O estágio, muitas vezes, é o primeiro contato do estudante com a prática da profissão que escolheu. Ali ele conhece o dia a dia, as rotinas e se prepara para entrar no mercado de trabalho com mais experiência.
Três estagiários da indústria aproveitaram a oportunidade e fizeram ainda mais: desenvolveram projetos inovadores e foram reconhecidos por isso.
Os vencedores do Prêmio IEL de Estágio 2019, na categoria Estagiário Destaque, fazem parte de um seleto grupo de estudantes em indústrias inovadoras do Brasil. A criação de uma plataforma de ensino técnico a distância, uma solução que evita o choque e um software de gerenciamento de processos foram as ideias transformadoras dos profissionais.
Confira, a seguir, a história e os desafios dos jovens premiados.
INOVAÇÃO - Aluna do curso de Engenharia Elétrica, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Brisa Ribeiro Pechincha, 24 anos, conquistou o primeiro lugar na premiação do IEL. Ela é estagiária do departamento de Operação, da Concessionária de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Isa CTEEP) e para conciliar a distância entre São Paulo e Minas Gerais, contou com apoio da empresa.
Brisa desenvolveu duas ferramentas de inovação com apoio da área técnica de Operação. Entre os projetos realizados estão o desenvolvimento de uma plataforma Web que altera os processos de criação e atualização do manual de operação das subestações; e uma plataforma online de ensino técnico à distância em vídeo-aula.
“A plataforma envolveu muita pesquisa para conhecer as reais necessidades do usuário, mas foi sensacional. A centralização das informações técnicas facilitam o dia-a-dia dos operadores. As propostas começaram pequenas e foram em um crescente culminando no reconhecimento do trabalho”, conta a estagiária.
Nesse processo, segundo ela, houve aumento de conhecimento, padronização de processos, treinamento em ferramentas profissionais, observação da importância de normas e procedimentos e melhora do relacionamento interpessoal. “Ganhei ainda visibilidade interna e externa com a rede de contatos que fiz no prêmio do IEL e no Linkedin com pessoas que trabalham no setor elétrico”, afirma Brisa.
Indagada sobre o porquê da evidência conquistada só por alguns estagiários, ela explicou. “É preciso fazer mais do que a maioria está disposta a fazer. Todos os que se destacam são os que mais se dedicam”, acredita a estagiária. “Tal atitude depende também de motivação, porque quando a pessoa sente o interesse dos gestores, ela entrega o seu melhor”.
OTIMIZAÇÃO - O pernambucano Raul César da Silva Costa, 21 anos, aluno de Mecânica do curso técnico do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) ficou com a segunda colocação no Prêmio IEL de Estágio, por propor melhorias na indústria automotiva Musashi do Brasil.
Ele reduziu o tempo de configuração de máquina, agilizando o processo de reajuste do equipamento para produção de novos produtos. Além disso, criou uma solução que evita o choque de dispositivos, também melhorou a metodologia de 5S - ferramenta usada para aprimorar o senso de utilização, organização, limpeza, padronização e disciplina.
Costa atribui o bom desempenho ao apoio do gestor da sua área de Desenvolvimento de Novos Modelos, Marcos Maximiano. “Além de incentivo, precisei ser persistente para enfrentar o desafio”.
Agora, contratado ele dá dicas: “Sempre que o estagiário tiver ideias de melhorias de processos para otimização do trabalho deve apresentá-las, sem nunca se sentir inferior por ser o estagiário”.
HABILIDADE INOVADORA - Detectar com rapidez problemas na linha de produção, com baixo custo, proporcionou reconhecimento profissional a Arthur Henrique Goltz, 23 anos, que é estagiário da Brose Brasil, indústria de componentes mecatrônicos automotivos.
A oportunidade de ganhar experiência profissional levou o aluno de Engenharia de Controle e Automação, da Pontífice Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) ao pódio como terceiro colocado do Prêmio IEL de Estágio.
Ele criou um software de gerenciamento de processos para a indústria, que elimina o tempo gasto em estudos para a descoberta de adversidades na linha de produção. Goltz atribui a evolução do desempenho a uma combinação de vontades. “Alinhado ao emprego de raciocínio lógico e uso de novas linguagens de programação estava a disponibilidade de suporte e investimentos em desenvolvimentos da empresa. Essa aliança propicia a implementação de novas tecnologias como a 4.0”, define.
PRÊMIO IEL DE ESTÁGIO – A premiação reconhece as boas práticas desenvolvidas pelos representantes da cadeia que envolve o estágio. A 13ª edição, em 2019, premiou destaques nas categorias: Estagiário, Empresa e Instituições de Ensino. A estagiária Brisa ganhou um notebook. Já os novos talentos Costa e Goltz ganharam licença para o curso online Gestão de Projetos, com foco em inovação e finanças.
