CNI defende custos menores para indústria impulsionar o PIB

A intensificação de medidas de redução de custos, como a desoneração dos investimentos, para retomar o crescimento da indústria com mais vigor

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) defende a intensificação de medidas de redução de custos, como a desoneração dos investimentos, para retomar o crescimento da indústria com mais vigor, pois o setor, conforme demonstra o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013, ainda enfrenta dificuldades. Segundo a instituição, mesmo que os efeitos de tais iniciativas para impulsionar a competitividade não ocorram imediatamente, elas aumentam a confiança do empresariado, o que é fundamental para a elevação do nível de aplicação de recursos na produção.

Apesar do aumento de 1,3% do PIB industrial no acumulado do ano, o setor registrou redução de 0,2% no quarto trimestre na comparação com o terceiro, queda que foi de 0,9% no caso da indústria de transformação, assinalou a Confederação.

A CNI prevê que, este ano, a economia brasileira deve continuar enfrentando dificuldades para aumentar a velocidade de expansão, provavelmente com desempenho semelhante ao de 2013, já que a indústria não recuperou o vigor, e o consumo das famílias vem perdendo ritmo. Os entraves para que se retome uma atividade mais acentuada permanecem, como as deficiências da infraestrutura. Na visão da instituição, a pouca competitividade do setor e a baixa confiança dos empresários desestimulam a elevação dos investimentos. Esses fatores têm um complicador adicional nos juros elevados.

PARTICIPAÇÃO MENOR - De acordo com a CNI, quando se observa a evolução da indústria desde 2010, comprova-se que o PIB do setor cresceu apenas 2,1% até o ano passado, enquanto, no mesmo período, os serviços evoluíram 6,8% e a agropecuária, 8,8%. Como resultado direto desse desempenho, a indústria perdeu participação no PIB. Em 2010, seu peso na economia era de 28,1%, caindo para 24,9% em 2013, conforme destacou a Confederação.

Na comparação com 2012, a indústria apresentou moderada recuperação em 2013, com expansão de 1,3%, frente a uma queda de 0,8% em 2012. A retomada do crescimento foi liderada pela indústria de transformação e pela de construção, ambas com avanço de 1,9%. Os Serviços Industriais de Utilidade Pública (SIUP) tiveram alta de 2,9%, mas detêm peso inferior na atividade industrial. A indústria extrativa mineral caiu 2,8%.

A CNI destacou que, apesar do crescimento de 6,3% dos investimentos em 2013, a taxa de poupança, com 13,9% do PIB, foi a menor desde 2001, quando registrou 13,5%. A baixa taxa de poupança doméstica obriga o país a recorrer a poupança externa, o que afeta negativamente a conta de transações correntes do balanço de pagamentos, salientou a entidade.

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