de financiamento, como o desenvolvimento baseado em parcerias público-privadas (PPPs). Identificar os fatores que impedem o investimento privado e tomar medidas de correção. 

Investir no desenvolvimento de habilidades para contribuir com maior crescimento econômico e capacitação de indivíduos. 

Implementar o Pacote de Bali, componente essencial de qualquer contexto de política pública pragmática criada pelas nações do G20. Adotar abordagem realista  antes de julho, para acordar o programa de trabalho estipulado na Declaração de Bali e na Décima Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio, em dezembro passado. 

Priorizar a economia digital, particularmente, a internet industrial, como meio de aumentar a produtividade e inovação, além de melhorar a performance dos negócios. 

​​Possibilitar o Crescimento Inclusivo para o Desenvolvimento Sustentável 

Introduzir abordagem de crescimento inclusivo voltada para maior participação de mulheres e jovens na força de trabalho. Foco em reformas no mercado de trabalho, melhorando o ambiente, a qualidade dos empregos e promovendo o empreendedorismo. 

​​Introduzir políticas e medidas direcionadas à competitividade das exportações, ao avanço da tecnologia e a pesquisa e desenvolvimento de pequenas e médias empresas (PMEs) para garantir seu crescimento e sustentabilidade a longo prazo.

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