Acesso ao crédito para micro e pequenas empresas reúne empresários e governo na CNI

5ª Seminário Pense nas Pequenas Primeiro, com tema “Os desafios para a retomada do crédito”, apresenta propostas para facilitar a tomada de recursos pelas MPEs

"A oferta de crédito deveria ter livre concorrência" - Amaro Sales de Araújo

Na abertura do 5ª Seminário Pense nas Pequenas Primeiro, o presidente do Conselho Temático da Micro e Pequena Empresa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Amaro Sales de Araújo, afirmou que não acredita no aumento da oferta de crédito por decreto. Segundo ele, a lei da oferta e da procura é o melhor cenário para as micro e pequenas empresas (MPEs), e defendeu que o Banco Central regulamente o mais rapidamente as startups de serviços financeiros (Fintechs) para ampliar a competição na área de crédito. 

“Hoje o crédito está concentrado em apenas quatro bancos. Isso é um problema. A oferta de crédito deveria ter livre concorrência”, diz Sales de Araújo, que também e presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN). O evento acontece na sede da CNI, em Brasília, e aborda os desafios para a retomada do crédito.

O presidente da Frente Parlamentar Mista da Micro e Pequena Empresa, deputado Jorginho Melo (PR-SC) explicou que o crédito está na pauta do Congresso, mas é importante que a sociedade e as empresas continuem “batendo nessa tecla”, porque crédito é fundamental e há muito a fazer. “O banco dá ouro para quem tem ouro. Eu não tenho nada contra banco, fui bancário, mas banco empresta dinheiro para quem tem dinheiro, para quem tem garantia”, afirma.

O Brasil tem 12 milhões de MPEs formais, que representa 98% dos negócios brasileiros. Apesar disso, o gerente da Unidade de Acesso a Serviços Financeiros do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Alexandre Comim, explicou que as micro e pequenas empresas ainda esbarram na burocracia e na dificuldade ao acesso ao crédito. Comim lembra que o Banco Central tem feito a parte dele, de reduzir da Selic, no entanto os juros ainda não caíram na ponta, o que tem prejudicado a retomada da economia.

“O principal problema reside na concentração muito grande do sistema bancário”, reforçou. Em contraponto, o Sebrae tem apostado no cooperativismo de crédito, uma alternativa para os pequenos negócios com condições e taxas de juros melhores, e em inovações técnicas no mundo financeiro, com as Fintechs.

Também participaram da abertura do seminário, a diretora de Relações Institucionais da CNI, Mônica Messemberg, o secretário da Micro e Pequena Empresa do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), José Ricardo Veiga, e o integrante da Frente Parlamentar Mista de Micro e Pequena Empresa, deputado Izalci Lucas Ferreira (PSDB-DF).

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